O rapazola tocava os pés com
as mãos; agora elas só chegam ao meio da canela.
Obrigado, amigo, por me lembrar que quanto mais a gente se alonga, mais você se encurta.
Obrigado por me deixar rever, no álbum de fotos, a carinha bonita que eu tinha os nove anos...
Obrigado por trazer e levar tantos amigos, me dando a saudade que tanto e nada dá.
Obrigado por me dar netos, eu menino repetido e variado.
Afinal, amigo é para essas ironias; me mostras enfim o menino que deixei de ser e, através dos netos e dos bisnetos e seus filhos e netos, sempre serei.
Obrigado por me deixar chegar a um tempo em que pobre descobre que só trabalhando vai viver bem: é a Bolsa-Tempo...
Obrigado por dar tempo aos erros para se corrigirem, como também tempo aos acertos para não se exibirem, ou já começarão a errar.
Obrigado por domar o garanhão que queria todas as mulheres do mundo, mostrando que só fiel pode merecer a melhor mulher.
Obrigado por curar as feridas e fazer ver com carinho as cicatrizes.
Obrigado por deixar ver que há dias malditos e dias felizes, mas todos são dias a ser vividos.
Obrigado por ensinar que a melhor forma de merecer é, antes de tudo, agradecer,
Obrigado por mostrar que só o trabalho constrói e o Estado constrói muito menos do que suga, obrigado por ensinar que é vital eliminar parasitas e sanguessugas. Ciências.
Obrigado pelas orquídeas, que tanto florem com tão pouca terra, e pela hera, que tanto agarra a vida, e pelos urubus que, apesar de comerem carniça, voam soberbos e altivos.
Obrigado, amigo, pela sede, que nos renova o prazer da água, e pela fome, comunhão diária com que nos alentas e nos consome.
Obrigado pelas estrelas, a apontar nossa infinita pequenez, e pela lesma, a nos mostrar sua lerda rapidez.
Obrigado pelo cão que me olha com amor, o passarinho que saltita na grama, nas nuvens que, sem parecer que mudam, mudam sem parar.
Obrigado pelo olhar de ternura da minha mulher, o choro obstinado do bebê, o aperto de mão caloroso, o afeto sincero, o tropeço oportuno.
Obrigado pelo poente rubro, onde descubro paz de repente.
Obrigado pela linguagem que nos destes, lá no tempo das fogueiras e das cavernas. E que hoje lançamos ao mundo pela internet.
Obrigado por mais este dia, pela graça da poesia, e pela fumaça com cheiro de café torrado da chácara vizinha.
Obrigado por tudo e por cada coisinha, pela xícara trincada e pela jóia perfeita, tudo que foi e tudo que será feito.
Obrigado por existires, amigo, ou nada existiria. Fica com Deus, ou melhor, sejamos Deus, nas suas tantas formas de ser.
Obrigado, Tempo, pelas trevas e pela luz, inseparável amigo que para além do tempo nos conduz, obrigado. ( Crônica do escritor Domingos Pellegrini, página 21, cultura, espaço DOMINGOS
PELLEGRINI
d.pellegrini@sercomteL.com.br facebbok.com/escritordomingospellegrini domingo,
27 de setembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA)
Obrigado, amigo, por me lembrar que quanto mais a gente se alonga, mais você se encurta.
Obrigado por me deixar rever, no álbum de fotos, a carinha bonita que eu tinha os nove anos...
Obrigado por trazer e levar tantos amigos, me dando a saudade que tanto e nada dá.
Obrigado por me dar netos, eu menino repetido e variado.
Afinal, amigo é para essas ironias; me mostras enfim o menino que deixei de ser e, através dos netos e dos bisnetos e seus filhos e netos, sempre serei.
Obrigado por me deixar chegar a um tempo em que pobre descobre que só trabalhando vai viver bem: é a Bolsa-Tempo...
Obrigado por dar tempo aos erros para se corrigirem, como também tempo aos acertos para não se exibirem, ou já começarão a errar.
Obrigado por domar o garanhão que queria todas as mulheres do mundo, mostrando que só fiel pode merecer a melhor mulher.
Obrigado por curar as feridas e fazer ver com carinho as cicatrizes.
Obrigado por deixar ver que há dias malditos e dias felizes, mas todos são dias a ser vividos.
Obrigado por ensinar que a melhor forma de merecer é, antes de tudo, agradecer,
Obrigado por mostrar que só o trabalho constrói e o Estado constrói muito menos do que suga, obrigado por ensinar que é vital eliminar parasitas e sanguessugas. Ciências.
Obrigado pelas orquídeas, que tanto florem com tão pouca terra, e pela hera, que tanto agarra a vida, e pelos urubus que, apesar de comerem carniça, voam soberbos e altivos.
Obrigado, amigo, pela sede, que nos renova o prazer da água, e pela fome, comunhão diária com que nos alentas e nos consome.
Obrigado pelas estrelas, a apontar nossa infinita pequenez, e pela lesma, a nos mostrar sua lerda rapidez.
Obrigado pelo cão que me olha com amor, o passarinho que saltita na grama, nas nuvens que, sem parecer que mudam, mudam sem parar.
Obrigado pelo olhar de ternura da minha mulher, o choro obstinado do bebê, o aperto de mão caloroso, o afeto sincero, o tropeço oportuno.
Obrigado pelo poente rubro, onde descubro paz de repente.
Obrigado pela linguagem que nos destes, lá no tempo das fogueiras e das cavernas. E que hoje lançamos ao mundo pela internet.
Obrigado por mais este dia, pela graça da poesia, e pela fumaça com cheiro de café torrado da chácara vizinha.
Obrigado por tudo e por cada coisinha, pela xícara trincada e pela jóia perfeita, tudo que foi e tudo que será feito.
Obrigado por existires, amigo, ou nada existiria. Fica com Deus, ou melhor, sejamos Deus, nas suas tantas formas de ser.
Obrigado, Tempo, pelas trevas e pela luz, inseparável amigo que para além do tempo nos conduz, obrigado. ( Crônica do escritor Domingos Pellegrini, página 21, cultura, espaço DOMINGOS
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