Mario
Labella foi um dos principais
divulgadores do tango em Londrina e deixou um livro inédito, feito em parceria
com o pesquisador José Luís da Silveira
O tango em Londrina está de luto. Uruguaio e
difusor da música rio-platense, como ele
próprio definia, Mario Labella morreu na noite da última quinta-feira, deixando
um vazio não somente na expressão da cultura
sul-americana na cidade, mas também na grade de programação da Rádio
UEL, FM (107,9 MHz). Vai ao ar hoje à noite, às 21h, uma homenagem a ele,
colaborador/apresentador dp programa Tangomania
– Um estado de espírito. Labella, que tinha 86 anos, deixa a esposa,
uma filha, netos e bisnetos.
Amizade
“Tivemos uma
convivência íntima e amigável durante
uns 12 anos. Eu o conheci na Rádio UEL FM, quando eu fazia um programa de
música popular brasileira chamado Passado
a Limpo. Nos encontrávamos na
rádio”, lembra o amigo José Luís da
Silveira Baldy.
Dali em diante nasceu não só uma amizade prazerosa, mas frutífera. “A partir de então nos tornamos amigos e já aí fiz uma proposta a ele de fazer traduções de músicas rio-platenses, como ele falava. São tangos, mas não apenas tangos.”
Dali em diante nasceu não só uma amizade prazerosa, mas frutífera. “A partir de então nos tornamos amigos e já aí fiz uma proposta a ele de fazer traduções de músicas rio-platenses, como ele falava. São tangos, mas não apenas tangos.”
Traduções
Semanalmente, os dois se encontravam para traduzir tangos, milongas, valsas e
outras canções. Fizeram assim até há pouco tempo, antes de Mario ser internado.
Nesses mais de dez anos, foram quase 400 canções traduzidas.
“Decidimos, há três anos, que o primeiro volume da obra seria com 100 tangos de Carlos Gardel”, revela Baldy. O livro está pronto, mas os amigos tiveram dificuldades para encontrar alguém que quisesse editar. As editoras manifestaram receios com relação a possíveis direitos autorais das traduções das canções. “O livro está pronto, mas não conseguimos quem quisesse editar”.
“Decidimos, há três anos, que o primeiro volume da obra seria com 100 tangos de Carlos Gardel”, revela Baldy. O livro está pronto, mas os amigos tiveram dificuldades para encontrar alguém que quisesse editar. As editoras manifestaram receios com relação a possíveis direitos autorais das traduções das canções. “O livro está pronto, mas não conseguimos quem quisesse editar”.
Carlos Gardel
No primeiro
volume está ainda uma breve história do tango e uma análise do trabalho de
Carlos Gardel, um dos mais importantes representantes do gênero. Entretanto, a
convivência entre Baldy e Labella extrapolava o campo do trabalho em comum.
“Era muito afável, uma pessoa de cultura respeitável. Gostava de literatura,
música e teatro. E tinha uma grande formação política.”
Nascido no Uruguai, Labella chegou ao Brasil em 1975 por Porto Alegre. De lá, se mudou para Londrina em 1979. A família veio junto. E desde então viviam por aqui. “Ele já trabalhou em teatro e morou em Montevidéu, no auge do tango, nas décadas de 1940 e 1950”, afirma Baldy que, inclusive, tem diversas fitas K7 com o programa do amigo gravado.
Nascido no Uruguai, Labella chegou ao Brasil em 1975 por Porto Alegre. De lá, se mudou para Londrina em 1979. A família veio junto. E desde então viviam por aqui. “Ele já trabalhou em teatro e morou em Montevidéu, no auge do tango, nas décadas de 1940 e 1950”, afirma Baldy que, inclusive, tem diversas fitas K7 com o programa do amigo gravado.
Clube do Tango
Argentino, o
músico Osvaldo René também era muito amigo de Mario Labella. Ambos se
conheceram na época da fundação do Clube do Tango, por volta do ano de 2004.
“Era uma pessoa muito especial. Tinha uma vida perfeita. Perguntei para a
esposa dele, a dona Julia, se ele sempre foi assim”, conta René, num castelhano
abrasileirado.
“Foi um
privilégio essa convivência. E ainda temos em comum a língua.” René vive em
Londrina há 37 anos. “Lembro quando fizemos um programa especial no Tangomania, quando lancei um CD com
tangos”. Labella morreu em decorrência
de problemas pulmonares, agravados nos últimos dias. Foi cremado em
Londrina.
Serviço
O especial sobre
Mario Labella será exibido na rádio UEL FM
(107,9MHz) hoje, às 21 horas.
Rádio
Na época em que a
saúde ainda permitia, Mario Labella ia à Rádio UEL FM, no campus da UEL, toda
semana para gravar o programa Tangomania. Lá, normalmente era atendido pelo
técnico de gravação Elson Ferreira. “Ele era muito gente boa, um colaborador
fácil de lidar. A dificuldade era a fala, pois ele não falava português. Mas a
gente entendia tudo”, lembra Ferreira. No último ano, o programa estava sendo reprisado.
“Ultimamente ele não estava indo, fazia um ano que estava reprisando. “ Todo o
acervo utilizado era do próprio Labella. ( Reportagem escrita por FÁBIO
LUPORINI, Fabio@jornaldelondrina.com.br página
17 cultura, publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo 12 de abril de
2015).
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