SERICICULTURA VOLTA A SER ATRATIVA PARA O PEQUENO PRODUTOR
A falta de casulo para atender à atual demanda eleva valores pagos aos
produtores e desperta novos investimentos
No mundo da sericicultura, o
pequeno produtor á ator principal. Por não requerer grandes áreas de cultivo,
agricultores familiares têm apostado forte na atividade. Daniel de Andrade
cultiva o bicho-da-seda no Município de Nova Esperança (Noroeste) desde o ano
2000. A atividade ele conhece desde a adolescência e sabe bem suas fases. O
comportamento do mercado fez com que se afastasse do cultivo de casulos por 14
anos. Em 1987 parei de produzir porque os preços estavam
muito baixos”, recorda o sericicultor.
Na época, a crise da sericicultura atingiu forte o município de Nova Esperança, onde muitos produtores deixaram a atividade porque os preços pagos aos produtores não cobriam nem mesmo os gastos de produção. “Lembro que uma vez fizemos uma greve porque não havia uma remuneração favorável pelo casulo”, observa.
Hoje, a realidade de Andrade é bem diferente. Com o déficit de sericicultores, os preços recebidos pelos produtores estão bem mais atrativos. Nesta safra (2015/16), ele espera colher duas toneladas de casulo, volume igual se comparado ao mesmo período do ano passado.
Andrade observa que produzir bicho-da-seda hoje está muito mais fácil do que antigamente. O sericicultor explica que antigamente as indústrias não davam nenhum suporte técnico aos produtores. Ela conta que hoje o suporte que a Bratac fornece viabiliza a vida do pequeno produtor.
A indústria presta assistência técnica no plantio da amoreira, entregando a muda pronta para ser plantada, ajuda na preparação da terra e no suporte durante toda a cadeia produtiva. “O meu trabalho é manter as larvas bem nutridas e barracão sempre higienizado para não trazer doenças, como o amarelão”. A doença é causada por um vírus que faz com que as lagartas percam o apetite e morrem.
A única ação que o sericicultor pode fazer para que não haja contaminação pelo vírus é a limpeza constante do barracão e, na troca de um lote para outro, o produtor deve fazer a aplicação de cal para esterilizar o ambiente. Em relação à alimentação, Andrade cobre o barracão com folhas de amora quatro vezes ao dia. Segredo do bicho-da-seda, reforça ele, é mantê-los sempre bem alimentados.
Na época, a crise da sericicultura atingiu forte o município de Nova Esperança, onde muitos produtores deixaram a atividade porque os preços pagos aos produtores não cobriam nem mesmo os gastos de produção. “Lembro que uma vez fizemos uma greve porque não havia uma remuneração favorável pelo casulo”, observa.
Hoje, a realidade de Andrade é bem diferente. Com o déficit de sericicultores, os preços recebidos pelos produtores estão bem mais atrativos. Nesta safra (2015/16), ele espera colher duas toneladas de casulo, volume igual se comparado ao mesmo período do ano passado.
Andrade observa que produzir bicho-da-seda hoje está muito mais fácil do que antigamente. O sericicultor explica que antigamente as indústrias não davam nenhum suporte técnico aos produtores. Ela conta que hoje o suporte que a Bratac fornece viabiliza a vida do pequeno produtor.
A indústria presta assistência técnica no plantio da amoreira, entregando a muda pronta para ser plantada, ajuda na preparação da terra e no suporte durante toda a cadeia produtiva. “O meu trabalho é manter as larvas bem nutridas e barracão sempre higienizado para não trazer doenças, como o amarelão”. A doença é causada por um vírus que faz com que as lagartas percam o apetite e morrem.
A única ação que o sericicultor pode fazer para que não haja contaminação pelo vírus é a limpeza constante do barracão e, na troca de um lote para outro, o produtor deve fazer a aplicação de cal para esterilizar o ambiente. Em relação à alimentação, Andrade cobre o barracão com folhas de amora quatro vezes ao dia. Segredo do bicho-da-seda, reforça ele, é mantê-los sempre bem alimentados.
DIFICULDADES
A aquisição de mão de obra para trabalhar na atividade já foi o principal desafio do produtor. Hoje,
Andrade desistiu de contratar pessoas para trabalhar com ele. O sericicultor
revela que se tivesse gente disponível, poderia até mesmo expandir a sua
produção com a construção de um novo barracão.
Hoje, só ele e a esposa tocam a propriedade de 4,8 hectares. Os dois filhos do casal deixaram o campo e foram tentar a vida na cidade. Mas o que Andrade tira com um só barracão já é, o suficiente para ele e a esposa.
Andrade finaliza dizendo que o trabalho com a sericicultura também requer planejamento. Entre junho e agosto, meses considerados mais frios, Andrade fica sem produzir. Por causa disso, durante a safra ele precisa fazer seu planejamento econômico para que nesse períoco consiga manter a propriedade funcionando.
O paulistano Luiz José Mascoti, também produtor em Nova Esperança, viu na criação do bicho da seda uma oportunidade de negócio, desde o ano 2000, quando chegou ao Paraná. P sericicultor lembra que, como sua propriedade era pequena para a agricultura, precisa de uma atividade rentável, mas que não precisasse de grandes extensões de terras
Em enos de 2,4 hectares, Mascoti recolhe em torno de três caixas de produção por mês. Cada uma rende em torno de R$ 1 mil para o sericicultor. “Produzir amoreiras é o que dá mais retorno. A Bratac espera receber na safra 2015/16 2.850 toneladas de casulo verde, ante 2.750 toneladas recolhidas no ciclo anterior.
Hoje, só ele e a esposa tocam a propriedade de 4,8 hectares. Os dois filhos do casal deixaram o campo e foram tentar a vida na cidade. Mas o que Andrade tira com um só barracão já é, o suficiente para ele e a esposa.
Andrade finaliza dizendo que o trabalho com a sericicultura também requer planejamento. Entre junho e agosto, meses considerados mais frios, Andrade fica sem produzir. Por causa disso, durante a safra ele precisa fazer seu planejamento econômico para que nesse períoco consiga manter a propriedade funcionando.
O paulistano Luiz José Mascoti, também produtor em Nova Esperança, viu na criação do bicho da seda uma oportunidade de negócio, desde o ano 2000, quando chegou ao Paraná. P sericicultor lembra que, como sua propriedade era pequena para a agricultura, precisa de uma atividade rentável, mas que não precisasse de grandes extensões de terras
Em enos de 2,4 hectares, Mascoti recolhe em torno de três caixas de produção por mês. Cada uma rende em torno de R$ 1 mil para o sericicultor. “Produzir amoreiras é o que dá mais retorno. A Bratac espera receber na safra 2015/16 2.850 toneladas de casulo verde, ante 2.750 toneladas recolhidas no ciclo anterior.
PRODUTOS DE ALTA QUALIDADE PÕEM EMPRESA EM EVIDÊNCIA
Qualidade e produtividade são
dois predicados que garantiram à Bratac a permanência nesse mercado. José Oda,
gerente de produção da empresa, explica que a crise econômica que assolou o
mundo nos últimos anos fez com que muitas indústrias que trabalhavam com seda
fechassem as suas portas. Mesmo em momentos ruins, a Bratac não deixou de focar
na qualidade de seus produtos, muitos deles diferenciados, como fios de seda
coloridos.
Oda afirma que hoe a agroindústria da
seda vive um bom momento, principalmente pela alta valorização do dólar frente
ao real, já que a maior parte da seda crua é voltada para o mercado externo.
Devido ao aquecimento desse mercado, só neste ano 300 novos sericicultores firmaram
parceria com a empresa. Ao todo, a Bratac possui 2.300 produtores parceiros,
dos quais 1900 estão no Paraná. O
restante está espalhado pelo s estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
MERCADO
Por ser a única no mercado e
possuir um produto diferenciado, o gerente de produção da Bratac afirma que a
empresa ganhou mais poder de barganha. “Temos que manter a nossa
competitividade, por isso buscamos sempre melhorar a qualidade de nossos
produtos”. Oda observa que essa estratégia garantiu que a empresa conquistasse
grandes mercados, a exemplo da Europa. Contudo, nem tudo é belo neste setor.
Oda destaca que a China é uma concorrente que tem aumentado sua participação no
mercado internacional. (R.M)
NA LINHA DO CRESCIMENTO
Produção de seda volta a trazer bons resultados para os produtores
paranaenses
Um dos tecidos mais nobres na
indústria da moda, a seda tem trazido bons resultados para os produtores
paranaenses que atuam na atividade. Devido ao aquecimento do mercado nos últimos
anos, principalmente em âmbito internacional, a atividade vem ganhando fôlego. O
apoio da indústria também tem ajudado a valorizar a produção local, que tem
alcançado bons índices, graças à assistência técnica que os sericicultores
estão recebendo.
A produção do Paraná na safra 2014/15 chegou a 2,1 mil toneladas de casulos de seda, volume 10% superior em relação ao ciclo anterior. Para o período 2015/16, iniciado em agosto, a produção paranaense de casulos deve ser semelhante ao registrado na safra passada. O Paraná é o maior produtor nacional de seda, representando 85% da produção brasileira.
Em área de amoreiras, vegetação utilizada para alimentar o bicho-da-seda, o Paraná possui 4,1 mil hectares. A região Noroeste do Estado continua sendo o maior polo de produção de seda. Gianna Maria Cirio, agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), observa que devido ao bom retorno que a atividade vem trazendo, principalmente para os pequenos produtores, muitos deles têm investido forte nessa produção, o que tem garantido uma média de crescimento em produtividade de seda de 15% ao ano.
Gianna observa que a seda paranaense tem qualidade e compradores garantidos, ainda com um grande espaço a ser preenchido no mercado. Ela explica que a Bratac, única empresa têxtil do País que processa fios de seda, com unidades em Bastos (SP) e Londrina, trabalha hoje com 70% de sua capacidade operacional. Ao todo, a indústria possui cerca de 1.900 produtores cadastrados somente no Paraná, cuja média de produtividade varia entre 550 a 600 quilos de casulos por hectare.
A produção do Paraná na safra 2014/15 chegou a 2,1 mil toneladas de casulos de seda, volume 10% superior em relação ao ciclo anterior. Para o período 2015/16, iniciado em agosto, a produção paranaense de casulos deve ser semelhante ao registrado na safra passada. O Paraná é o maior produtor nacional de seda, representando 85% da produção brasileira.
Em área de amoreiras, vegetação utilizada para alimentar o bicho-da-seda, o Paraná possui 4,1 mil hectares. A região Noroeste do Estado continua sendo o maior polo de produção de seda. Gianna Maria Cirio, agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), observa que devido ao bom retorno que a atividade vem trazendo, principalmente para os pequenos produtores, muitos deles têm investido forte nessa produção, o que tem garantido uma média de crescimento em produtividade de seda de 15% ao ano.
Gianna observa que a seda paranaense tem qualidade e compradores garantidos, ainda com um grande espaço a ser preenchido no mercado. Ela explica que a Bratac, única empresa têxtil do País que processa fios de seda, com unidades em Bastos (SP) e Londrina, trabalha hoje com 70% de sua capacidade operacional. Ao todo, a indústria possui cerca de 1.900 produtores cadastrados somente no Paraná, cuja média de produtividade varia entre 550 a 600 quilos de casulos por hectare.
GARGALOS
A escassez de mão de obra para
amiudar das amoreiras e das larvas no
barracões é um grande desafio para o sericicultor paranaense. Gianna, do Deral,
afirma que as pessoas, principalmente os
jovens, não querem mais trabalhar no
campo. Para resolver este problema, os produtores têm investido forte na
mecanização da produção. Cortadeiras de amoreiras é uma das ferramentas que eles
estão adotando para viabilizar a colheita das folhas de amora. Já para retirar os
casulos, que ficam nos barracões, já existem máquinas que fazem a coleta dos
rolos de seda.
O fitopatologista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rui Yamaoka, observa que a sericicultura paranaense tem se profissionalizado cada vez mais, o que tem trazido um bom retorno em termos de produtividade para o produtor. Além disso, reforça ele, o manejo também tem melhorado graças ao apoio da assistência técnica. O especialista ressalta que a renovação contínua dos pés de amoreira, a troca por variedades mais produtivas e o apoio da indústria no ramo das pesquisas, com variedades mais produtivas, tem colaborado para o produtor conquistar bons resultados.( RICARDO MAIA - Reportagem Loca, FOLHA RURAL, páginas 6, 7 e 4 , sábado, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
O fitopatologista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rui Yamaoka, observa que a sericicultura paranaense tem se profissionalizado cada vez mais, o que tem trazido um bom retorno em termos de produtividade para o produtor. Além disso, reforça ele, o manejo também tem melhorado graças ao apoio da assistência técnica. O especialista ressalta que a renovação contínua dos pés de amoreira, a troca por variedades mais produtivas e o apoio da indústria no ramo das pesquisas, com variedades mais produtivas, tem colaborado para o produtor conquistar bons resultados.( RICARDO MAIA - Reportagem Loca, FOLHA RURAL, páginas 6, 7 e 4 , sábado, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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