Londrinense Rafael Ceribelli
Nechar é o primeiro brasileiro a se tornar tagger do Netflix, com a função de
assistir e classificar filmes e séries.
O primeiro tagger brasileiro
do Netflix é londrinense. Vai passar os dias assistindo filmes e séries para
poder classificá-las. Parece o emprego dos sonhos. E é! O jornalista e diretor
de cinema Rafael Ceribelli Nechar foi o
escolhido para assumir a vaga ofertada em abril deste ano pelo serviço de
streaming. Entre os requisitos estava justamente ter estudado cinema ou ter
experiência com direção, roteiro e outras áreas
do audiovisual. O londrinense tem trabalhos de sobra no currículo.
Vaga
Rafael ficou sabendo da vaga pelas redes sociais. Amigos
compartilharam a notícia e, como ele já tinha o currículo traduzido, resolveu
se inscrever. “Mandei entrarem em contato”, conta. A primeira conversa foi
realizada pelo Skype, num ambiente bastante descontraído. Os então futuros
chefes estavam em Los Gatos, na Califórnia (EUA), sede do Netflix. !Foi uma
conversa informal sobre filmes.
Contei que trabalho com roteiro e
produção de cinema”. Outras conversas se repetiram e o clima era sempre bem
informal. Numa delas, meia hora só para comentarem os anúncios do novo filme Star Wars.
Currículo
Além do currículo na produção cinematográfica, um dos principais
requisitos é também conhecer o cenário brasileiro. “Eles queriam alguém que
estivesse antenado com a produção brasileira. Hoje eu sei que filmes estão
sendo gravados, sei quem trabalha no que. Então, querem saber o que é relevante
“, justifica. Somente um brasileiro
poderá assistir aos filmes e séries, muitos deles produzidos pelo próprio
Netflix, e saber que atores e atrizes são conhecidos e importantes no país.
Cursos
Formado em jornalismo, Rafael
fez pós-graduação em cinema, vídeo e foto para trabalhar exclusivamente com
cinema. Ao mesmo tempo, trabalhou como jornalista, e dois anos depois largou
tudo para ir ao Rio de Janeiro. Coincidiu que o projeto itinerante da New York
Film Academy estava na América Latina e havia escolhido o Rio de janeiro para
sediar o curso de dois meses, entre
janeiro e fevereiro de 2013. Terminado, voltou à Terra Vermelha a convite de
Guilherme Peraro , para atuar na Kinopus.
Produção
Vem daí boa parte da
experiência na produção de cinema. Rafael atuou em diversos curtas e está na
equipe do longa Leste-Oeste,
temas das conversas com o pessoal do Netflix. No segundo semestre ele vai
dirigir o curta A Caça pelo Kinopus, da
qual também é roteirista. O emprego novo lhe dá essa flexibilidade de poder
trabalhar com outros projetos.
“A última coisa que me incentivou (ao emprego) foi o dinheiro (salário)”. Até porque Rafael já era fã do Netflix. “Sou um dos primeiros assinantes, de quando custava R$ 15,90 . “Até há pouco tempo continuei pagando esse valor e ainda sou assinante. Não sou apenas um cinéfilo. Gosto desse conteúdo original porque hoje o Netflix virou uma produtora e não apenas um serviço de streaming”.
“A última coisa que me incentivou (ao emprego) foi o dinheiro (salário)”. Até porque Rafael já era fã do Netflix. “Sou um dos primeiros assinantes, de quando custava R$ 15,90 . “Até há pouco tempo continuei pagando esse valor e ainda sou assinante. Não sou apenas um cinéfilo. Gosto desse conteúdo original porque hoje o Netflix virou uma produtora e não apenas um serviço de streaming”.
Rotina
Para quem pensa que é fácil
ficar só assistindo filmes e séries, não
imagina o trabalho que isso dá. Rafael ainda não sabe como será a rotina,
porque quando recebeu o JL em sua
casa, ainda não tinha recebido nada para assistir e classificar.
“Depende dos filmes que entrarem no sistema. Não sei se serão inéditos ou vou reclassificar alguns!. A partir daí, o trabalho é dizer se um filme é de drama ou de horror, uma comédia ou m suspense. “Esses tags são básicos”. Será preciso aprofundar, a fim de dar especificidades como a localidade da narrativa, data em que se passa (ou se é atemporal), qual a intenção primária do protagonista, e assim por diante.
“Depende dos filmes que entrarem no sistema. Não sei se serão inéditos ou vou reclassificar alguns!. A partir daí, o trabalho é dizer se um filme é de drama ou de horror, uma comédia ou m suspense. “Esses tags são básicos”. Será preciso aprofundar, a fim de dar especificidades como a localidade da narrativa, data em que se passa (ou se é atemporal), qual a intenção primária do protagonista, e assim por diante.
Notas
São de uma a três – ou de duas
a cinco – tags por filme. Por isso, enquanto assiste, Rafael anota tudo. Um
costume que já tinha mas que virou
profissão. “Anoto tudo o que se passa na tela. Não sou um expectador relaxado.
Eu já via filme a vida toda e tenho experiência com roteiro. Preciso saber as
nuances. O que muda para quem assina o Netflix ? “Alimento a síntese com dados
para traçar com mais exatidão o que o usuário poderá querer assistir depois”.
(FÁBIO LUPORINI
– fabiol@jornaldelondrina.com.br página 10, cultura espaço VIDA DIGITAL,
publicação do JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 8 de julho de 2015).
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