segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

UM BOM CAMINHO PARA O ANO NOVO


   2016 detonou minha fé no coletivo. Mas aí veio a tragédia da Chapecoense. E com ela a maior enxurrada que já vi de amor e compaixão
   Quando esta FOLHA me pediu uma retrospectiva de 2016, eu, de cara, achei a pior tarefa do mundo. Viver 2016 foi difícil. Reviver, então, seria tortura. Para quem escreve e para quem lê. 
   O ano caminhou entre guerras, acidentes, tragédias, impeachment, corrupção, epidemias, falências e desamor. Teve de tudo um pouco, nesse coquetel amargo que nos foi servido dose a dose, goela abaixo, por 12 meses. 
   Em 2016, perdi parentes, ídolos, amigos, mas sobretudo perdi boa parte da minha esperança. O que, diga-se, devo muito à política brasileira, que abriga o pior material humano, reunido para se construir um país. 
   O Congresso, por exemplo, que deveria planejar o futuro, passa o presente tentando negar o passado. Corruptos por tudo o lado, montando em praças pública seus balcões de negócios. Essa gente que vive no desvio, na sombra, no erro, sugando nosso sangue sem remorso. Mas não quero me lembrar de nada disso. Nem fazer ninguém se lembrar. 
   De bom, ficamos com pequenas alegrias, gestos individuais, exceções em meio ao caos. 
   A gente se agarra ao sorriso de um filho, à irmã que passa no vestibular, ao amigo que se curou de algo perigoso. Mundanas alegrias de gente perto da gente, que levam nosso sorriso para dar uma volta. 
   O ano de 2016 detonou minha fé no coletivo. Era o que eu achava. Mas aí veio a tragédia da Chapecoense. E com ela a maior enxurrada que já vi de amor, generosidade e compaixão pela dor do outro. 
   Num meio tão passional, egoísta e cheio de rivalidades foi emocionante assistir a um gesto após o outro de carinho e solidariedade. 
   A atitude do Atlético Nacional, time colombiano, de não aceitar divisão, pedindo que a Chapecoense fosse campeã única da Copa Sul-Americana, foi de uma grandeza comovente. 
   Como se não bastasse, o povo colombiano lotou o estádio do time, em Medelin, e usou a data do final do campeonato para celebrar seus rivais, chorar por eles, cantar por eles. 
   Ver milhares de pessoa sentindo a dor do outro – mais ainda, do “inimigo” – é tão bonito, tão emblemático, tão raro, que me encheu de orgulho e amor, devolveu-me a esperança. 
   A onda de generosidade foi ganhando corpo. Jogadores e equipes do mundo inteiro se manifestaram dentro e fora do campo, oferecendo seu apoio, sua força, seu amor. 
   Se a humanidade é capaz de gestos como esses que vimos pelo mundo, um após o outro, um mais lindo que o outro, então há esperança. 
   Muita coisa aconteceu em 2016, mas preferi gastar as linhas que me deram com o pedaço do ano que pode nos ensinar algo, apontar um caminho para todos. 
   E não é um caminho difícil. Basta olhar para o outro, perceber que ele existe e tentar se imaginar no lugar dele. 
   Até o final de novembro estava claro para mim: 2016 “bugou”. Que a tragédia da Chapecoense tenha servido para reiniciar o sistema. ( FONTE: MARCIUS  MELHEM, ator, jornalista e redator final dos programas de humor “Tá no Ar: A TV na TV e Zorra (TV Globo), página 3, TENDÊNCIAS / DEBATES, Opinião, domingo, 1º de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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