Meu Pretinho, antes de tudo
espero que ninguém me processe por te chamar assim: não é racismo, ao
contrário, te acho muito bonito preto desse jeito, é com carinho que te chamo
Pretinho.
Pois bem, meu bem, adeus. Vou te aposentar. Já tanto te abandonei, você pensará, agora mais isto, aposentar. Sim, ao menos para mim você está aposentado.
Sim, este velho caboclo, que te comprou pensando em fotografar isso e aquilo, do lixo na rua à flor do cacto, este velho caboclo que te comprou pensando em se filmar falando poemas para o mundo, este velho caboclo simplesmente não tem paciência para conviver com você.
Então fique com Deus, ou melhor, com quem herdar você. Sim, estou te doando, querido, para não te magoar dizendo que estou te dando. Doar é mais nobre, né?
Sei que você vai poder dizer para o resto do mundo que nós acabamos dessa forma vergonhosa, mas é isso aí.
Ouviu que falei “o resto do mundo”? Porque quando estou com você nunca estamos sós! Ou melhor, esqueço de você, até que você toca, aí me lembro de você ao mesmo tempo que você me joga gene no colo, me joga informação demais, me convida para comprar coisas de que não preciso.
Gostei de ti, querido, enquanto durou, como diria o Vi.
Agora, adeus. Algum filho vai te usar, ainda não sei qual. Assim, de certa forma você continuará comigo uma relação bio-info-lógica, digamos.
Um smartphone aposentado de um velho caboclo, passando a servir a um jovem esperto, eis uma redenção. Ou ressurreição. Ou recelularização: se a palavra ainda não existia, inventamos!
A página no Facebook continuará tocada pela Dalva, e acessarei apenas pelo computador. Se um dia precisar de GPS, quem dirige em viagem é mesmo Dalva, que tem celular e pronto.
Portanto, adeus, Pretinho. Fique com um poeminho:
Não deu certo, meu querido
mas não se sinta culpado
vai cada um pro seu lado
mas você sai renascido.
Pois bem, meu bem, adeus. Vou te aposentar. Já tanto te abandonei, você pensará, agora mais isto, aposentar. Sim, ao menos para mim você está aposentado.
Sim, este velho caboclo, que te comprou pensando em fotografar isso e aquilo, do lixo na rua à flor do cacto, este velho caboclo que te comprou pensando em se filmar falando poemas para o mundo, este velho caboclo simplesmente não tem paciência para conviver com você.
Então fique com Deus, ou melhor, com quem herdar você. Sim, estou te doando, querido, para não te magoar dizendo que estou te dando. Doar é mais nobre, né?
Sei que você vai poder dizer para o resto do mundo que nós acabamos dessa forma vergonhosa, mas é isso aí.
Ouviu que falei “o resto do mundo”? Porque quando estou com você nunca estamos sós! Ou melhor, esqueço de você, até que você toca, aí me lembro de você ao mesmo tempo que você me joga gene no colo, me joga informação demais, me convida para comprar coisas de que não preciso.
Gostei de ti, querido, enquanto durou, como diria o Vi.
Agora, adeus. Algum filho vai te usar, ainda não sei qual. Assim, de certa forma você continuará comigo uma relação bio-info-lógica, digamos.
Um smartphone aposentado de um velho caboclo, passando a servir a um jovem esperto, eis uma redenção. Ou ressurreição. Ou recelularização: se a palavra ainda não existia, inventamos!
A página no Facebook continuará tocada pela Dalva, e acessarei apenas pelo computador. Se um dia precisar de GPS, quem dirige em viagem é mesmo Dalva, que tem celular e pronto.
Portanto, adeus, Pretinho. Fique com um poeminho:
Não deu certo, meu querido
mas não se sinta culpado
vai cada um pro seu lado
mas você sai renascido.
Poderá dizer
que é um
fenômeno evolutivo:
Conviveu com uma múmia
e ainda continua vivo! ( Página 21, cultura, espaço DOMINGOS
PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 26
de julho de 2015).fenômeno evolutivo:
Conviveu com uma múmia
e ainda continua vivo! ( Página 21, cultura, espaço DOMINGOS
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