Ilustrador de álbuns memoráveis da música brasileira, o artista plástico
nascido em Rolândia está comemorando 50 anos de
carreira.
A vida, que parecia oferecer
um futuro incerto e difícil , reservou boas surpresas a Elifas Andreato.
Paranaense de Rolândia, nascido em 1946, já muito cedo teve de trabalhar. Aos
poucos, entretanto, foi sendo conduzidos por caminhos que o levaram até grandes
nomes da música popular brasileira, entre eles Paulinho da Viola, Martinho da
Vila e Elis Regina. Este ano, Andreato celebra 50 anos de arte – uma exposição
no Rio de Janeiro mostra o seu trabalho -, reconhecido e premiado (em 2011
recebeu o Prêmio Vladimir Herzog). Inquieto, está em plena atividade, tocando em
frente muitos projetos.
“Saí do Paraná e, chegando em São Paulo com 14 anos, tive o primeiro emprego com carteira assinada. Eu era torneiro mecânico”, lembra Elifas, que começou na fábrica da Fiat Lux. Filho mais velho de seis irmãos, sofreu revezes da vida. “Meu pai adoeceu e foi para São Paulo com a família. Eu fiquei em Rolândia um pouco mais, com meu irmão Eurípides. Aí viemos para São Paulo e a vida foi um pouco pior”. Morando num cortiço, arranjou o primeiro emprego ao mesmo tempo em que nutria interesse pelo desenho.
Era no banheiro da Fiat Lux que Elifas desenhava suas charges para o jornalzinho dos operários. “Eu desenhava no banheiro escondido. Aí fizeram um novo refeitório e transformaram em um baile para fazer uma caixinha para os operários.” O pequeno desenhista foi convidado para decorar o salão, pintando a parede com tinta a óleo. Mas o garoto foi dispensado porque havia pintado um painel importante e que agradou à diretoria. “Ele me demitiram porque ficaram surpreendidos que o cenário tinha sido feito por um garoto. E me deram um dinheiro para eu estudar arte.”
Entretanto, o dinheiro foi usado pela família, que ainda passava necessidades. Mas, como tinha experiência no ramo da cenografia, estava ficando conhecido na região. Daí então trabalhou em alguns estúdios de publicidade. E no fim da década de 1960 foi chamado para trabalhar na Editora Abril. “Entrei como estagiário em 1967”. Ali sentiu o choque da alfabetização tardia. “Eu tinha me alfabetizado tarde, em cursos para adultos. E fui trabalhar com grandes jornalistas. Aí começou meu aprendizado sobre o país, sobre a cultura.”
Elifas atuou na revista Quatro Rodas e na revista Placar, até que no início da década de 1970 lhe caiu o projeto da música popular brasileira. “Fiz desenhos até hoje muito bonitos, na época inovadores. Era uma oportunidade muito interessante para conhecer novos artistas, foi quando iniciei a capa dos discos.”
“Saí do Paraná e, chegando em São Paulo com 14 anos, tive o primeiro emprego com carteira assinada. Eu era torneiro mecânico”, lembra Elifas, que começou na fábrica da Fiat Lux. Filho mais velho de seis irmãos, sofreu revezes da vida. “Meu pai adoeceu e foi para São Paulo com a família. Eu fiquei em Rolândia um pouco mais, com meu irmão Eurípides. Aí viemos para São Paulo e a vida foi um pouco pior”. Morando num cortiço, arranjou o primeiro emprego ao mesmo tempo em que nutria interesse pelo desenho.
Era no banheiro da Fiat Lux que Elifas desenhava suas charges para o jornalzinho dos operários. “Eu desenhava no banheiro escondido. Aí fizeram um novo refeitório e transformaram em um baile para fazer uma caixinha para os operários.” O pequeno desenhista foi convidado para decorar o salão, pintando a parede com tinta a óleo. Mas o garoto foi dispensado porque havia pintado um painel importante e que agradou à diretoria. “Ele me demitiram porque ficaram surpreendidos que o cenário tinha sido feito por um garoto. E me deram um dinheiro para eu estudar arte.”
Entretanto, o dinheiro foi usado pela família, que ainda passava necessidades. Mas, como tinha experiência no ramo da cenografia, estava ficando conhecido na região. Daí então trabalhou em alguns estúdios de publicidade. E no fim da década de 1960 foi chamado para trabalhar na Editora Abril. “Entrei como estagiário em 1967”. Ali sentiu o choque da alfabetização tardia. “Eu tinha me alfabetizado tarde, em cursos para adultos. E fui trabalhar com grandes jornalistas. Aí começou meu aprendizado sobre o país, sobre a cultura.”
Elifas atuou na revista Quatro Rodas e na revista Placar, até que no início da década de 1970 lhe caiu o projeto da música popular brasileira. “Fiz desenhos até hoje muito bonitos, na época inovadores. Era uma oportunidade muito interessante para conhecer novos artistas, foi quando iniciei a capa dos discos.”
ESTREIA
A estreia foi com Paulinho da
Viola. “Foi o primeiro que conheci. Fiz
a capa do Dança da solidão, em 1972.
“Depois veio a famosa capa do disco Nervos de Aço, de 1973, em que revela as
lágrimas do artista. “Sempre foi minha intenção traduzir em imagens um conteúdo
grande, porque antes do disco você vê a
capa. E aquilo precisa traduzir o disco.”
Ainda em 1972, Elifas conheceu e produziu uma capa para Martinho da Vila, no disco Batuque na cozinha. No currículo, acumula capas de disco de Elis Regina, Tom Zé (com quem tem trabalhos até hoje) , Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes, entre tantos outros. “Muito c eu sabia que ia embalar obras maiores das que eu poderia fazer. Eu fui adotado como desenhista desta geração.”
Ainda em 1972, Elifas conheceu e produziu uma capa para Martinho da Vila, no disco Batuque na cozinha. No currículo, acumula capas de disco de Elis Regina, Tom Zé (com quem tem trabalhos até hoje) , Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes, entre tantos outros. “Muito c eu sabia que ia embalar obras maiores das que eu poderia fazer. Eu fui adotado como desenhista desta geração.”
ARTISTA TAMBÉM PRODUZIU CENÁRIOS,
EXPOSIÇÕES, LIVROS, JORNAIS E REVISTAS
Não foram apenas os discos que
renderam reconhecimento. Elifas Andreato desenhou coleções de livros, fez
cenários para shows e peças de teatro. Até contra a ditadura ele trabalhou. Foi
quando fundou o jornal Opinião, ao
mesmo tempo em que trabalhava na Editora
Abril . “Com 25 anos eu era editor cultural, mas eles ( Abril
) acharam que eu não podia acumular a direção de um jornal contra o regime
( militar ).”
Como o artista, já havia realizado um sonho – comprar uma casa para a mãe -, deixou a ,nossa liberdade de expressão.” E tudo isso Elifas fez sem estudo, aprendendo com a vida e com as amizades. “É claro que senti a falta do estudo. Fui fazendo por minha conta porque tinha interesse pelo conhecimento. Grandes cabeças do conhecimento estiveram na minha vida. Sempre estive junto de grandes artistas, atores, pensadores, comunicadores.”
Hoje Elifas continua na área do desenho, mas também da animação e da música. Tem musical infantil com Tom Zé, disco produzido por Zeca Baleiro, além de letras e músicas compostas. Tudo com temática infantil. Um pouco dessa trajetória de cinco décadas está em exposição no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. Elifas Andreato, 50 anos fica em cartaz até 29 de janeiro, seguindo depois para o Museu dos Correios, em Brasília, e para o Centro Cultural Correios, São Paulo. (F.L.) ( FÁBIO
LUPORINI fabiol@jornaldelondria.com.br página 19, cultura, VISUAIS,
quarta-feira, 14 de outubro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).Como o artista, já havia realizado um sonho – comprar uma casa para a mãe -, deixou a ,nossa liberdade de expressão.” E tudo isso Elifas fez sem estudo, aprendendo com a vida e com as amizades. “É claro que senti a falta do estudo. Fui fazendo por minha conta porque tinha interesse pelo conhecimento. Grandes cabeças do conhecimento estiveram na minha vida. Sempre estive junto de grandes artistas, atores, pensadores, comunicadores.”
Hoje Elifas continua na área do desenho, mas também da animação e da música. Tem musical infantil com Tom Zé, disco produzido por Zeca Baleiro, além de letras e músicas compostas. Tudo com temática infantil. Um pouco dessa trajetória de cinco décadas está em exposição no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. Elifas Andreato, 50 anos fica em cartaz até 29 de janeiro, seguindo depois para o Museu dos Correios, em Brasília, e para o Centro Cultural Correios, São Paulo. (F.L.) ( FÁBIO
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