Irmãos criam primeira plataforma competitiva para PlayerUnknown’s Battlegrounds, game fenômeno de 2017 que já arrebatou milhões de jogadores pelo mundo.
Numa ilha gigante de 64 quilômetros quadrados, 100 jogadores saltam de paraquedas com um único objetivo: sobreviver. Precisam de armas, roupas, equipamentos para defesa, entre outros suprimentos. A tensão está a cada movimento, todos são inimigos. Um vacilo e você está morto. Vai ter que esperar a próxima partida.
Este game de enredo simples – mas de uma imersão impressionante – se chama PlayerUnkonwn’s Battlergrounds, ou apenas PUBG, o grande fenômeno dos jogos online de 2017. Dia após dia, o game desenvolvido pela empresa sul-coreana Bluehole Studio bate recordes invejáveis: já ultrapassou a marca de 15 milhões de cópias vendidas e picos superiores a dois milhões de jogadores simultâneos ma Steam, maior plataforma de jogos par PCs.
E no meio deste “boom” mundial do PUBG, dois londrinenses tiveram uma sacada incrível. Os irmãos Carlos Augusto e Henrique Muramoto resolveram largar seus empregos de designer e programador, respectivamente, e desenvolver a primeira plataforma mundial para o game no cenário competitivo: a GAMERSPUBG. Um projeto audacioso que está em pleno vapor e tem tudo para ser lançado nos próximos meses.
Fanáticos por videogames desde pequenos – jogaram praticamente todos os consoles – Carlos e Henrique têm familiaridade no assunto. Na adolescência jogavam Counter Strike (CS) e quase foram para o cenário competitivo, mas a vida adulta “bateu na porta” e seguiram nas suas profissões. Mal sabiam que em poucos anos o eSport atingiria tais proporções. Nunca é tarde para recomeçar. “Há alguns meses, um amigo meu apresentou o PUBG e disse que ele ia estourar no mercado. Quando assisti uma stream, não me empolguei. Mesmo assim resolvi testar, comprei o jogo, fui pegando gosto e logo estava viciado”, relata Carlos.
Foi questão de tempo para surgir a ideia da plataforma competitiva, já comum em outros países online. No projeto criado pelos irmãos, o gamer joga diariamente através da plataforma e recebe pontos por isso, tudo gratuitamente. No final do mês, com esses pontos participa de competições e pode ganhar prêmios. “Diferentemente de outras plataformas, criamos um método que todos podem jogar de graça e concorrer a prêmios. Queremos trazer uma experiência completa aos jogadores. Além da plataforma em desenvolvimento, criamos um blog para o pessoal ficar antenado no mundo do PUBG, fazemos lives diariamente e ainda vamos lançar uma loja virtual com produtos do jogo”.
PRÓXIMOS PASSOS
Neste momento, o Henrique trabalha na programação da plataforma. Eles estão na expectativa da Bluehole autorizar o quanto antes o andamento do projeto e liberar o servidor para integração dos dados. “Estamos numa fila de prioridades (da empresa) e eles disseram que na próxima oportunidade vão avaliar o que conseguimos até o momento. Isso pode acontecer logo nos primeiros meses”, explicam.
Se depender da comunidade brasileira que é apaixonado pelo game, logo teremos diversos jogadores imersos na criação dos irmãos Muramoto. A apresentação do projeto foi muito elogiada pela comunidade do game. Em pouco mais de 40 dias, são mais de 2,7 mil curtidas na página do Facebook e dezenas de pessoas assistindo as lives diariamente. O retorno financeiro dos irmãos virá através de patrocinadores e também venda de pontos, para aqueles gamers que não conseguem jogar com muita frequência. “Se a pessoa jogar de forma saudável ou desafios, vai conseguir a vaga para o torneio, mas se ela não tiver essa frequência por algum motivo, também pode comprar os pontos.
Para eles, o maior desafio até agora está sendo “sobreviver” com as economias até o próximo vingar, de fato. É a vida imitando os games.
DE UM CASAMENTOS FRUSTRADO EM VARGINHA PARA O MUNDO
Um irlandês de 41 anos que veio morar em Varginhas (MG) depois de ter se apaixonado por uma “bela brasileira”. O casamento não deu certo e, em meio a frustração amorosa e juntando dinheiro para voltar para casa, surgiu as primeiras ideias do game PlayersUnknown’s Battleground’s. Esta história – que lembra mais um roteiro de filme hollywoodiano – é de Brendan Greene, criador de PUBG. Conhecido na internet como “playerunknown”, ele esteve de volta ao País durante a Brasil Game Show (BGS), em São Paulo, agora famoso no cenário. Aliás, uma das novidades é que o jogo será lançado nos consoles: exclusivo para XboxOne.
A história fica mais impressionante porque Greene até então não tinha vínculo algum com a indústria de games. Web designer, gostava de jogos que tratavam de sobrevivência, mas dificilmente se empolgava com o jogo que era oferecido pelo mercado de “triple As”. Alguns jogos que curtia eram ArmA e HIZI, e foi neles que criou o “mod” Battle Royale, em que apenas um jogador sobrevive ao final da partida. A partir daí, muitos gamers emplacaram neste sistema de partida e PUBG começou a nascer gradativamente.
Hoje, já como diretor criativo da sul-coreana Bluehole, Greene não titubeia em dizer que sabia que faria sucesso. “Eu sempre soube que o “mod” Battle Royale seria popular. Na minha primeira entrevista na Bluehole, o diretor executivo me perguntou quantas cópias eu esperava vender, e eu disse ‘um milhão em um mês, facilmente’. Eu não queria parecer arrogante, mas sempre imaginei que seria um game popular”, disse ele , em entrevista ao site da Rolling Stone norte-americana. Sem dúvida, acertou em cheio. (V.L). (FONTE VICTOR LOPES- Reportagem Local, FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, MERCADO DIGITAL, folhainfor@folhadelondrina.com.br página 4, quinta-feira, 26 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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