A sessão ordinária da Câmara de Londrina desta terça-feira (11) deverá contar com galerias cheias e muitas manifestações tanto de vereadores quanto do público que certamente vai estar presente. O projeto que entrará em discussão proíbe atividades que concordem com a identidade de gênero das escolas públicas municipais. Assinado por sete parlamentares, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do município tem objetivo de impedir “doutrinação sobre assunto que são escolhas pessoais e individuais, devendo as instituições de ensino se aterem prioritariamente aos assuntos didáticos”.
A polêmica em torno da ideologia de gênero ganhou grande repercussão no Brasil quando, em 2014, o Congresso Nacional votou o PNE (Plano Nacional de Educação). Naquela ocasião, a pressão popular foi importante e decisiva no sentido de que a ideologia de gênero não fosse incluída no programa que determina diretrizes, estratégicas e metas para a política educacional para a década (vale até 2014). O PNE acabou não fazendo menção ao gênero e orientação sexual e deixou a cargo de Estados e municípios a decisão de incluí-las ou não em seus planos.
Em 2014 foi muito importante o posicionamento de autoridades religiosas, principalmente católicas e evangélicas, criticando a ideologia de gênero, sendo que a CNBB (Confederação Nacional de Bispos do Brasil) afirmou em nota que a introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas traria consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias.
A FOLHA considera que a apreciação do projeto, nesta terça-feira, merece a atenção e a manifestação dos londrinenses. O poder público deve garantir a formação e instrução intelectual dos alunos, enquanto cabe às famílias definir os valores que serão transmitidos aos seus filhos. A educação brasileira aparece no fim das listas e rankings internacionais, com crianças e jovens tendo dificuldade de leitura e de conceitos básicos da matemática. A discussão em torno da ideologia de gênero não aponta para uma inversão de prioridades e de qual é realmente o papel da escola?
Não se pode impor teorias controversas aos planos educacionais. Levar a ideologia de gênero para as escolas é levar para crianças e jovens valores que não, necessariamente, correspondem às convicções morais das famílias dos estudantes. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br terça-feira, 11 de setembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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