Ex-secretária de transportes de Nova York, Janette Sadik-Khan
compartilhou no Brasil experiências de mobilidade na megalópole, como
restringir veículos na Times Square
Responsável por humanizar Nova York ao priorizar pedestre, ciclistas
e transporte público em detrimento de carros, a ex-secretária de Transporte da
cidade americana Janette Sadik-khan opinou também sobre o polêmico Uber. Lá nos
Estados Unidos, desenvolveu experiências que podem ser repetidas, replicadas e
adaptadas em cidades brasileiras. Ela esteve recentemente no Brasil, na
conferência Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre (RS). “Não há dúvidas de
que o futuro do transporte público
incluirá o Uber”, respondeu, ao ser questionada sobre o aplicativo de “Caronas”
pagas.
O Uber tem sofrido resistência em muitos lugares em que existe, entre eles cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Muitas prefeituras têm tratado o transporte como clandestino, embora agrade aos usuários por ser uma alternativa ao serviço de táxis. O aplicativo chegou em Nova York em 2011 e teve de superar os mesmos entraves. Janette avalia ser importante estipular que o serviço atenda a todas as regiões da cidade e tenha veículos acessíveis a deficientes físicos.
Janette compartilhou as experiências que liderou em Nova York. À frente da secretaria de Transportes da cidade entre 2007 a 2013, restringiu o espaço para veículos na Times Square e criou mais de 40 novas ciclovias e vias compartilhadas. No currículo, ainda carrega a instalação de sistema de aluguel de bicicletas e de linhas rápidas de ônibus e a ampliação de áreas para pedestres, em espécies de praças erguidas em meio a avenidas – 60 foram feitas em seis anos.
“É incrível a mudança cultural. Seis anos antes, as pessoas diziam que éramos loucas (a limitar o trânsito na Times Square). Seis anos depois, as pessoas diziam que seríamos loucas se colocássemos os carros de volta”, compara.
Mas, a urbanista argumenta que, não basta dar mais espaço para que as pessoas circulem na cidade: é preciso incentivá-las a fazer uso dos que já foram criados. No dia em que o trânsito foi desviado da Times Square a prefeitura providenciou, às pressas, cadeiras de prais para que as pessoas ocupassem o local. O incentivo funcionou.
O Uber tem sofrido resistência em muitos lugares em que existe, entre eles cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Muitas prefeituras têm tratado o transporte como clandestino, embora agrade aos usuários por ser uma alternativa ao serviço de táxis. O aplicativo chegou em Nova York em 2011 e teve de superar os mesmos entraves. Janette avalia ser importante estipular que o serviço atenda a todas as regiões da cidade e tenha veículos acessíveis a deficientes físicos.
Janette compartilhou as experiências que liderou em Nova York. À frente da secretaria de Transportes da cidade entre 2007 a 2013, restringiu o espaço para veículos na Times Square e criou mais de 40 novas ciclovias e vias compartilhadas. No currículo, ainda carrega a instalação de sistema de aluguel de bicicletas e de linhas rápidas de ônibus e a ampliação de áreas para pedestres, em espécies de praças erguidas em meio a avenidas – 60 foram feitas em seis anos.
“É incrível a mudança cultural. Seis anos antes, as pessoas diziam que éramos loucas (a limitar o trânsito na Times Square). Seis anos depois, as pessoas diziam que seríamos loucas se colocássemos os carros de volta”, compara.
Mas, a urbanista argumenta que, não basta dar mais espaço para que as pessoas circulem na cidade: é preciso incentivá-las a fazer uso dos que já foram criados. No dia em que o trânsito foi desviado da Times Square a prefeitura providenciou, às pressas, cadeiras de prais para que as pessoas ocupassem o local. O incentivo funcionou.
DEBATE
A experiência resume a solução
para cidades, pensada por Janette, ao adotar medidas provisórias de baixo custo
para sugerir mudanças. Se forem aprovadas pela população, o projeto se
concretiza – caso contrário, volta-se atrás. Trocar ideias com moradores e
ouvir as demandas são, para a urbanista, premissas fundamentais. “Sem carros, ruas ficam mais seguras, lojas lucram mais,
ônibus anda mais rápido. É uma estratégia de desenvolvimento, não só de
sustentabilidade”, ressalta Janette.
Para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo (IAB-SP), José Armênio de Brito Cruz, mediador da palestra, o Brasil ainda engatinha no que diz respeito à cultura urbana. “Foi uma gestão (de Janette) que focou no pedestre enquanto qualidade de trânsito e de vida, e os indexadores mostram que não só melhorou a qualidade de vida dos nova-iorquinos, mas também melhorou economicamente e desenvolveu a cidade. É uma contribuição para o Brasil, que enfrenta, muitas vezes, obstáculos que parecem intransponíveis.” ( DÉBORA ELY/ Agência RBS, página 9, geral TRÂNSITO, quarta-feira, 9 de dezembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).
Para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo (IAB-SP), José Armênio de Brito Cruz, mediador da palestra, o Brasil ainda engatinha no que diz respeito à cultura urbana. “Foi uma gestão (de Janette) que focou no pedestre enquanto qualidade de trânsito e de vida, e os indexadores mostram que não só melhorou a qualidade de vida dos nova-iorquinos, mas também melhorou economicamente e desenvolveu a cidade. É uma contribuição para o Brasil, que enfrenta, muitas vezes, obstáculos que parecem intransponíveis.” ( DÉBORA ELY/ Agência RBS, página 9, geral TRÂNSITO, quarta-feira, 9 de dezembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).
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