O papa Francisco se prepara
para divulgar a sua primeira Encíclica !
Quem aprendeu a conviver com suas atitudes não vai estranhar que o assunto
abordado não diga respeito à Igreja enquanto tal. Escreveu sobre ecologia.
Sobre meio ambiente. No entanto, ainda o texto não saiu do forno e já metade do
mundo o aprecia e a outra o critica. É um tema espinhoso que desliza sobre
trilhos repletos de incertezas e é cercado por interesses de gente que não está
disposta a rever atitudes nem se reposicionar num mundo em que a
sustentabilidade dá a tônica.
Apesar do papa Bento 16 ter abordado essa questão algumas vezes, é Francisco que avança com passos seguros e controversos. Tem afirmado que o homem “esbofeteou a natureza” e isso é uma das causas principais para o desequilíbrio e para as mudanças climáticas que constatamos. Não são pontos pacíficos como dissemos atrás, mas o fato de uma autoridade papal ter endossado essa teoria e escrever sobre o assunto, é combustível puro para ambientalistas, bem como bálsamos para gente de bom senso que percebe a agressão constante à natureza e o sumiço de recursos naturais. O papa sabe que as atuais mudanças climáticas se devem “a processo cíclicos da natureza e a atividades humanas desenfreadas”.
Em que medida cada uma delas (ou serão as duas?) não vai entrar em pormenores e muito menos em conflito com as duas correntes que apaixonadamente as defendem? Vai evitar a rota de colisão porque na ótica dele não é a abordagem correta do tema. Entre aplausos e críticas, Francisco busca provocar uma verdadeira reflexão sobre o assunto polêmico. Ele quer que a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas aceite as duas teses e reconheça que os modelos econômicos hoje vigentes colocam a economia acima do ser humano, como ele gosta de referir, e estão tornando bem mais freqüentes fenômenos climáticos que ocorreriam de séculos em séculos. Ou seja, o papa argentino não vai separar a reflexão daquela que tão perspicazmente desenvolveu na Evangelli Gaudium e com muita convicção. O crescimento econômico não pode ser desculpa para a destruição do meio ambiente nem para empurrar para as sarjetas ou para periferias existenciais os “descartáveis”. O eixo é o mesmo. E, nisso, Francisco é extremamente coerente e lógico.
A argumentação dos endinheirados do planeta sobre as conseqüências da lentidão do crescimento econômico ou retrocesso do mesmo é razoável. Mas a marcha lenta nos investimentos e na busca de energias renováveis e limpas, demonstra certa incoerência e levanta desconfianças quanto às reais intenções dos que negam ou minimizam o impacto humano sobre a natureza. A encíclica não vai esquecer o poema do Gênesis sobre a criação. Nele, Deus confia ao homem o planeta. Para cuidar dele. Para o usar no melhor sentido do termo!
O papa Francisco, eleito sob os auspícios da renovação, não tem dado margem a dúvidas sobre sua intenção. Se por uma lado impõe à própria Igreja uma autêntica reciclagem em busca do que é essencial à sua missão e razão de ser, por outro, se apresenta como um eminente líder mundial com a autoridade moral que a coerência lhe proporciona. Visa identificar e e combater as causas das grandes mazelas que afetam ser humano. É uma voz que o mundo deve ouvir. Desinteressada e sensível.
A encíclica sobre ecologia não pretende dar aulas sobre a temática. Aliás. O autor já falou em inúmeras ocasiões que a Igreja não deseja ensinar sobre estes assuntos, mas apenas se somar aos “homens e mulheres de boa vontade”, em busca da verdade e do bem comum. Aqui, sim, temos um ressurgimento dos conceitos que afloraram no Concílio Vaticano 2. Ao falar sobre a Ecologia, a Igreja, na voz do papa, deseja provocar nos homens a busca de um compromisso claro e peremptório com o futuro. E a isso a gente chama de esperança. ( Texto escrito por MANUEL JOAQUIM R. SANTOS, padre na Arquidiocese de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 13 de junho de 2015).
Apesar do papa Bento 16 ter abordado essa questão algumas vezes, é Francisco que avança com passos seguros e controversos. Tem afirmado que o homem “esbofeteou a natureza” e isso é uma das causas principais para o desequilíbrio e para as mudanças climáticas que constatamos. Não são pontos pacíficos como dissemos atrás, mas o fato de uma autoridade papal ter endossado essa teoria e escrever sobre o assunto, é combustível puro para ambientalistas, bem como bálsamos para gente de bom senso que percebe a agressão constante à natureza e o sumiço de recursos naturais. O papa sabe que as atuais mudanças climáticas se devem “a processo cíclicos da natureza e a atividades humanas desenfreadas”.
Em que medida cada uma delas (ou serão as duas?) não vai entrar em pormenores e muito menos em conflito com as duas correntes que apaixonadamente as defendem? Vai evitar a rota de colisão porque na ótica dele não é a abordagem correta do tema. Entre aplausos e críticas, Francisco busca provocar uma verdadeira reflexão sobre o assunto polêmico. Ele quer que a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas aceite as duas teses e reconheça que os modelos econômicos hoje vigentes colocam a economia acima do ser humano, como ele gosta de referir, e estão tornando bem mais freqüentes fenômenos climáticos que ocorreriam de séculos em séculos. Ou seja, o papa argentino não vai separar a reflexão daquela que tão perspicazmente desenvolveu na Evangelli Gaudium e com muita convicção. O crescimento econômico não pode ser desculpa para a destruição do meio ambiente nem para empurrar para as sarjetas ou para periferias existenciais os “descartáveis”. O eixo é o mesmo. E, nisso, Francisco é extremamente coerente e lógico.
A argumentação dos endinheirados do planeta sobre as conseqüências da lentidão do crescimento econômico ou retrocesso do mesmo é razoável. Mas a marcha lenta nos investimentos e na busca de energias renováveis e limpas, demonstra certa incoerência e levanta desconfianças quanto às reais intenções dos que negam ou minimizam o impacto humano sobre a natureza. A encíclica não vai esquecer o poema do Gênesis sobre a criação. Nele, Deus confia ao homem o planeta. Para cuidar dele. Para o usar no melhor sentido do termo!
O papa Francisco, eleito sob os auspícios da renovação, não tem dado margem a dúvidas sobre sua intenção. Se por uma lado impõe à própria Igreja uma autêntica reciclagem em busca do que é essencial à sua missão e razão de ser, por outro, se apresenta como um eminente líder mundial com a autoridade moral que a coerência lhe proporciona. Visa identificar e e combater as causas das grandes mazelas que afetam ser humano. É uma voz que o mundo deve ouvir. Desinteressada e sensível.
A encíclica sobre ecologia não pretende dar aulas sobre a temática. Aliás. O autor já falou em inúmeras ocasiões que a Igreja não deseja ensinar sobre estes assuntos, mas apenas se somar aos “homens e mulheres de boa vontade”, em busca da verdade e do bem comum. Aqui, sim, temos um ressurgimento dos conceitos que afloraram no Concílio Vaticano 2. Ao falar sobre a Ecologia, a Igreja, na voz do papa, deseja provocar nos homens a busca de um compromisso claro e peremptório com o futuro. E a isso a gente chama de esperança. ( Texto escrito por MANUEL JOAQUIM R. SANTOS, padre na Arquidiocese de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 13 de junho de 2015).
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