O governo chinês decidiu
acabar com a política do filho único que existia no país desde o final da
década de 1970. Durante mais de 30 anos, a medida imposta pelo Partido
Comunista da China, impedindo que os casais tivessem mais de uma criança,
causou impacto na sociedade e na economia. A partir de agora, as famílias estão autorizadas a ter o segundo filho.
Quando foi implantada, a lei tinha o objetivo de tentar conter a explosão
demográfica no país, que é o mais populoso do mundo, (1,3 bilhão de habitantes).
A política do filho único deve ter impedido o nascimento de cerca de 400 milhões de pessoas desde que foi criada na China. Famílias que descumpriam as orientações do Partido Comunista estavam sujeitas a algumas penas, como multas. E quem seguia a regra recebia incentivos financeiros e profissionais.
Durante todo esse tempo, entidades de direitos humanos denunciaram que muitas grávidas do segundo filho foram forçadas a abortar o bebê e que médicos ficavam encarregados de monitorar cuidadosamente os úteros usando dispositivos portáteis de ultrassom, identificando qualquer gravidez indesejada pelo governo. Há relatos também de esterilizações forçadas. No decorrer desses 30 anos, foram abertas algumas concessões e minorias étnicas e populações rurais ganharam o direito de ter o segundo filho, assim como casais em que um dos cônjuges fosse filho único.
A nova diretriz é uma resposta ao envelhecimento da população e ao risco de escassez de mão de obra para as próximas décadas. De acordo com dados do Banco Mundial, em 2013, a taxa de fertilidade na China, de 1,17, estava abaixa do nível de substituição. A nova medida pode não ajudar a curto ou médio prazo no crescimento populacional do país, pois o filho único tornou-se uma norma social.
A política do filho único não tem paralelo em todo o mundo. Trata-se de uma séria violação aos direitos humanos e das liberdades individuais. Há relatos chocantes de meninas que foram abandonadas ou mortas devido à preferência do tradicional chinês pelo filho homem aspecto cultural que também incentivou a realização de abortos seletivos por conta do sexo do feto. Mesmo que o objetivo de evitar o envelhecimento da população demore para ser atingido, a decisão tem um significado forte. É fim de uma era. ( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, sábado, 31 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
A política do filho único deve ter impedido o nascimento de cerca de 400 milhões de pessoas desde que foi criada na China. Famílias que descumpriam as orientações do Partido Comunista estavam sujeitas a algumas penas, como multas. E quem seguia a regra recebia incentivos financeiros e profissionais.
Durante todo esse tempo, entidades de direitos humanos denunciaram que muitas grávidas do segundo filho foram forçadas a abortar o bebê e que médicos ficavam encarregados de monitorar cuidadosamente os úteros usando dispositivos portáteis de ultrassom, identificando qualquer gravidez indesejada pelo governo. Há relatos também de esterilizações forçadas. No decorrer desses 30 anos, foram abertas algumas concessões e minorias étnicas e populações rurais ganharam o direito de ter o segundo filho, assim como casais em que um dos cônjuges fosse filho único.
A nova diretriz é uma resposta ao envelhecimento da população e ao risco de escassez de mão de obra para as próximas décadas. De acordo com dados do Banco Mundial, em 2013, a taxa de fertilidade na China, de 1,17, estava abaixa do nível de substituição. A nova medida pode não ajudar a curto ou médio prazo no crescimento populacional do país, pois o filho único tornou-se uma norma social.
A política do filho único não tem paralelo em todo o mundo. Trata-se de uma séria violação aos direitos humanos e das liberdades individuais. Há relatos chocantes de meninas que foram abandonadas ou mortas devido à preferência do tradicional chinês pelo filho homem aspecto cultural que também incentivou a realização de abortos seletivos por conta do sexo do feto. Mesmo que o objetivo de evitar o envelhecimento da população demore para ser atingido, a decisão tem um significado forte. É fim de uma era. ( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, sábado, 31 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário