São Paulo – A empresa farmacêutica Eli Lilly divulgou os
primeiros resultados de testes clínicos com uma nova droga, chamada solanezumab,
que pode reduzir a taxa de progressão da doença de Alzheimer em um terço. Os
dados foram divulgados pela empresa na Conferência da Associação Internacional
de Alzheimer. Em Washington , nos Estados Unidos. Em 2016, a empresa deverá
realizar novos testes clínicos que poderão indicar evidências definitivas sobre
o funcionamento da nova droga. Hoje ainda não existem medicamentos capazes de
deter a morte de neurônios causada pelo Alzheimer, mas o solanezumab poderá
manter essas células vivas, segundo os cientistas da empresa.
Segundo os cientistas da Eli Lilly, os
medicamentos atuais usados contra o Alzheimer atuam apenas sobre os sintomas da
demência, auxiliando o funcionamento das células que estão morrendo. Mas o
solanezumab ataca as proteínas deformadas conhecidas como amiolóides, que se
acumulam no cérebro quando a doença ocorre. Os cientistas acreditam que a
formação de placas pegajosas de amiolóide entre os neurônios podem causar danos
e eventualmente matar as células nervosas.
De acordo com o diretor dos
Laboratórios de Pesqjuisa Lilly, Eric Siemers, os testes deram pista de que a
droga funciona para pacientes em estados iniciais de Alzheimer, reduzindo a
progressão da doença em 34%. “È mais uma prova de que o solanezumab tem um
efeito na patologia subjacente da doença. Acreditamos que há uma chance de que
o solanezumab será a primeira medicação disponível que modifica a doença”,
acrescentou.
Ao longo do tempo, diversas empresas
desenvolveram ensaios com drogas que pareciam inicialmente promissoras, mas que
falharam ao tentar uma redução significativa da deterioração da memória e de
outras tarefas cognitivas comprometidas em pacientes com a doença. Caso seja
aprovada em testes clínicos futuros, a droga da Eli Lilly poderá ser a
primeira a reduzir a progressão do Alzheimer. Mas a droga já fracassou em todos
os testes anteriores.
Dois amplos testes clínicos realizados
em 2012 falharam e nõ foi possível demonstrar diferenças entre a ação da droga
e a de um placebo. Os cientistas da empresa, no entanto, mantiveram as
esperanças, porque o solanezumab supostamente freou o declínio cognitivo em
pacientes com uma forma atenuada da doença. A empresa decidiu reiniciar novos
testes clínicos em 2013, com previsão para conclusão no fim de 2016. ( FÁBIO DE CASTRO – AGÊNCIA ESTADO, ´página 6, FOLHA GERAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira, 24 de
julho de 2015.
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