A maior devolução de dinheiro registrada no Brasil por uma investigação criminal aconteceu na semana passada em Curitiba, e chamou a atenção de todo o País. A força-tarefa da Lava Jato devolveu R$ 653,9 milhões aos cofres da Petrobras.
O montante foi recuperado por meio de acordos de colaboração e de leniência com empresas como Odebrecht, Braskem, Camargo Correa, Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez durante as investigações da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014.
A cerimônia aconteceu na sede do Ministério Público do Paraná e contou com a presença do presidente da estatal, Pedro Pullen Parente, além de representantes da Polícia Federal, da Receita Federal, da Justiça Federal do Paraná e da organização não governamental Transparência Internacional.
Esses R$ 700 milhões são apenas uma pequena parte do que foi desviado pelos bandidos que saquearam os cofres públicos em esquemas desvendados pela Lava Jato. Mas é difícil calcular o prejuízo à população levando em conta que uma creche, por exemplo, custa R$ 1,5 milhão e R$ 1,9 milhão para ser construída.
Desde o início da Lava Jato, já foram transferidos R$ 1,47 bilhão à companhia petrolífera, que teriam sido desviados por megaesquema de corrupção. Os repasses anteriores totalizaram R$ 821,6 milhões. Ainda assim representa apenas 13% dos R$ 10,8 bilhões previstos nos 163 acordos de colaboração e de leniência celebrados perante a 13ª Vara Federal Criminal da capital paranaense e o Supremo Tribunal Federal.
É uma amostra, quase 20% do que a força-tarefa calcula que a Petrobras perdeu com a corrupção no âmbito da Lava Jato. Não há dúvida de que a corrupção é um dos principais problemas do Brasil e frequentemente apontada em pesquisas como a grande preocupação do brasileiro.
Existe uma forte expectativa da sociedade de que a corrupção sistêmica acabe perdendo força diante das operações policiais, da fiscalização e das grandes multas aplicadas a quem infringir a lei. Mas não é tudo. É preciso que a população, o poder público e a classe política se unam em torno do mesmo ideal de construir um país mais ético e justo. (FONTE: OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 11 de dezembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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