Era sempre a mesma história.
Toda sexta-feira, assim que o sinal do colégio ecoava, de pronto eu corria para
casa, onde minha bicicleta estava brilhando e a mochila de viagem esperando
sobre a minha cama.
Quando meu primo, já cansado, pois não tinha um porte físico muito bom, apontava na esquina debaixo da rua de minha casa, um grito de “tchau, mãe” era o suficiente para ela começar a oração. Feito todo o protocolo, o destino era o sítio da tia Maria, em Ibiporã.
Dentro da mochila, farinha e manteiga para minha tia fazer um pão caseiro, um refrigerante quente daquelas marcas que mais parece gasolina. Algumas moedas para jogar baralho, uma pipa e algumas roupas velhas para o final de semana no meio do mato. O caminho era longo, cheio de obstáculos e desafios sob duas rodas, o que tornava a diversão ainda mais emocionante.
E foi num desses obstáculos que Rodrigo, um amigo nosso, perdeu o controle e ficou com os braços, costas, barriga e pernas em carne viva. Nada que o álcool com ervas e algumas outras coisas terríveis da tia Maria não pudesse resolver. Pobre Rodrigo, seria melhor não ter matado aula.
Chegar no sítio de surpresa era impossível. Cachorros eram 17. Aliás, os cachorros viviam em plena harmonia com pato, porco, cabrito, galinha, boi, vaca, cavalo...
Depois de anunciada a nossa chegada corríamos para não perder tempo. A casa na árvore sempre foi nosso sonho, mas não tinha o dom da arquitetura. A solução seria partir para outro brinquedo do sítio.
O sítio da tia Maria era cercado por duas grandes propriedades. De um lado a granja do Coite. Um japonês eu nunca ninguém viu, mas todo mundo tinha medo. Visitar a granja era fácil, difícil mesmo era sair de lá sem surrupiar uns ovos para fazer no almoço. Que o Coite não leia isso.
Do outro lado, numa fazenda de um grande frigorífico, chamava a atenção uma horta imensa e um sistema de irrigação que aprendemos a ligar e que fazia nossa alegria no calor.
Dormir na tuia, um casebre om dois cômodos todo de madeira e algumas telhas quebradas, era parte da emoção que começava já na chegada e terminava apenas no último canto do galo.
Hoje sou eu que não tenho um físico muito bom, mas não há dúvidas de que minha infância no sítio da tia Maria foi um dos melhores períodos da minha vida. As lembranças da minha infância rural são coisas que eu jamais esquecerei.( GUSTAVO ANDRADE, estudante de jornalismo em Londrina, página 2, DEDO DE PROSA, Folha Rural, sábado, 3 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
Quando meu primo, já cansado, pois não tinha um porte físico muito bom, apontava na esquina debaixo da rua de minha casa, um grito de “tchau, mãe” era o suficiente para ela começar a oração. Feito todo o protocolo, o destino era o sítio da tia Maria, em Ibiporã.
Dentro da mochila, farinha e manteiga para minha tia fazer um pão caseiro, um refrigerante quente daquelas marcas que mais parece gasolina. Algumas moedas para jogar baralho, uma pipa e algumas roupas velhas para o final de semana no meio do mato. O caminho era longo, cheio de obstáculos e desafios sob duas rodas, o que tornava a diversão ainda mais emocionante.
E foi num desses obstáculos que Rodrigo, um amigo nosso, perdeu o controle e ficou com os braços, costas, barriga e pernas em carne viva. Nada que o álcool com ervas e algumas outras coisas terríveis da tia Maria não pudesse resolver. Pobre Rodrigo, seria melhor não ter matado aula.
Chegar no sítio de surpresa era impossível. Cachorros eram 17. Aliás, os cachorros viviam em plena harmonia com pato, porco, cabrito, galinha, boi, vaca, cavalo...
Depois de anunciada a nossa chegada corríamos para não perder tempo. A casa na árvore sempre foi nosso sonho, mas não tinha o dom da arquitetura. A solução seria partir para outro brinquedo do sítio.
O sítio da tia Maria era cercado por duas grandes propriedades. De um lado a granja do Coite. Um japonês eu nunca ninguém viu, mas todo mundo tinha medo. Visitar a granja era fácil, difícil mesmo era sair de lá sem surrupiar uns ovos para fazer no almoço. Que o Coite não leia isso.
Do outro lado, numa fazenda de um grande frigorífico, chamava a atenção uma horta imensa e um sistema de irrigação que aprendemos a ligar e que fazia nossa alegria no calor.
Dormir na tuia, um casebre om dois cômodos todo de madeira e algumas telhas quebradas, era parte da emoção que começava já na chegada e terminava apenas no último canto do galo.
Hoje sou eu que não tenho um físico muito bom, mas não há dúvidas de que minha infância no sítio da tia Maria foi um dos melhores períodos da minha vida. As lembranças da minha infância rural são coisas que eu jamais esquecerei.( GUSTAVO ANDRADE, estudante de jornalismo em Londrina, página 2, DEDO DE PROSA, Folha Rural, sábado, 3 de outubro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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