Conforme já comentamos em uma das
primeiras colunas, o estudo de uma língua é feito através de uma série de
áreas. A gramática (conjunto de regras) é apenas uma dessas áreas do
conhecimento. Também temos a morfologia ( que estuda a forma das palavras), a
sintaxe (função das palavras no texto)a fonética e a fonologia ( estudo dos
sons) e várias outras.
Mas hoje vamos tratar de uma das partes mais interessantes e curiosas da língua: a etimologia. Trata do estudo da história das palavras, de sua origem e de sua evolução através dos tempos. Falando assim, pode não parecer tão atrativo, mas garanto que, sendo curioso sobre o assunto, você vai acabar descobrindo coisas que nem imaginamos. Vamos ver alguns exemplos.
Mas hoje vamos tratar de uma das partes mais interessantes e curiosas da língua: a etimologia. Trata do estudo da história das palavras, de sua origem e de sua evolução através dos tempos. Falando assim, pode não parecer tão atrativo, mas garanto que, sendo curioso sobre o assunto, você vai acabar descobrindo coisas que nem imaginamos. Vamos ver alguns exemplos.
Decorar: Na sua vida escolar, com certeza você já teve que decorar
algo, ou, em outras palavras, saber de cor. O que talvez você não saiba é que
essa palavra vem do latim “cor” ou “cordis”, que significa coração. Isso porque
os antigos (o s gregos e, posteriormente, os romanos) acreditavam que
informações e sentimentos eram guardados no coração, e não no cérebro.
Consequentemente, aquilo que você guardou e não esqueceu foi “decorado”, ou
seja, “armazenado” no coração. Só pra complementar, a palavra “cardis” também
deu origem a termos como “cardíaco” ou, “cardiologista”.
Judiar: Essa tem uma explicação triste. Com certeza você já
utilizou esse verbo, ou talvez um de seus derivados, como o substantivo
“judiação”, mas provavelmente sem saber que a palavra vem de “judeu”. Significa
tratar alguém como os judeus foram tratados (ou maltratados), para ser
mais específico). Logicamente, a situação dos
judeus hoje em dia é bem diferente do passado, mas o termo permaneceu.
Algumas pessoas consideram, inclusive, que é uma palavra preconceituosa, que
deveria ser evitada, como o próximo exemplo.
Denegrir: Ao pé da letra quer dizer “torrar negro”. Se for usada no
sentido mais literal, de escurecer, não há problema, como por exemplo, em “a
unha do polegar denegriu-se por causa da pancada”. O problema é que se usarmos
no sentido mais comum, de tornar algo ruim (“isso denegriu a imagem do político”), há uma clara conotação
racista, de que o que é negro é ruim. Mais ou menos como acontece com a
expressão “a coisa está preta).
Gorjeta: Essa é bem curiosa, pois vem de uma palavra pouco
conhecida na língua portuguesa, “gorja”, que significa “garganta”. Podemos encontrar
outra palavra da mesma família nos versos de Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras,
onde canta o sabiá; aves que aqui
gorjeiam não gorjeiam como lá”. No caso das aves, tudo bem, afinal elas usam a
garganta para cantar (gorjear), mas o que isso tem a ver com a gorjeta dada a
algum trabalhador? Bem, antigamente, era comum pagar uma bebida a quem
executava pequenos serviços, como agradecimento. O problema é que a pessoa,
depois de várias “gorjetas”, ficava embriagada e incapaz de continuar
trabalhando. Então, pouco a pouco, a bebida foi sendo substituída por um
trocadinho, dando origem à ideia de gorjeta que temos hoje em dia.
Esses são alguns exemplos de como podemos aprender mais sobre a língua
simplesmente sendo curiosos. Para descobrir mais, você pode buscar em bons
dicionários, que geralmente trazem alguma informação sobre a origem da palavra.
Ou, para ser ainda mais específico, é possível encontrar na maioria das bibliotecas um
exemplar de um dicionário etimológico, que trata especificamente do tema. Claro
que você também pode recorrer à internet,
mas lembre-se de que nem tudo aí é confiável, é importante buscar um site com
credibilidade para isso.
Em outra ocasião voltaremos a tratar do tema. Enquanto isso, mande suas dúvidas e sugestões para o nosso e-mail: bemdito14@gmail.com. Até a próxima terça. FLAVIANO LOPES – Professor de Português e Espanhol. Caderno FOLHA 2, página 5, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 26 de maio de 2015).
Em outra ocasião voltaremos a tratar do tema. Enquanto isso, mande suas dúvidas e sugestões para o nosso e-mail: bemdito14@gmail.com. Até a próxima terça. FLAVIANO LOPES – Professor de Português e Espanhol. Caderno FOLHA 2, página 5, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 26 de maio de 2015).
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