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Ministério da Educação será comandado pelo professor Ricardo Vélez Rodriguez que mora em Londrina |
Para o futuro ministro, País assiste a uma desvalorização da figura dos professores, especialmente nos ensinos fundamentais e médio
Indicado para assumir o MEC (Ministério da Educação) no governo de Jair Bolsonaro, o professor colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, que é docente em Londrina na Faculdade Positivo, disse que pretende pôr a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto de valores caros à sociedade brasileira, que, segundo ele, tem “essência conservadora” e é “avessa à experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”. Em mensagem distribuída à imprensa, o futuro titular do MEC elogia promessas de campanha de Bolsonaro, como o combate à “república dos favores”, e critica o que chamou de “instrumentação ideológica da educação”.
Vélez destaca ainda que o País assiste a uma desvalorização da figura dos professores, especialmente nos ensinos fundamental e médio, e que essa situação deve ser revertida por meio de “uma política educacional que olhe para as pessoas”. O futuro ministro chega a citar o filósofo francês Alexis de Tocqueville, de pensamento liberal, para ressaltar a importância dos municípios no processo educacional. “É o município que deve ser o foco na organização da nossa legislação educacional”, acrescentando uma das bandeiras de Bolsonaro: “Menos Brasília e mais Brasil”.
O nome dele foi anunciado na quinta-feira (22) para o MEC depois que a bancada evangélica vetou, na véspera, o educador Mozart Neves, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, para o cargo que já era “pouco alinhado à bandeira da Escola Sem Partido”. Nesta sexta-feira, Vélez permaneceu incomunicável em Brasília em reunião com a equipe de transição e só deve retornar a Londrina neste sábado (24).
ANÁLISE
Para a doutora em Educação e professora da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Elisângela Scaff, o ponto positivo da indicação de Vélez para o MEC é por se tratar de um nome do meio acadêmico. Ela também minimiza o fato do novo ministro ter pouca experiência em cargos públicos ou de gestão educacional. “Isso não é um impedimento porque já tivemos tantos outros ministros que nem eram da área da educação. Isso vai depender da composição que ele irá fazer no MEC.”
Do texto publicado pelo futuro ministro, a pedagoga ressalta a importância da valorização dos professores. “Esse é um princípio que nós defendemos como fundamental para a garantia da qualidade da educação”, disse. Scaff destaca ainda o desafio que Vélez terá para atender o PNE ( Plano Nacional de Educação) de destinar pelo menos 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação já em 2019 e chegar ao patamar de 10% em 2024. “Quando ele fala em elevar o patamar da educação, isso implica necessariamente em se posicionar sobre o financiamento da educação, portanto expectativa é que se cumpra”, cobrou.
A presidente executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, considera que o desafio do novo ministro é “do tamanho do Brasil”. “Ele terá um prazo bastante apertado para entender a complexa estrutura do MEC, sendo que ele também vai precisar fazer um diagnóstico e montar um plano, além de formar sua equipe.” Cruz considera fundamental a abertura de diálogo para alcançar o patamar internacional que Vélez pregou no seu discurso. Ela acredita que a prioridade tem que ser na educação básica. “São as politicas voltadas \á primeira infância, à alfabetização, a implementação da reforma do ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular, o aprimoramento dos mecanismos de financiamento e gestão, e, principalmente, a melhora das políticas docentes de formação e carreira”, elencou. (FONTE:GUILHERME MARCONI, Reportagem Local, página 9, Folha Geral, 24 e 25 de novembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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