Com a devida licença do mestre Paulo Mendes Campos, tentarei dizer o que é ser londrinense.
Ser londrinense é sentir saudade das sessões de cinema no Cine Ouro Verde e no Vila Rica.
Ser londrinense é rezar no Santuário do Mãe de Deus e, meio escondido, a capelinha histórica da UEL.
Ser londrinense é comer um pastel na feira, um pastel no Utopia e um pastel no japonês da Sergipe.
Ser londrinense é tomar um suco na rodoviária.
Ser londrinense é ler a Folha de manhã, enquanto a gente ouve o barulhinho da cafeteira.
Ser londrinense é lavar o carro na barragem do Igapó ( não sei ainda se é permitido, até porque não tenho carro).
Ser londrinense é ter saudade dos galos do Bosque.
Ser londrinense é conversar com os pioneiros no Museu Padre Carlos Weiss.
Ser londrinense é de vem em quanto, eleger um populista demagogo e arrepender muito disso depois, cassando-lhe o mandato.
Ser londrinense é achar a Catedral arquitetonicamente não muito bonita, mas mesmo assim ter um grande amor por ela
Ser londrinense é rezar pela Madre Leônia.
Ser londrinense é encontrar o Valter Orsi no Calçadão e conversar com ele durante meia hora.
Ser londrinense é votar contra o candidato do PT nas eleições presidenciais.
Ser londrinense é sentir um frio na barriga e um calor no coração quando se está voltando de viagem e a cidade aparece no horizonte.
Ser londrinense é ter saudade de Londrina em Curitiba.
Ser londrinense é caminhar todos os dias à beira do lago ou em torno do Zerão, feito o meu sogro Lourenço, esse atleta.
Ser londrinense é comer um algodão-doce a Exposição e um espetinho no Dunga.
Ser londrinense é emprestar um livro na biblioteca Municipal e conversar com as bibliotecárias.
Ser londrinense é dizer “Vila Gazoni”.
Ser londrinense é ver futebol no Bar Brasil.
Ser londrinense é ir ao Estádio do Café e saber quem é o Luxemburgo.
Ser londrinense é, no fundo, também torcer para o Portuguesinha.
Ser londrinense é sentir o cheiro de café no Edifício América.
Ser londrinense é entender o azul.
Ser londrinense é escrever porta com “r”, mas falar com três.
Ser londrinense é, a gente, de repente, é achar que vi Dom Geraldo Fernandes ou Dr, Hosken na rua.
Ser londrinense é sentir que o tempo não passa do mesmo jeito quando o Relojão está parado.
Ser londrinense é nascer em Londrina? Sim, meu filho nasceu. Mas ser londrinense é também escolher Londrina. E escolhi.
Ser londrinense é ser um pouco cambeense, rolandense, apucaranense, ibiporaense, Jataizinhense, procopense, tamaranense... É ser paranaense.
É ser, enfim, pé-vermelho com muito orgulho. ( Crônica escrita pelo escritor PAULO BRIGUET, página 3, caderno Folha Cidade, espaço AVENIDA PARANÁ, por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, sábado, 30 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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