Natal é tempo de reflexão. Reflexão não é parar no tempo mas dar tempo para que respiremos o que estamos fazendo e não somente o que já vivemos. Antigamente, parece que era tudo melhor dizem alguns, mesmo as coisas sendo mais difíceis naquela vida cotidiana. Na roça, por exemplo, lembro quando ia visitar uns tios em outra cidade e no sítio onde moravam tinham casinhas de madeira que eram os banheiros. Para tomar banho, havia uns latões em que havia uns furos e já era um progresso na hora de tomar banho. Mas era preciso esquentar a água no fogão a lenha, para colocar naquele baldão. Água era de poço.
Depois vieram os encanamento de metal e, mais um pouco vieram os encanamentos de plástico. O plástico revolucionou a vida do mundo. Evoluímos em muitas coisas. Hábitos para higiene foram mais expandidos pela televisão que entrou nas casas e massificou a informação. Em pouco mais de quarenta anos foram colonizadas cidades, restaurou-se a democracia no País. Foram desenvolvidas tecnologias para alimentar bilhões de pessoas no planeta, abandonamos o arado e vemos aparelhos colossais para o aprimoramento do trabalho rural, conhecemos o conforto de diversas formas, em casa, no trabalho, nos automóveis.
Conhecemos então a internet, a mola propulsora que alavancou a informação e facilitou o trabalho do homem. O homem desenvolveu tecnologias para ir a lua e enviar sondas espaciais que exploram o sistema solar para melhorar a vida na terra. Enfim, há muito o que dizer sobre a evolução do homem nos últimos tempos.
Mas... Sempre tem um “mas”. Ainda é pouco, ainda temos notícias de pessoas morrendo de fome. Num mundo tão cheio de prosperidade e tecnologia o ser humano padece por um pedaço de pão. Mas não é só o pão que faz falta.
Num mundo cheio de tecnologia vemos a ganância desenfreada pelo lucro e pelo sucesso dessas inovações tecnológicas, que ficam restritas a poucos. Não há uma expansão do bem-estar. Então continuamos a viver à sombra da noite e na escuridão de uma sabedoria que não ilumina. São de anos após descobrir o fogo, o plástico, a internet, a energia atômica, o homem reduz o seu conhecimento a uma mesquinhez imensa. Só melhorou a tecnologia, o homem continua o mesmo. Que evolução é essa?
O Natal é tempo de reflexão. Refletir o que estamos fazendo com a nossa vida neste mundo. Será que estamos cuidando bem deste planeta, como estamos vivendo com seres humanos uns com os outros? Que evolução espiritual temos tido?
Natal é tempo de lembrar: Deus veio em forma de menino, nasceu pobre para se fazer pobre como nós, mas trazendo a riqueza de sermos seus filhos. Fazendo dessas nossas diferenças a igualdade na solidariedade de um amor que não se explica, mas que deve se fazer entre todos nós. (DAILTON MARTINS, comerciante e leitor da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, FOLHA RURAL, 7 e 8 de janeiro de 2017 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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