Já ouvimos, de nós mesmos, tudo sobre nós mesmos, desde que éramos o centro do universo, que somos o suprassumo da criação e, inclusive o privilégio de ter sido criados à imagem do criador. Pelo menos temos o bom sendo de admitir que só a imagem, né?
Não, não vou aqui abordar assuntos e temas por demais conhecidos, como as nossas fraquezas, virtudes, paixões, amores ou ódios, e nem fazer comparações com outros animais da criação, não, nada disso.
E nem me atreveria a entrar em outros assuntos da natureza humana, por ser absolutamente leigo - academicamente falando – em assuntos por demais discutidos há milênios e sem, contudo, se chegar a qualquer conclusão, já que dinâmicos não ficam estagnados esperando amadurecimentos e conclusões de ideias e conceitos.
Privilegiados – só pensamos que somos – de carona nessa imensa bola flutuando no espaço, junto com todos os outros colegas da criação, vamos fazendo essa imensa viagem com total desconhecimento da origem e do destino. Incapazes de inferir conhecimentos dos sinais, uns poucos trajando a toga do conforto momentâneo, mas todos respirando do mesmo alimento, gozando ou padecendo dos mesmos cânceres, viemos e vamos.
Vazio, dizem, não existe. Então temos a imensa capacidade de criar para preencher ( o quê, preencher o vazio?) o vazio que insiste em surgir quando paramos para pensar. Então, sem consciência, colocamos alguém ou algo, como remédio para não dar a chance da depressão carente de respostas.
De liberdade relativa (que liberdade é essa?), sem ser donos de absolutamente nada, entorpecidos, alguns, por crenças, riem por fragmentos momentâneos para logo, entristecidos, em confronto com a realidade que não se deixa desparecer, chorarem por tempos infindáveis.
Talvez, quem sabe, depois que tudo passar, saberemos. E, se nada pudermos saber, não fará diferença. Muitos, não a maioria, já entenderam isso, ou não.
Nada obstante, o sol continuará a nascer, por mais algum tempo, todas as manhãs, ainda que por detrás das tempestades . e as dores e as alegrias como nossas companheiras, tentarão dar sentido ou rumo à existência que, pelo menos, não há como negar. ( JOSÉ ROBERTO BRUNASSI, ADVOGADO EM Londrina, página 3, espaço CRÔNICAS, Folha 2, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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