Desde nosso nascimento somos instigados a
nos transformar em números. Começamos com o número da Certidão de Nascimento,
depois RG, CPF, título de eleitor, carteira de motorista, esses números que
foram feitos para nos marcar, semelhantes ao que fizeram os nazistas, ao
tatuarem número nos pulsos dos judeus, esses números que muitas vezes somos
obrigados a decorar, pois sem eles não somos “ninguém”, indigentes, não
existimos. Esses números que foram feitos para nos distinguir, como marcam o
gado a ferro quente, esses números que somos obrigados a carregar conosco até o
fim, não é deles que quero falar, embora estejam relacionados com a minha tese.
Somos incitados a ter boas notas na escola, há média a serem atingidas e as notas altas separam os bons alunos dos maus, mesmo que o aluno nota 10 tenha apenas decorado o conteúdo para fazer a prova e esquecido pouco depois de termina-la, ele será melhor visto do que o aluno que realmente aprendeu, mas não atingiu uma nota elevada, porém ele carregará o conhecimento ao contrário do outro. Somos instigados a chegar em primeiro lugar, estar no topo do pódio, a marcar mais gols, mais pontos, é necessário tirar a maior nota para passar no vestibular, no concurso. As maiores notas na carteira, o maior saldo na conta bancária, para garantir o carro mais caro, a casa mais cara, a mulher mais desejada. A lógica é simples, mantenha os números elevados, quanto mais, melhor. Adicione, não subtraia, divisão é comunismo, que levou a U.R.S.S. ao colapso e Cuba À estagnação. Esteja na moda, faça o que outros fazem, use, compre, cante, veja, ouça, coma, beba, sinta como a maioria. Porque a maioria não pode estar errada, justamente porque são a maioria, e quanto mais, melhor.
A maioria dos alemães apoiaram o nazismo, apoiaram a ditadura militar, (Deus, muitos ainda pedem sua volta), a maioria dos judeus e romanos mandaram Jesus para a cruz. A maioria dos norte-americanos apoiaram a guerra no Iraque.
Eu me recuso a ser um número, a seguir a maioria. Não por ideologias de cartilhas, ou de livros que mentimos que lemos. Recuso por natureza, por não entender os números, sempre levar bomba em matemática, não decorar a tabuada, RG e CPF, por não tirar extrato bancário, não saber onde foi parar o dinheiro na carteira, não fazer planos, não calcular estratégias, não contar vantagens, não saber o que está na moda, não ouvir qualquer FM, não assistir qualquer bobagem na TV. Eu sou de humanas, eu vejo tudo em letras, sinto cheiro de livros, novo e mofo, eu me recuso a ser apenas mais um número, em meio a tantos outros, em fila, em estatísticas, em índices e cotação. Tudo em mim são letras. ( RICARDO CHAGAS, orientador de atividades na biblioteca do Sesc, em Ivaiporã. Página 2, Folha 2, espaço CRÔNICA, quarta-feira. 28 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
Somos incitados a ter boas notas na escola, há média a serem atingidas e as notas altas separam os bons alunos dos maus, mesmo que o aluno nota 10 tenha apenas decorado o conteúdo para fazer a prova e esquecido pouco depois de termina-la, ele será melhor visto do que o aluno que realmente aprendeu, mas não atingiu uma nota elevada, porém ele carregará o conhecimento ao contrário do outro. Somos instigados a chegar em primeiro lugar, estar no topo do pódio, a marcar mais gols, mais pontos, é necessário tirar a maior nota para passar no vestibular, no concurso. As maiores notas na carteira, o maior saldo na conta bancária, para garantir o carro mais caro, a casa mais cara, a mulher mais desejada. A lógica é simples, mantenha os números elevados, quanto mais, melhor. Adicione, não subtraia, divisão é comunismo, que levou a U.R.S.S. ao colapso e Cuba À estagnação. Esteja na moda, faça o que outros fazem, use, compre, cante, veja, ouça, coma, beba, sinta como a maioria. Porque a maioria não pode estar errada, justamente porque são a maioria, e quanto mais, melhor.
A maioria dos alemães apoiaram o nazismo, apoiaram a ditadura militar, (Deus, muitos ainda pedem sua volta), a maioria dos judeus e romanos mandaram Jesus para a cruz. A maioria dos norte-americanos apoiaram a guerra no Iraque.
Eu me recuso a ser um número, a seguir a maioria. Não por ideologias de cartilhas, ou de livros que mentimos que lemos. Recuso por natureza, por não entender os números, sempre levar bomba em matemática, não decorar a tabuada, RG e CPF, por não tirar extrato bancário, não saber onde foi parar o dinheiro na carteira, não fazer planos, não calcular estratégias, não contar vantagens, não saber o que está na moda, não ouvir qualquer FM, não assistir qualquer bobagem na TV. Eu sou de humanas, eu vejo tudo em letras, sinto cheiro de livros, novo e mofo, eu me recuso a ser apenas mais um número, em meio a tantos outros, em fila, em estatísticas, em índices e cotação. Tudo em mim são letras. ( RICARDO CHAGAS, orientador de atividades na biblioteca do Sesc, em Ivaiporã. Página 2, Folha 2, espaço CRÔNICA, quarta-feira. 28 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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