- Pietro, você tem certeza que
quer viajar até aqui? São doze horas de vôo!
- Eu sei, vô, eu quero sim.
- Mas você sabe que vai vir sem o papai e a mamãe, uma moça do avião cuidando de você até te entregar pra nós aqui, né?
- Eu sei que vou sozinho, vô, mas eu já tenho seis anos!
- Eu sei, vô, eu quero sim.
- Mas você sabe que vai vir sem o papai e a mamãe, uma moça do avião cuidando de você até te entregar pra nós aqui, né?
- Eu sei que vou sozinho, vô, mas eu já tenho seis anos!
Pietro veio dos Estados
Unidos, em São Paulo se juntou ao Lucca – e Caetano esperava em Londrina; deu
abraços de gente- grande nos primos menores, afinal ele já tem sete anos.
O sofá voltou a ser o herói de
sempre que os netos vem para a chácara. Como é picado e sovado nosso sofá, e
continua inteiraço!
E nosso café no terraço como é
tão gostoso com bigodes de iogurte e chuva de farelos de bolacha!
Eles brincam sem parar desde
que saem da cama até que caem na cama à noite, quando vovó Dalva lê histórias.
De manhã, pergunto quem lembra quem dormiu primeiro, e eles se entreolham e
riem, Caetano sopra:
- A vovó dormiu primeiro, vô.
- E Dalva confirma: - É, acho que, de tão cansada de ver tanta brincadeira, apaguei no virar a página.
- A vovó dormiu primeiro, vô.
- E Dalva confirma: - É, acho que, de tão cansada de ver tanta brincadeira, apaguei no virar a página.
Brinquedo campeão é o Cipó do
Tarzã! É só uma corda dupla com nó para os pés. Pendurada num galho do flamboiã, sobre uma escada em V de
onde eles se lançam à aventura que dura poucos segundos mas rende tanto riso!
Enquanto isso, o balanço caprichado que o vô fez, lá na mangueira, continua
abandonado... Pietro explica:
- O Cipó do Tarzã é mais massa, vô!
- O Cipó do Tarzã é mais massa, vô!
E vamos ao shopping . No final
da tarde de cinema – parquinho-sorvete, depois de brincarem até com os
seguranças, perguntamos se gostaram de rever o shopping.
- Foi bom...
- mas não tão bom.
- Antes tinha mais criança.
- Foi bom...
- mas não tão bom.
- Antes tinha mais criança.
Como explicar a eles a crise na
economia?
Duas semanas ou duzentos bons
momentos depois:
- Bem, meninos, vai acabar nossa colônia de férias.
- Que é colônia, vô?
- Bem, meninos, vai acabar nossa colônia de férias.
- Que é colônia, vô?
Depois que conto tudo que
sei da palavra “colônia”, pergunto se entenderam, e Luca resume:
- Colônia é a gente se juntar até acabar o tempo de férias .
- Colônia é a gente se juntar até acabar o tempo de férias .
E foram para os seus aviões,
seus pais, seu outro país, seus mundos, seu futuro. À noite, acho um aviãozinho debaixo do
travesseiro, e então o peito incha, os olhos enchem, e a última cena da Colônia
de Férias é uma tela borrada do The End de um filme que já passou e nunca vai
passar. (Crônica escrita pelo escritor
DOMINGOS
PELLEGRINI, página 21, cultura- espaço DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 9 de agosto de 2015).
PELLEGRINI, página 21, cultura- espaço DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 9 de agosto de 2015).
Nenhum comentário:
Postar um comentário