Você já deve ter ouvido que, em doses moderadas, o álcool pode ser até vantajoso. Ora, vários estudos comprovam que uma taça de vinho por dia faz bem ao coração. E uma boa parcela da população toma seu drinque no fim de semana sem riscos. O consumo inadequado, porém, é um grande problema de saúde pública – e motivo de preocupação entre os pais de adolescentes.
No Brasil, meninos e meninas começam a beber, em média, entre 10 e 13 anos. E o padrão de consumo mais frequente na adolescência é o binge, ou “beber até embriagar-se”, prática associada a comportamentos de risco, como dirigir alcoolizado e fazer sexo desprotegido, entre outros. Aos 17 anos, quase 40% dos estudantes brasileiros relatam já ter ficado bêbado alguma vez. Diante de dados tão preocupantes, como podemos mudar esse cenário?
Medidas restritivas não bastam. Até porque a lei existe e, mesmo que fosse bem fiscalizada, vivemos em um país onde falsificar o RG é algo recorrente. Os gestores políticos precisam, então, investir em políticas de prevenção, e os pais têm que estar mais atentos.
Nos últimos dez anos tenho ajudado a desenvolver estratégias nesse sentido, buscando evidência do que funciona para adaptar à realidade local, sempre com uma pitada de inovação. No programa “Na Responsa”, aplicado em parceria com ONGs e escolas, são realizadas atividades com jovens em diversos locais do país. Práticas que funcionam são multiplicadas. Um exemplo é a “Balada sem álcool” evento idealizado em Heliópolis, na capital paulista, em que o jovem tem experiência de diversão intensa sem bebida alcoólica. O programa – que já inspirou o Movimento Pé no Chão, implantado nas 5.300 escolas públicas de São Paulo – aborda também temas como consciência e empoderamento, com conteúdo todo produzido de jovem para jovem. Além do trabalho com os adolescentes, desenvolvemos matérias educativas para os pais. Neles, há dicas como:
. Incentive o diálogo, ouça o seu filho e fale sempre a verdade.
. Promova a autoestima: demonstre interesse pelos seus assuntos, valorize suas ações e ajude-os a superar frustrações.
. Tenha uma alimentação saudável em casa e estimule a prática de esportes.
. Estabeleça regras claras: limites devem ser colocados e justificados. E as consequências caso não sejam respeitadas, também devem ser negociadas.
. Lembre-se de sua influência nas escolhas dos jovens. Seja sempre o exemplo positivo. (FONTE:
Dra. BETINA GRAJCER, médica e coordenadora de projetos de prevenção realizados pela Agência Lynix, em São Paulo, página 74, COM A PALAVRA, revista SAÚDE É VITAL, revistasaúde.com.br, Outubro de 2017, Editora Abril, SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário