Assinado por uma das mais renomadas nutricionistas do país, novo livro convida meninos e meninas a fazerem um alegre passeio no pomar. E assim, de forma lúdica, eles exploram o saudável universo das frutas (por THIAGO CASTRO, design- EDUARDO PIGNATA, fotos ANDREW RICH, ISTOCK
Você sabe como nasce uma jabuticaba? E a melancia, cresce em árvore ou no chão? Se essas questões às vezes dão um nó na cabeça dos adultos, imagine na das crianças. Para ajudar a desvendar tais mistérios e, de quebra, instigar o interesse dos pequenos por esses alimentos, a nutricionista Sonia Tucunduva Philippi, professora titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, acaba de lançar Frutas: Onde Elas Nascem?. A história, escrita diretamente para a garotada, segue dois irmãos e sua avó em um divertido passeio pelo pomar. “Existe muito pouco na literatura infanto-juvenil sobre nutrição”. Observa Sonia. “Com a chegada da Isadora, minha neta, o projeto foi tomando forma. Resolvi começar pelas frutas, devido ao apelo lúdico, colorido e gostoso”, conta.
Colocar uma obra como essa na cabeceira da cama das crianças faz todo o sentido. Segundo dados do IBGE, um terço da molecada de 5 a 9 anos está acima do peso. E a criação de hábitos saudáveis se inicia logo cedo – com as frutas ocupando papel nobre à mesa. “Qualquer variedade pode ser apresentada para o bebê a partir dos 6 meses”, informa a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo. A especialista explica que o ideal é evitar os sucos, que acabam perdendo fibras e vitaminas. O legal mesmo é amassar, dar na colher ou então deixar o filho manipular os pedaços (sempre com a supervisão de um adulto). Assim, ele entra em contato direto com o alimento. “A infância é uma fase cheia de particularidades, na qual estamos formando experiências e o paladar. São fatores que vão modular nossos hábitos ao longo de toda a vida”, ressalta Mariana.
CAMPEÃS DE AUDIÊNCIA
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos revelam que a maçã é a fruta preferida por lá. Já no Brasil, um trabalho da Universidade Federal de São Paulo em parceira com outras instituições indica que a banana tem espaço cativo nos lanches intermediários de crianças entre 4 e 6 anos – não à toa ela aparece no pomar do livro. A popularidade tem a ver com o fácil acesso, à praticidade e o gostinho que agrada diversos paladares.
Mas nada disso justifica que o furto do bananeiro seja a única opção no cardápio. O recomendado é variar, até porque as inúmeras cores detectadas nesse reino sinalizam a oferta de diferentes nutrientes. “Assim, não há necessidade de usar suplementos vitamínicos”, frisa Virgínia Weffort, presidente do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ofertar mexerica, uva e companhia ainda evita que as crianças se entupam de tranqueiras. Nesse aspecto, não dá para esquecer das verduras e dos legumes, elementos que devem protagonizar a próxima obra da professora Sonia. Ora, uma dieta balanceada depende de vários itens. Mas conseguir que a crianças experimente (e novas) frutas já é um belo pontapé inicial. (FONTE: Revista SAÚDE É VITAL,página 33 e 33, editora Abril (SP), janeiro 2017).
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