DESDE CRIANÇA tomo banho com
bucha. A praça onde fazemos ginástica tem creche, em cujo alambrado um pé de
bucha cresceu, bonito como só, sempre com flores amarelas e buchas que a gente
vê crescer de um dia para outro. Colhemos uma, tingimos de vermelho, colocamos
olhos de botões e tornou-se uma cobra a enfeitar a mesa da sala.
MARACUJAZEIRO cresceu demais, todo se enramando nos arames entre dois esteios, suas ramas se espalhando pelas mandioqueiras, e, como recebia pouco sol, os maracujás estavam miúdos e demorando a amadurar. Cortei com dó e surpreso de achar vinte maracujás, que depois amadureceram e deram ótimo suco. Bebi lembrando do companheiro que, mesmo sendo ceifado, nos deixou aroma e sabor.
TEMPESTADE deixou calha por consertar, derrubou galhos secos que catei para a fogueira dos netos, e derrubou também trepadeira, daí aproveitei para também consertar seu caramanchão. Obrigado tempestade/ por tudo que já me deste/ tanta coisa pra consertar/ e enfim esse azul celeste.
VELHAS BOTAS de borracha me apertaram os pés durante década e meia, e ainda estavam em condições de uso, quando mais uma vez reclamei do esforço para tirar as danadas dos pés, e Dalva me perguntou porque, ora, eu não comprava botas novas e maiores. Comprei, e toda vez que calço, fico perguntando porque fiquei mais de década sofrendo com as velhas botas. Às vezes a gente sofre por pura bobeira.
RECEITA para acompanhar assados: batatas-doce embrulhadas em papel laminado, ou, na meia hora final do assamento, bananas com casca. As batatas ficam muito mais gostosas que cozidas, e as bananas viram doce sem açúcar. Se quiser sofisticar, espete cravos numa maçã e bote no forno meia hora antes de tirar o assado. Como disse da Vinci, simplicidade é o máximo da sofisticação.
MACACÃO de lidar na chácara, quanto mais velho, mais gosto. Está remendado, o brim afinou de tantas lavagens, um dia virará pano de chão. Mas, antes, faço-lhe um poeminha:
Você me agarra porque
o suor empapa o pano
e eu me transformo em você
você se torna humano
MARACUJAZEIRO cresceu demais, todo se enramando nos arames entre dois esteios, suas ramas se espalhando pelas mandioqueiras, e, como recebia pouco sol, os maracujás estavam miúdos e demorando a amadurar. Cortei com dó e surpreso de achar vinte maracujás, que depois amadureceram e deram ótimo suco. Bebi lembrando do companheiro que, mesmo sendo ceifado, nos deixou aroma e sabor.
TEMPESTADE deixou calha por consertar, derrubou galhos secos que catei para a fogueira dos netos, e derrubou também trepadeira, daí aproveitei para também consertar seu caramanchão. Obrigado tempestade/ por tudo que já me deste/ tanta coisa pra consertar/ e enfim esse azul celeste.
VELHAS BOTAS de borracha me apertaram os pés durante década e meia, e ainda estavam em condições de uso, quando mais uma vez reclamei do esforço para tirar as danadas dos pés, e Dalva me perguntou porque, ora, eu não comprava botas novas e maiores. Comprei, e toda vez que calço, fico perguntando porque fiquei mais de década sofrendo com as velhas botas. Às vezes a gente sofre por pura bobeira.
RECEITA para acompanhar assados: batatas-doce embrulhadas em papel laminado, ou, na meia hora final do assamento, bananas com casca. As batatas ficam muito mais gostosas que cozidas, e as bananas viram doce sem açúcar. Se quiser sofisticar, espete cravos numa maçã e bote no forno meia hora antes de tirar o assado. Como disse da Vinci, simplicidade é o máximo da sofisticação.
MACACÃO de lidar na chácara, quanto mais velho, mais gosto. Está remendado, o brim afinou de tantas lavagens, um dia virará pano de chão. Mas, antes, faço-lhe um poeminha:
Você me agarra porque
o suor empapa o pano
e eu me transformo em você
você se torna humano
Meu macacão companheiro
meu eu em forma de brim
com meu corpo e meu cheiro
até que tiro de mim
meu eu em forma de brim
com meu corpo e meu cheiro
até que tiro de mim
Só mesmo a minha sombra
anda tão junto assim
Das canelas até os ombros
terei saudade de ti. ( Página 21, espaço DOMINGOS
PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 21
de junho de 2015).anda tão junto assim
Das canelas até os ombros
terei saudade de ti. ( Página 21, espaço DOMINGOS
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