A reforma ministerial
anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff (PT) não foi bem recebida por
analistas. Embora o mercado financeiro tenha reagido bem – a cotação do lar
fechou em queda e o Ibovespa teve valorização – a atual configuração reforça a
teoria da “velha política”, de trocar cargos por votos no Congresso. Se, nesse
momento, houveram vitoriosos, são apenas dois: o PMDB, partido aliado que
ganhou mais espaço no governo, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). O consenso só saiu depois que Lula foi a Brasília para negociar os nomes
para composição do novo quadro de ministros.
De resultados práticos, essa reforma não terá efeito. Cortar 3 mil cargos comissionados, como anunciou a presidente, fará pouca diferença no quadro total. Estudo recentemente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aponta que entre 2003 e 2013 houve um aumento de 28% no quadro de servidores públicos federais . O índice fez o número de funcionários saltar de 456 mil para quase 600 mil. Além disso, o Brasil aparece na liderança de um ranking de 50 países com maior número de ministros. Ainda são 31 ministérios. Todos realmente necessários?
Os números por si só indicam que é preciso um esforço muito maior do governo para conseguir alguma economia. No entanto, como a reforma não foi feita para cortar gastos, mas para acomodar aliados, é importante que a sociedade acompanhe atentamente a movimentação no Congresso a respeito de projetos que visam aumentar a carga tributária. A CPFM ganha força total, até mesmo porque o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (que é do PMDB) já disse que o imposto deveria ser permanente e defendeu que a cobrança seja feita nas duas pontas: tanto de quem efetua como de quem recebe. A população vai continuar a “pagar o pato”?
Se Lula já governa, mesmo sem ostentar a faixa presidencial, é preciso saber as implicações dessas ações. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara atingido pelas investigações da Operação Lava Jato, ainda pode fazer estragos no planalto. O atual governo Federal pode ser comparado à uma nau sem rumo. Medidas como as anunciadas ontem podem até gerar um certo alívio, mas sua duração ainda é incerta. ( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, sábado 3 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
De resultados práticos, essa reforma não terá efeito. Cortar 3 mil cargos comissionados, como anunciou a presidente, fará pouca diferença no quadro total. Estudo recentemente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aponta que entre 2003 e 2013 houve um aumento de 28% no quadro de servidores públicos federais . O índice fez o número de funcionários saltar de 456 mil para quase 600 mil. Além disso, o Brasil aparece na liderança de um ranking de 50 países com maior número de ministros. Ainda são 31 ministérios. Todos realmente necessários?
Os números por si só indicam que é preciso um esforço muito maior do governo para conseguir alguma economia. No entanto, como a reforma não foi feita para cortar gastos, mas para acomodar aliados, é importante que a sociedade acompanhe atentamente a movimentação no Congresso a respeito de projetos que visam aumentar a carga tributária. A CPFM ganha força total, até mesmo porque o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (que é do PMDB) já disse que o imposto deveria ser permanente e defendeu que a cobrança seja feita nas duas pontas: tanto de quem efetua como de quem recebe. A população vai continuar a “pagar o pato”?
Se Lula já governa, mesmo sem ostentar a faixa presidencial, é preciso saber as implicações dessas ações. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara atingido pelas investigações da Operação Lava Jato, ainda pode fazer estragos no planalto. O atual governo Federal pode ser comparado à uma nau sem rumo. Medidas como as anunciadas ontem podem até gerar um certo alívio, mas sua duração ainda é incerta. ( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, sábado 3 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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