Hoje vamos retomar o tema da semana passada, regência verbal, mas de uma maneira mais prática. Você já aprendeu toda parte teórica, da classificação dos verbos de acordo com sua transitividade. Agora, vamos tratar de alguns errinhos comuns com relação a esse assunto, algumas pequenas confusões que quase todo mundo comete de vez em quanto e que, por isso mesmo, são frequentemente cobradas em vestibulares e concursos.
IR E CHEGAR – são dois verbos intransitivos ( que não precisam de um objeto), mas pedem uma circunstância de lugar. Até aí tudo bem, mas o detalhe é que esse lugar deve ser precedido, preferencialmente, pela preposição A ( “foi a Curitiba”, “chegou a São Paulo”). Outra preposições podem ser usadas como PARA ( “estamos indo para Cambé”) ou ATÉ “chegou até a esquina e parou”), mas nunca EM, como muita gente fala (“fui na escola”, “cheguei no hospital”) – lembrando que NA e NO são contrações da preposição EM com o artigo O e A. Você pode até usar EM, mas para indicar outras circunstâncias, como tempo ( “chegamos na hora”, ou meio, (“iremos no voo da manhã”), mas não para lugares.
PREFERIR – O mais comum é ouvir que alguém prefere uma coisa DO QUE outra, quando o correto seria usar a preposição A (“ prefiro pizza a lasanha”, “ela preferiu ficar em casa a sair”).
AGRADECER, PERDOAR e PAGAR – Esses são fáceis: você agradece, perdoa ou paga algo A alguém. Por exemplo, se alguém tem uma dívida em um restaurante e resolve quitá-la, não pode dizer que “pagou o restaurante”, pois na verdade pagou a dívida ou a conta AO restaurante. A mesma coisa com os outros dois verbos (“o padre perdoou aos fiéis”, “ agradecemos a todos os clientes”).
INFORMAR, AVISAR e COMUNICAR – Três verbos que admitem duas construções, você pode informar algo A alguém ou então informar alguém DE algo. Idem para os outros verbos ( “o professor informou a data da prova aos alunos” ou “o professor avisou os alunos da data da prova”, “comunicamos o ocorrido à família” ou “comunicamos a família do ocorrido”.
OBEDECER e DESOBEDECER – Ambo s são transitivos indiretos e exigem a preposição A. Então, o correto é dizer que você obedece A algo ou alguém (“ obedecemos ao código de trânsito”, “nunca desobedeça ao seu pai”).
ASSISTIR – Esse pode confundir, porque tem dois significados. Como transitivo direto, sem preposição, significa “dar assistência, ajudar”. Já como transitivo indireto, com a preposição A, quer dizer “ver, testemunhar acompanhar”. Então, se você vê o jogo de futebol do LEC, pela TV, você está assistindo ao jogo”. Quem “assiste o jogo” é quem está dando assistência para que ele aconteça, como os bandeirinhas, gandulas, etc. E assim por diante (“assisti a um episódio de minha série favorita”, “não assistimos à novela ontem”). Existe ainda um terceiro significado para assistir, como intransitivo, que é o de morar ou residir em algum lugar (“eu assisto em Londrina atualmente), mas é bem pouco utilizado hoje em dia.
VERBOS “TANTO FAZ”
Existem alguns verbos que admitem o uso com ou sem preposição, sem que isso altere seu sentido. Nesse caso, a oção é de quem fala ou escreve. Alguns exemplos: ATENDER (atendemos o cliente ou ao cliente”), SATISFAZER (“isso satisfaz minha necessidade ou a minha necessidade”), RENUNCIAR (“ renunciou o cargo ou ao cargo “).
Se ainda assim tiver alguma dúvida, consulte um bom dicionário. Ou então, se preferir, mande para nosso e-mail. Até a próxima terça! (FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL). Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, terça-feira, 5 de abril de 2016).
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