Pesquisa realizada pela PUC – RS mostra que o jovem brasileiro
transformou o conceito de estrutura familiar e acredita em modelos muito
diferentes
Três anos atrás, pesquisadores
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) deu início a
um projeto que levaria a uma revelação surpreendente, apesar de todas as
mudanças comportamentais das últimas décadas, o jovem brasileiro ainda tinha
entre suas grandes aspirações a formação de uma família.
O mesmo grupo acaba de concluir uma ampla pesquisa que confere contornos mais nítidos àquela descoberta: sim, a chamada geração Y continua a sonhar com uma família, mas o que ela entende por família é uma coisa bastante diferente do conceito tradicional. 88,1% consideram que um conceito de família fundamental ou muito importante e 11,9% consideram irrelevante ou pouco importante.
“Houve um processo de transformação. Para essa geração, a família pode ter tantos vieses e outros formatos” observa Ilton Teitelbaum, coordenador do núcleo de pesquisa do Espaço Experiência, ligado à Faculdade de Comunicação Social, (Famecos), responsável pelo projeto.
O mesmo grupo acaba de concluir uma ampla pesquisa que confere contornos mais nítidos àquela descoberta: sim, a chamada geração Y continua a sonhar com uma família, mas o que ela entende por família é uma coisa bastante diferente do conceito tradicional. 88,1% consideram que um conceito de família fundamental ou muito importante e 11,9% consideram irrelevante ou pouco importante.
“Houve um processo de transformação. Para essa geração, a família pode ter tantos vieses e outros formatos” observa Ilton Teitelbaum, coordenador do núcleo de pesquisa do Espaço Experiência, ligado à Faculdade de Comunicação Social, (Famecos), responsável pelo projeto.
Retrato
A pesquisa Ideias e Aspirações
do Jovem Brasileiro sobre Conceitos de Família
foi realizada com 1,5 mil pessoas entre
18 e 34 anos, de todas as regiões do país. Os entrevistados foram selecionados
de forma a refletir uma amostra representativa da sociedade. O retrato que
emergiu daí evidencia que o Brasil está mudando.
Um primeiro dado que chama a atenção diz respeito à orientação sexual: chega a 28% a proporção de jovens que se declaram homossexuais ou bissexuais, o que Teitelbaum define como um “choque de gênero”. Pelas declarações, há mais bissexuais no público feminino e mais homossexuais no segmento masculino.
Outro choque é religioso. O Brasil pode ser considerado o maior país católico do mundo, mas entre os jovens essa opção é minoritária. Apenas um em cada três dizem seguir a Igreja de Roma. Os ateus e agnósticos somam 25,5%. Ateísmo, agnosticismo e fé sem religião somam 32,14%, quase um terço do total. No Nordeste há mais católicos. No Norte, mais evangélicos. No Sul e no Sudeste, mais ateus.
No que diz respeito à família em si, a aceitação de formas alternativas é expressiva. A maior parte dos jovens não pretendem casar na igreja, não rejeita nenhuma forma de organização familiar e acredita que os papéis de mãe e pai são unissex.
“Essa geração é permeável a várias formas de família. Entende que a vida é para ser vivida, não para ser ditada. Não se enquadra 100% nos padrões do passado. Para ela, as tarefas do lar podem ser exercidas tanto pelo homem quanto pela mulher”, afirma Teitelbaum.
Ainda segundo a pesquisa, a luta contra o preconceito parece ter resultados nessa geração (veja quadro), já que a opção “nenhuma” é predominante no quesito familiar que menos agrada. No entanto, a maior rejeição ainda é em relação às famílias homoafetivas.
O pesquisador observa também que os jovens da atualidade são imediatistas e pensam primeiro no “eu” – antes de se casar, por exemplo, querem arrumar a vida. Eles também têm como característica um certo utilitarismo no que diz respeito à família: sua visão é de que o grupo familiar é algo prático e útil. E é, claro, uma geração superconectada, para a qual ter internet e wifi é algo muito mais importante do que possuir um freezer ou um carro. (ITAMAR MELO, RBS, página 9, geral, JOVENS, fim de semana, 14 e 15 de novembro de 2015, ´publicação do JORNAL DE LONDRINA).
Um primeiro dado que chama a atenção diz respeito à orientação sexual: chega a 28% a proporção de jovens que se declaram homossexuais ou bissexuais, o que Teitelbaum define como um “choque de gênero”. Pelas declarações, há mais bissexuais no público feminino e mais homossexuais no segmento masculino.
Outro choque é religioso. O Brasil pode ser considerado o maior país católico do mundo, mas entre os jovens essa opção é minoritária. Apenas um em cada três dizem seguir a Igreja de Roma. Os ateus e agnósticos somam 25,5%. Ateísmo, agnosticismo e fé sem religião somam 32,14%, quase um terço do total. No Nordeste há mais católicos. No Norte, mais evangélicos. No Sul e no Sudeste, mais ateus.
No que diz respeito à família em si, a aceitação de formas alternativas é expressiva. A maior parte dos jovens não pretendem casar na igreja, não rejeita nenhuma forma de organização familiar e acredita que os papéis de mãe e pai são unissex.
“Essa geração é permeável a várias formas de família. Entende que a vida é para ser vivida, não para ser ditada. Não se enquadra 100% nos padrões do passado. Para ela, as tarefas do lar podem ser exercidas tanto pelo homem quanto pela mulher”, afirma Teitelbaum.
Ainda segundo a pesquisa, a luta contra o preconceito parece ter resultados nessa geração (veja quadro), já que a opção “nenhuma” é predominante no quesito familiar que menos agrada. No entanto, a maior rejeição ainda é em relação às famílias homoafetivas.
O pesquisador observa também que os jovens da atualidade são imediatistas e pensam primeiro no “eu” – antes de se casar, por exemplo, querem arrumar a vida. Eles também têm como característica um certo utilitarismo no que diz respeito à família: sua visão é de que o grupo familiar é algo prático e útil. E é, claro, uma geração superconectada, para a qual ter internet e wifi é algo muito mais importante do que possuir um freezer ou um carro. (ITAMAR MELO, RBS, página 9, geral, JOVENS, fim de semana, 14 e 15 de novembro de 2015, ´publicação do JORNAL DE LONDRINA).
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