Era uma vida tão singela numa
cidade tão pequena, cujo nome, se escrito, era maior que o mapa, nome de santa
protetora, mostrando valores, alegrias, também escondendo dores e feridas, como
em qualquer parte e em todos os tempos, mas bem diferente de hoje em dia.
As pessoas se davam bem e cultivavam grandes amizades. Eram comadres e compadres, vizinhos e parentes, velhos amigos e conhecidos, da roça e da cidade. Presenteavam-se com produtos da própria terra: verduras, frutas, milho verde. O que um tinha em sua casa ou sítio, todos tinham também. Não era preciso comprar, nem tinha onde comprar, com exceção dos produtos básicos: açúcar, sal, fumo, farinhas, doces, bebidas, o arroz da máquina de beneficiamento, produtos de armarinho.
As pessoas se davam bem e cultivavam grandes amizades. Eram comadres e compadres, vizinhos e parentes, velhos amigos e conhecidos, da roça e da cidade. Presenteavam-se com produtos da própria terra: verduras, frutas, milho verde. O que um tinha em sua casa ou sítio, todos tinham também. Não era preciso comprar, nem tinha onde comprar, com exceção dos produtos básicos: açúcar, sal, fumo, farinhas, doces, bebidas, o arroz da máquina de beneficiamento, produtos de armarinho.
A carne de porco era um caso à
parte: as pessoas costumavam criar porcos e galinhas em seus quintais. Quando
se matava um porco, havia um costume, praticamente seguido por todos e que me
faz lembrar minha mãe e minha avó. Elas separavam vários pedaços, colocavam em
pratos, cobriam e amarravam com o guardanapo. As crianças já ficavam arrepiadas
quando vinha a ordem: “Leva este para a tia Ercília, este para a comadre Maria,
Aquele para a comadre Alzira, esse outro para a dona Rosa”. E lá íamos nós, de
casa em casa, com o recado previamente decorado: “Minha mãe mandou falar para a
senhora não reparar porque o porco era pequeno”. E assim, com esse costume
simples, não faltava mistura nas panelas das amigas e vizinhas.
Outro costume era que as pessoas se visitavam. Colocavam uma roupa de sair e iam realmente visitar a vizinha, a amiga ou comadre. Conversavam muito, colhiam frutas, faziam café e trocavam novidades.
Havia muitos casamentos na igreja e como minha mãe era costureira, eu me lembro que as noivas iam se arrumar em nossa casa, enquanto os convidados esperavam no quintal, ansiosos. Assim que ficava pronta, a noiva seguia a pé até a igreja, com o cortejo atrás.
Não havia lojar com roupas prontas, mas de tecidos. As mulheres compravam os tecidos e acompanhavam a moda mandando fazer seus vestidos nas costureiras, escolhendo os modelos nos figurinos da época, umas revistas com peças encantadoras. Na roça, o tempo da compra de tecidos era o final da colheita, quando as pessoas tinham dinheiro. Então os pais iam às lojas e compravam peças inteiras com as quais faziam roupas para todos. Era comum as crianças usarem roupas de tecidos iguais, quando não, toda a família.
Os sapatos também eram uma raridade, por isso a gente economizava. Se a caminhada era longa, tirava-os e colocava-os quando chegava ao destino. O problema é que os pés cresciam muito rápido, perdíamos os sapatos ou ficava para os irmãos mais novos. Lembro-me que era comum as crianças irem descalças para a escola, sem nenhum constrangimento.
Como as roupas, sapatos e outros objetos eram sempre limitados, comprar sapatos ou vestir uma roupa nova tinha um gostinho especial. E a gente reparava quando alguém estava de roupas e sapatos novos, ficando uma pontinha de inveja.
Com o tempo passando, a vida foi mudando, adquirindo novas formas de progresso, de desenvolvimento, é claro, sem a rapidez de hoje, mas com um encanto muito especial, que transformava cada dia, cada novidade, num motivo de alegria verdadeira e que hoje se resumem em ternas lembranças. ( ESTELA MARIA FREDERICO FERREIRA, leitora da FOLHA, página 2, FOLHA RURAL, espaço DEDO DE PROSA, sábado, 26 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
Outro costume era que as pessoas se visitavam. Colocavam uma roupa de sair e iam realmente visitar a vizinha, a amiga ou comadre. Conversavam muito, colhiam frutas, faziam café e trocavam novidades.
Havia muitos casamentos na igreja e como minha mãe era costureira, eu me lembro que as noivas iam se arrumar em nossa casa, enquanto os convidados esperavam no quintal, ansiosos. Assim que ficava pronta, a noiva seguia a pé até a igreja, com o cortejo atrás.
Não havia lojar com roupas prontas, mas de tecidos. As mulheres compravam os tecidos e acompanhavam a moda mandando fazer seus vestidos nas costureiras, escolhendo os modelos nos figurinos da época, umas revistas com peças encantadoras. Na roça, o tempo da compra de tecidos era o final da colheita, quando as pessoas tinham dinheiro. Então os pais iam às lojas e compravam peças inteiras com as quais faziam roupas para todos. Era comum as crianças usarem roupas de tecidos iguais, quando não, toda a família.
Os sapatos também eram uma raridade, por isso a gente economizava. Se a caminhada era longa, tirava-os e colocava-os quando chegava ao destino. O problema é que os pés cresciam muito rápido, perdíamos os sapatos ou ficava para os irmãos mais novos. Lembro-me que era comum as crianças irem descalças para a escola, sem nenhum constrangimento.
Como as roupas, sapatos e outros objetos eram sempre limitados, comprar sapatos ou vestir uma roupa nova tinha um gostinho especial. E a gente reparava quando alguém estava de roupas e sapatos novos, ficando uma pontinha de inveja.
Com o tempo passando, a vida foi mudando, adquirindo novas formas de progresso, de desenvolvimento, é claro, sem a rapidez de hoje, mas com um encanto muito especial, que transformava cada dia, cada novidade, num motivo de alegria verdadeira e que hoje se resumem em ternas lembranças. ( ESTELA MARIA FREDERICO FERREIRA, leitora da FOLHA, página 2, FOLHA RURAL, espaço DEDO DE PROSA, sábado, 26 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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