Alunos da Escola Municipal Cláudia Rizzi na última sexta-feira: datas comemorativas como o Dia das Mães, se transformam em temas a serem enfocados através da art |
Em Londrina, a Escola Municipal Cláudia Rizzi promove a Sexta Cultural com encenações, música e poesia lida por alunos.
Uma vez por mês os alunos da Escola Municipal Cláudia Rizzi, do Jardim Paraty (zona norte) realizam apresentações para os colegas, em um projeto que recebeu o nome de Sexta Cultural. Essas encenações auxiliam no desenvolvimento do conhecimento em artes e cultura em geral. Por meio deles os professores aproveitam as datas comemorativas para trabalhar os conteúdos ministrados em sala de aula e promover a socialização das crianças, estimulando o gosto pela arte e cultura. Os alunos desenvolvem a apresentação por intermédio da poesia, da música, do canto ou da dança.
Na última sexta-feira, por exemplo, os alunos realizaram um jogral em homenagem ao Dia das Mães, pelo qual recitaram um poema da escritora Luciene Vieira, denominado Alma de Mulher, que expões as características desse gênero “que pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor”, segundo os versos recitados em jogral. Quando os alunos declamaram “... hospeda no ventre outras almas, dá a luz e depois fica cega, diante da beleza dos filhos que gera”, muita mãe se emocionou. A mãe do aluno Júlio César Cruzatti, Fernanda Cruzatti, 35 anos, foi uma delas. No dia a dia ela é atendente de caixa e mesmo assim ela consegue ser presente no cotidiano escolar de seu filho e sempre procura ir às apresentações de Júlio. “As apresentações são maravilhosas e o Dia das Mães sempre é especial. Todas as vezes que eles participam, se superam. Sempre que tem uma data especial a gente fica na expectativa, porque as crianças se empenham bastante, ensaiando durante a semana para se apresentar na sexta-feira”, destaca. Ela lembra com carinho também de outra apresentação, a do Dia da Árvore. “Essa foi bem especial. Eles fizeram uma apresentação teatral em que cada estudante representava uma personagem, como uma flor, uma árvore, um pássaro e uma borboleta. A criança fica mais envolvida com aquilo e se desenvolve mais”, observa.
A diretora da unidade escolar, Marilena Pieroti Euzebio, explica que a iniciativa surgiu exatamente para chamar os pais para dentro da escola, para que eles participassem mais da vida de seus filhos. “Esse evento acontecia toda semana. Uma sala se apresentava de manha e a outra à tarde”, explica a diretora. A mãe de Júlio César, por exemplo, revela que nos cinco anos que seu filho estuda na escola, sempre houve apresentações desse projeto e ela sempre procurou participar.
As apresentações não são muito direcionadas pelo professor, embora sempre supervisionada por eles. “O professor dá liberdade para os alunos criarem seus próprios conteúdos, mas sempre dentro de uma temática. Como os alunos queriam aprimorar mais cada conteúdo, acabamos reduzindo essas apresentações semanais para uma vez por mês”, destaca Marilena.
Uma das professoras, Fernanda de Lima, professora do 3º ano do Ensino Fundamental, explica que as crianças já fizeram diversas apresentações, como por exemplo aquelas que abordam o tema diversidade cultural. “Falamos sobre direito, igualdade, amizade, respeito e solidariedade. São temas universais que procuram deixar o mundo melhor. Há apresentações de música, de dança, de contação de história, de uso da biblioteca e há momentos de apresentação de histórias e autores que são trabalhados dentro dos conteúdos divididos por bimestres. Eles realizam vários trabalhos sobre artistas. Os temas são escolhidos de acordo com o que a gente trabalha em sala de aula e a gente procura explorar ao máximo aquele tema”, aponta. Mas a assimilação do conteúdo não fica limitada apenas à apresentação. Além dos ensaios, os professores trabalham o tema de cada apresentação em sala de aula de acordo com as aulas ministradas. “A pessoa não faz a apresentação de uma música sem conhecer a fundo o tema. O aluno estuda a ortografia e as palavras diferentes da letra daquela música, o contexto histórico em que ela foi com posta, etc. Ou seja, quando um aluno apresenta uma música, ele já está inteirado do tema”, destaca Fernanda. Ela explica que para realizar a apresentação do Dia das Mães, os alunos, antes mesmo de ficar diante de seus colegas, já aprenderam como essa celebração surgiu, em que contexto isso aconteceu e com qual objetivo. “Se a apresentação for sobre Tiradentes, os alunos estudam a história daquele personagem e tudo o que estava acontecendo na época”, explica a professora.
Ao todo a escola possui 380 crianças, do P5 ao 5º ano, estudam na Escola Municipal Cláudia Rizzi. Os alunos têm de 5 a 11 anos de idade e o show faz parte do desenvolvimento e da evolução do aluno. Os estudantes ficam mais desinibidos e perdem a timidez de falar em público. Os alunos que não participam da apresentação acabam se tornando o público do espetáculo.
Antes de cada exibição os alunos ficam perfilados para e execução do Hino Nacional. Logo na sequência cada participante da apresentação se posiciona de acordo com o tipo de exibição. No jogral, os alunos são distribuídos em filas organizadas pela professora responsável, e com a impressão do poema em punho realizam a declamação dos versos em coro.
Para Hector Fernandes Ribeiro, 9 anos, aluno do 3º ano, a Sexta Cultural é uma oportunidade para aprender muitas co
isas. “Mas o que mais gosto é de desenhar. Já desenhei histórias em quadrinhos da Mônica. Já Li Monteiro Lobato e gostei muito. Achei as ilustrações do livro muito legais. Eu gosto de muitos artistas e já vi a pintura de Romero Brito”, destaca.
LEITURA DO MUNDO
Qual o valor das atividades culturais para você?
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Igor Gonçalves do Carmo,
12 anos, aluno do 5º ano do Ensino Fundamental.
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É muito legal participar do projeto. A gente aprende um monte de coisas. Para o Dia Internacional da Mulher, por exemplo, eu aprendi que 130 mulheres morreram queimadas em uma fábrica depois de protestar porque trabalhavam mais do que os homens e ganhavam menos. Já apresentamos dança na festa junina. Foi bem complicado, mas conseguimos dançar. Dançamos como caubóis. Eu achei bem legal.
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Li o livro "Aritmética da Emília", que ensina matemática. Gostei muito da Emília e do Pedrinho. Eu me identifiquei um pouco, porque os dois são bagunceiros e eu também sou um pouco em casa. Fora isso a gente fez apresentação do show "Palavra Cantada", no Dia da Consciência Negra. Aprendi que não devemos julgar ninguém pela cor da pessoa. Além disso, meus pais gostam de me ver apresentando.
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