No Natal foram abertas as caixas de
presentes, a vontade de ajudar o próximo, o guarda-roupa do Papai-Noel, o
portão das renas, o sorriso das crianças, o amor dos simples, a esperança dos
fortes, as rodas de ciranda, as embalagens das bonecas, o semáforo das avenidas,
as lojas de bugigangas, os carros novinhos em folha, o chuveiro para cantorias,
o comércio livre em Cuba, os bombons e o s sacos de balas, a rota da migração dos
pássaros, as portas do imaginário, os espaços da fantasia, os quartos de
brinquedos, as sombrinhas coloridas, as gavetas de lembranças, as bilheterias
dos parques , os salões dos navios,as
cabines dos pilotos, os caminhos da infância.
Permanecerão abertos o desejo de um ano maravilhoso, os acampamentos de férias, a fé dos antigos, o pátio para recreios, as flores que foram botão, os vestidos decotados, os olhos para verem os decotes, os vidros de perfume, as mãos estendidas, as sessões de cinema, o teatro de variedades, as garrafas de champanhe, os vinhos tinto, o livro de poesias, o caderninho de receitas, as maternidades, o guarda-chuva, a ostra para ver a pérola, as dunas, os mirantes das montanhas, as porteiras das fazendas, as janelas ensolaradas, os hotéis baratos, as cachoeiras para banho, os potes de geléia, os sacos de pão, as tendas dos ciganos, os baralhos de tarô, os corações apaixonados.
Nesta época devem permanecer fechados os espaços de turbulência, os congressos inúteis, as câmaras que não legislam , as urnas violadas, a passagem dos insensíveis, os bancos que cobram juros, as empresas que exploram, as cartas precatórias, as firmas de cobranças, as fábricas que poluem, as alfândegas fajutas, os portos de contrabando, os pontos de exploração de mulheres, os centros de trabalho escravo, o comércio de armas de fogo, as igrejas enganosas, a indústria de guerra, os ímpetos de ignorância, os atritos desnecessários, as revoltas que não levam a nada.
Devem ser bem trancados os sentimentos baixos, as emoções vazias, o impulso de ódio, a raiva do vizinho, a maledicência nos salões de beleza, a fofoca no bairro, o diz-que-me-diz, o rancor entre amigos, as torneiras que pingam, os ruídos ensurdecedores, os gritos, a vontade de matar os rios, a derrubada das matas, os acidentes de percurso, a falta de boa vontade, as discussões acaloradas, as desconfianças, os desejos de vingança, as concorrências desleais, as dúvidas, as trapaças e as intrigas.
Separe bem seus desejos e os classifique por ordem satisfação. Abra a cabeça para bons pensamentos, feche o coração para angústias. Agora, a chave é sua. ( Texto de CÉLIA MUSILLI celiamusilli@terra.com.br Folha2, pag 4, jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 28 de dezembro de 2014).
Permanecerão abertos o desejo de um ano maravilhoso, os acampamentos de férias, a fé dos antigos, o pátio para recreios, as flores que foram botão, os vestidos decotados, os olhos para verem os decotes, os vidros de perfume, as mãos estendidas, as sessões de cinema, o teatro de variedades, as garrafas de champanhe, os vinhos tinto, o livro de poesias, o caderninho de receitas, as maternidades, o guarda-chuva, a ostra para ver a pérola, as dunas, os mirantes das montanhas, as porteiras das fazendas, as janelas ensolaradas, os hotéis baratos, as cachoeiras para banho, os potes de geléia, os sacos de pão, as tendas dos ciganos, os baralhos de tarô, os corações apaixonados.
Nesta época devem permanecer fechados os espaços de turbulência, os congressos inúteis, as câmaras que não legislam , as urnas violadas, a passagem dos insensíveis, os bancos que cobram juros, as empresas que exploram, as cartas precatórias, as firmas de cobranças, as fábricas que poluem, as alfândegas fajutas, os portos de contrabando, os pontos de exploração de mulheres, os centros de trabalho escravo, o comércio de armas de fogo, as igrejas enganosas, a indústria de guerra, os ímpetos de ignorância, os atritos desnecessários, as revoltas que não levam a nada.
Devem ser bem trancados os sentimentos baixos, as emoções vazias, o impulso de ódio, a raiva do vizinho, a maledicência nos salões de beleza, a fofoca no bairro, o diz-que-me-diz, o rancor entre amigos, as torneiras que pingam, os ruídos ensurdecedores, os gritos, a vontade de matar os rios, a derrubada das matas, os acidentes de percurso, a falta de boa vontade, as discussões acaloradas, as desconfianças, os desejos de vingança, as concorrências desleais, as dúvidas, as trapaças e as intrigas.
Separe bem seus desejos e os classifique por ordem satisfação. Abra a cabeça para bons pensamentos, feche o coração para angústias. Agora, a chave é sua. ( Texto de CÉLIA MUSILLI celiamusilli@terra.com.br Folha2, pag 4, jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 28 de dezembro de 2014).
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