Pioneira no sistema, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) avalia neste mês de janeiro as cotas e o desempenho dos alunos beneficiados. Além do acesso ao ensino superior, a permanência dos cotistas é um dos principais temas debatidos pela comunidade universitária, conforme traz a edição de hoje desta FOLHA. Os debates serão importantes para a votação sobre o formato e continuidade do sistema, que deve ser realizada pelo Conselho Universitário (CU) em data a ser definida. A UEL implantou o sistema em 2004 e convalidou em 2011, quando aprovou a reserva de 40% das vagas oferecidas em concursos vestibulares para candidatos de escolas públicas e, deste total, 50% para candidatos que se autodeclararem negros.
A política de cotas é defendida como uma medida para diminuir as diferenças socioeconômicas históricas entre alunos de escolas particulares e públicas, dando oportunidade aos estudantes menos favorecidos obterem uma formação profissional qualificada, que possa contribuir com uma sociedade mais igualitária. No entanto, o acesso é apenas o primeiro passo. O maior desafio é a continuidade dos cotistas na universidade até a conclusão da graduação. Sem atingir a etapa final perde-se o objetivo da inclusão nos bancos das universidades e, principalmente, no mercado de trabalho com a qualificação necessária para atender as exigências atuais, tanto econômicas quanto sociais.
De acordo com o levantamento feito pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UEL, a permanência dos cotistas é maior do que dos candidatos aprovados pelo sistema universal. Dos alunos que ingressaram em 2015 pelo sistema universal, 90,1% permaneciam matriculados no ano passado. Pelo sistema de cotas para escola pública, o índice era de 91,3% e entre os negros, 92,5%. Quando analisados os mesmos percentuais entre 2014 e 2016, os índices são de 80%, 84% e 85%, respectivamente. No último ano, entre estudantes ativos, a UEL tinha 8.318 alunos que ingressaram pelo sistema universal, 3.060 como acesso pelas cotas para escola pública e 820 pelas cotas para negros. Os indígenas somavam 33 alunos.
Para manter os cotistas, a UEL já possui algumas políticas de inclusão como Casa do Estudante, bolsas de iniciação científica e de iniciação à docência e apoio pedagógico para alunos que enfrentam dificuldades. Mas a universidade ainda discute outras medidas para suprir as necessidades econômicas, pedagógicas e psicossociais. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 27 de janeiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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