Saúde Estuda e implanta no ano que vem a Profilaxia Pré-Exposição
(PrEP), destinada às pessoas que precisam de proteção antes de uma possível
exposição ao vírus
O Brasil é exemplo para o mundo no enfrentamento da aids, garantindo
na rede pública o tratamento da doença e investindo pesado na prevenção. Com a
constatação de que os medicamentos antirretrovirais usados no tratamento dos
doentes poderiam ter papel fundamental na prevenção, todos que contraíram i
vírus HIV passaram desde 2013 a ser tratados, independentemente de o caso ser
sintomático ou assintomático. As estratégias do Ministério da Saúde evoluíram
para a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), para quem teve problemas, como camisinha
rasgada durante o ato sexual ou mesmo foi negligente, que pode iniciar um tratamento para evitar o contágio no prazo
máximo de 72 horas e por 28 dias. É a chamada “pílula dos 28 dias seguintes”.
Agora está em estudo e deve ser implantada no ano que vem a Profilaxia
Pré-Exposição ao HIV (PrEP), destinada às pessoas que precisam de proteção
antes de uma possível exposição ao vírus HIV – os profissionais do sexo, por
exemplo.
Profilaxias
Há duas semanas, o diretor do departamento de
DST, Aids e Hepatites virais, do Ministério da Saúde, Fabio Mesquita, esteve em
Londrina no 15º Encontro Paranaense de Psicologia. Ele falou sobre sua
especialidade, redução de danos à saúde de
pessoas que usam drogas, e as estratégias do Brasil no combate e
prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Em Londrina, as profilaxias para a prevenção da aids estão à disposição no Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho. O Centro Integrado de Doenças Infecciosas (Cidi), composto por serviços de ações de prevenção e assistência à epidemia das DSTs, HIV/aids, Hepatites Virais e Tuberculose, funciona na Alameda Manoel Ribas, 1, telefone (43) 3379-0144 . O funcionamento vai das 7 às 16 horas. Após esse horário, e nos fins de semana, o Hospital Estadual Anísio de Figueiredo (Zona Norte) , é o centro encarregado de atender aos eventuais “acidentes sexuais”, que exigem pressa no início do tratamento e da profilaxia pós-exposição ao HIV. O Hospital da Zona Norte fica na Rua Odilon Braga, 199, Conjunto Sebastião de Melo Cesar, telefone (43) 3376-4600.
Em Londrina, as profilaxias para a prevenção da aids estão à disposição no Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho. O Centro Integrado de Doenças Infecciosas (Cidi), composto por serviços de ações de prevenção e assistência à epidemia das DSTs, HIV/aids, Hepatites Virais e Tuberculose, funciona na Alameda Manoel Ribas, 1, telefone (43) 3379-0144 . O funcionamento vai das 7 às 16 horas. Após esse horário, e nos fins de semana, o Hospital Estadual Anísio de Figueiredo (Zona Norte) , é o centro encarregado de atender aos eventuais “acidentes sexuais”, que exigem pressa no início do tratamento e da profilaxia pós-exposição ao HIV. O Hospital da Zona Norte fica na Rua Odilon Braga, 199, Conjunto Sebastião de Melo Cesar, telefone (43) 3376-4600.
Entrevista
( Fabio Mesquita, diretor
do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Minstério da Saúde
“Todos têm a alternativa de usar
preventivamente os antirretrovirais”
As campanhas de prevenção contra
o HIV e contra a aids mantêm o alerta, principalmente para o uso da camisinha?
A aids é uma epidemia que tem 34 anos. No Brasil, o primeiro caso é de 1982, nos EUA um ano antes. As pesquisas sobre o comportamento da sociedade nos últimos anos mostram que as pessoas têm relacionamentos sexuais cada vez mais jovens. Têm cada vez mais parceiros eventuais. São 30 anos de campanhas e todo mundo sabe a importância da camisinha, mas as últimas informações, de 2013, mostram que 94% da população sabe que precisa usar camisinha, mas só 55% usam. Isso dá um hiato entre quem precisa usar ou quem deve usar e quem de verdade está usando. Por isso hoje a gente não concentra todas as ações de prevenção só na camisinha. A gente tem outras estratégias que ajudam na prevenção da disseminação da aids.
A aids é uma epidemia que tem 34 anos. No Brasil, o primeiro caso é de 1982, nos EUA um ano antes. As pesquisas sobre o comportamento da sociedade nos últimos anos mostram que as pessoas têm relacionamentos sexuais cada vez mais jovens. Têm cada vez mais parceiros eventuais. São 30 anos de campanhas e todo mundo sabe a importância da camisinha, mas as últimas informações, de 2013, mostram que 94% da população sabe que precisa usar camisinha, mas só 55% usam. Isso dá um hiato entre quem precisa usar ou quem deve usar e quem de verdade está usando. Por isso hoje a gente não concentra todas as ações de prevenção só na camisinha. A gente tem outras estratégias que ajudam na prevenção da disseminação da aids.
E quais são essas estratégias?
Os medicamentos antirretrovirais. No final da década de 80, só tinha um, que era o AZT. Depois em 1996, aparece o coquetel que, em suas diversas composições, vem evoluindo com o passar do tempo. A gente foi aprendendo, e descobrimos isso em 2011, que os medicamentos não tinham efeitos para o indivíduo em tratamento, evitando o comprometimento da imunidade e as infecções. Tinha também o benefício da prevenção. O que a gente descobriu? Uma pessoa que está sem tratamento tem grande quantidade de vírus circulando nela, quando inicia o tratamento com os antivirais vírus se recolhe para reservatórios e para de circular no organismo. Esse vírus para de circular no sangue, para de circular no esperma, na secreção vaginal, para de circular no leite e por causa disso não transmite mais. Então, desde 2013, todas as pessoas que têm o HIV passam a ser tratadas com os medicamentos, independente de estar doente com aids ou não. O objetivo do medicamento passa a ser também de prevenção.
Temos outras estratégias de
prevenção como para quem eventualmente corre riscos?
Uma pessoa que não tem o HIV usou camisinha e ela estourou na relação. Ou a pessoa sofreu uma violência sexual. Ou mesmo que, por negligência, não usou a camisinha. Todos têm a alternativa de usar preventivamente os medicamentos antirretrovirais depois dest exposição. É o que gente chama de profilaxia pós-exposição. A pessoa se expôs, tem até 72 horas para começar a usar o medicamento depois do acidente. Uma vez que ela começa usar o medicamento o mais cedo possível e nas primeiras 72 horas, ela tem de usar por 28 dias. É o que a gente tem carinhosamente chamado de pílula dos 28 dias seguintes. Quanto mais cedo, melhor, mas às vezes demora para chegar na unidade de saúde para pegar o remédio e começar a tomar. Essa é a Profilaxia Pós-Exposição (PEL).
Mas agora teremos a profilaxia
pre-exposição ao HIV?
Mais recentemente apareceu uma nova técnica de prevenção, a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (Pr.EP). Para que as pessoas possam se proteger antes de uma possível exposição. (por exemplo: um profissional do sexo masculino, um travesti. Uma menina profissional do sexo, que tem relação sexual todos os dias, com vários parceiros, que usa a camisinha, mas esta explode ou outro problema. Eles podem tomar os medicamentos antes da exposição. Isso vai proteger as pessoas. Isso a gente chama de prevenção combinada, várias ações que permitem a prevenção).
Esses medicamentos estão à
disposição da população?
Os medicamentos de prevenção pós-exposição. PEP, estão à disposição desde 2013. Os pré-exposição, PrEP, está em estado e estará à disposição no início e 2016. Embora a gente saiba que o PrEP funciona, os estudos visam entender se a nossa população aceita tomar medicamentos sem estar doente, vai tomar como prevenção. E, segundo, se esse estudos, que mostram que o PrEP funciona, mais herméticos, feitos nas universidades com o cara que até recebe uma remuneração para voltar para o estudo, se isso funciona numa unidade do SUS (Sistema Único da Saúde) no dia a dia. A perspectiva é transformar isso numa política pública e incorporar esses medicamentos para prevenção pré-exposição provavelmente a partir de 2016.
As “pílulas dos 28 dias seguintes”
estão à disposição em algumas unidades especiais?
Em todas as cidades do Brasil, não na totalidade dos 5 mil municípios, mas boa parte deles, principalmente nas maiores cidades, sempre em algumas unidades que são específicas. Normalmente os sites das secretarias da Saúde, estaduais e municipais, orientam onde buscar o medicamento. Estamos desenvolvendo um aplicativo de orientação para o início do ano que vem. A pessoa que está viajando, por exemplo, para Manaus, que não conhece (os locais de entrega do medicamento). Ela tem um “acidente” vai ao aplicativo que vai dizer onde buscar o medicamento em Manaus. ( MARCOS
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