Por sorte, a cozinha de minha
casa ficava d o outro lado da rua. Rua Tiradentes, nº 57. Eu ocupava o 34. Os números, desordenadas toda a vida,
não se podia levar muito em conta. O
fato é que a cozinha de minha casa ficava do outro lado da rua – e, em se
tratando da casa de minha avó, isto era sorte!
Tomávamos o café da manhã e almoçávamos lá quase todos os dias. Almoçar fora era quando almoçávamos em casa. Sempre trabalhando pela manhã e à tarde, raramente nos sobrava tempo para isto.
Vovó e vovô, carismáticos e bem conhecidos na pequena cidade, recebiam visitas frequentes. Velhos amigos, padres e parentes distantes às vezes nos surpreendiam.
Certa feita, fui tomar o meu desjejum quando estava por lá um tal Zé Pernambuco. Homenzinho baixo e com as rugas já desenhadas pelo tempo, aparentava pouco estudado, mas conhecedor das ironias da vida e bem religioso. Zé Pernambuco era filósofo e não sabia. Na sua ignorância estavam contido conhecimentos de racionalização, anomia, dialética, existencialismo e mesmo ateísmo.
Não ficou muito desde que cheguei. Decorei algumas de suas palavras e anotei:
- A palavra de Deus é um freio pra gente não desembestar demais. Só que não é fácil segurar o freio. Quem não segue a palavra desembesta demais. ( Texto de DANILO LOPES, estudante de jornalismo e mora em Sabúdia, espaço crônica página 3, FOLHA 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 1 de julho de 2015).
Tomávamos o café da manhã e almoçávamos lá quase todos os dias. Almoçar fora era quando almoçávamos em casa. Sempre trabalhando pela manhã e à tarde, raramente nos sobrava tempo para isto.
Vovó e vovô, carismáticos e bem conhecidos na pequena cidade, recebiam visitas frequentes. Velhos amigos, padres e parentes distantes às vezes nos surpreendiam.
Certa feita, fui tomar o meu desjejum quando estava por lá um tal Zé Pernambuco. Homenzinho baixo e com as rugas já desenhadas pelo tempo, aparentava pouco estudado, mas conhecedor das ironias da vida e bem religioso. Zé Pernambuco era filósofo e não sabia. Na sua ignorância estavam contido conhecimentos de racionalização, anomia, dialética, existencialismo e mesmo ateísmo.
Não ficou muito desde que cheguei. Decorei algumas de suas palavras e anotei:
- A palavra de Deus é um freio pra gente não desembestar demais. Só que não é fácil segurar o freio. Quem não segue a palavra desembesta demais. ( Texto de DANILO LOPES, estudante de jornalismo e mora em Sabúdia, espaço crônica página 3, FOLHA 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 1 de julho de 2015).
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