Havia quase um mês que a chuva não nos dava os ares de sua graça.
Foi festa!
Foi festa!
Festa no reino vegetal porque o solo, trincado e, por aqui e por ali, estava moído pó e achava-se sedento, ressentindo-se da falta de umidade.
Festa para os agricultores que desejavam a chuva para que pudessem plantar suas sementes.
O solo, agora bem molhado, propiciando mais possibilidade de sucesso das lavouras vai definindo, também, o futuro da produção porque tornou-se ambiente propício para as sementes absorverem o líquido precioso e manterem-se hidratadas para, com isso, poderem iniciar seu processo germinativo e de desenvolvimento.
Ela, a tão desejada e benfazeja chuva, unificou o solo, propiciou a semeadura, deu novos tons às paisagens e trouxe, como efeito, a renovação das paisagens que transmutaram-se do bege/marrom/amarelado para as muitas tonalidades variantes da coloração verde.
De acordo com as especificações das cultivares plantadas, do ciclo vegetativo que requerem e das condições ambientais propícias, uma boa chuva pode levar à explosão da fertilidade. E isso foi o que aconteceu para a maioria do que foi semeado. Digo maioria porque houve lugares em que a chuva fez-se de rogada e não apareceu.
Não mais que dois dias desde que o solo recebeu a bênção das águas caídas dos céus e já apontavam, nele, alguns resquícios do verde nascente. Em resumo, o que foi plantado na maior parte do Estado estava vivo.
E seguiram ponteando, nas plantações, cá e acolá um e outros brotos. E a terra, que antes estava quase monocromática, foi revelando o campo plantado de vegetação que se agita ao crescer em ramas e se firma como planta nova, parte de um futuro, que se prevê, seja promissor.
Nas extensas dimensões das plantações a “face verde”, contente pela chuva que, correndo pelas veias do solo, alimentou a sede das diversas sementes as mais variadas que, no solo, foram aninhadas pelos agricultores.
Tudo se torna, então, anúncio de prosperidade nas colheitas que hão de vir daquela paisagem em que a chuva se imiscuiu e as distribuiu nos leitos terrivelmente secos e poeirentos.
Tremenda festa em verde, como também será certeza a alegria daqueles que plantaram e esperam a “resposta verde” do sucesso!. (FONTE: Crônica escrita por Marina Irene Beatriz Polonio, leitora da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, caderno FOLHA RURAL, 28 e 29 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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