Crônica escrita por WALMOR MACCARINI, jornalista, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 31 de dezembro de 2018.
Os anos novos não encerram em si nem coisas boas e nem ruins. Depende muito de nós, fazê-los melhores, ou ao menos contribuir para que isso aconteça. Com o mesmo sentido, tenho falado também que devemos, o mais possível, evitar novos carmas que venham a agravar aqueles que já trouxemos ao aqui aportar. Carmas não são castigos, mas bagagem que nos pesam e delas queremos nos livrar. Em outras palavras, do que fazemos colhemos resultados semelhantes. É a lei de causa e consequência. Nós aqui chegamos com nossos projetos de vida, mas muitas vezes nos desviamos deles e acabamos repetindo os mesmos erros do passado. As pessoas no geral não acreditam que trazemos propósitos ao desembarcar nesta existência terrena, e não acreditam que já viveram antes aqui e em outras paragens. O ensinamento aceito – tal qual está escrito – é que só temos uma vida, e tal é verdade mas este ciclo é dividido em muitas vivências e revivências.
Cada ida e vinda, e assim sucessivamente, são a continuidade de um projeto. Em sânscritos, a língua sagrada dos hindus, dá-se a isso o nome de roda de samsara, ou a repetição das muitas vivências no corpo físico. Não fomos empurrados para cá por uma mão punidora, mas atraídos pela tarefa que nos propusemos executar, ou concluir a que não ficou acabada. Estamos aqui por livre decisão e não somos de agora, mas temos a idade dos tempos eternos... Nossa idade não é a que consta em nosso registro de nascimento. Podemos ter vindo por necessidade ou como doação pela causa da melhoria deste mundo, por isso importa muito compreender a razão de estarmos aqui. É prudente não arranjarmos mais ônus, e eles se manifestam pela via da corrupção em suas diferentes modalidades, pelos logros, pelas mentiras e enganações, pelo roubo e pelas velhacarias, pelos danos que causamos aos outros e mesmo ao nosso corpo – o santuário onde habita temporariamente nossa alma.
Já escrevi em outras ocasiões que o tempo vai se escoando e corremos o risco de ter de recuar para um ponto de recomeço. Não será um atraso irrecuperável mas um retardo na caminhada. Certamente já passamos por isso muitas vezes e muitos de nós já não deveríamos mais estar aqui. Porque, embora possamos fazer dessa morada terrena um paraíso, aqui não é nosso lugar definitivo. Temos dentro de nós a consciência da ligação com um lugar de plenitude do universo. Sempre é tempo de não arranjarmos mais complicações, se desejamos progredir. Se não, vamos ficando por aqui milênios afora, pela forma de contínuas vindas e idas e repetições desse círculo. Se estamos quase prontos para voos mais altos, não podemos arranjar mais penduricalhos que nos dificultam a decolagem.,, Subimos ou afundamos de acordo com nossa leveza. É de boa recomendação não repetirmos nossas maldades de cada dia, grandes, médias ou pequenas. Temos pouco tempo, mas ainda é tempo... (FONTE: Crônica escrita por WALMOR MACCARINI, jornalista, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 3l de dezembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br).
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