Transcrição do editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 10 de outubro de 2019
A simples substituição de uma lâmpada fluorescente queimada pode não ser um ato tão inofensivo quando se constata que existe um passivo ambiental de mais d 3 milhões de lâmpadas acumulada nos últimos anos sob responsabilidade das prefeituras paranaenses. O material contém mercúrio e, se descartada diretamente na natureza, pode contaminar o solo, a água, a fauna e a flora, além de ocasionar sérios problemas de saúde.
Desde 2010 está em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos na qual fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, “são obrigados a estruturar e implementar sistema de logística reversa” após o uso de lâmpadas pelos consumidores. Mas um levantamento pela Sedest (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo) constatou que pelo menos 371 municípios dos 399 do Paraná (93%) acumula lâmpadas queimadas em barracões e até escolas e postos de saúde.
O volume total de 3,2 milhões de itens engloba lâmpadas utilizadas em prédios públicos e pelos consumidores em geral e que foram recolhidas pelos municípios diante da falta de postos de coleta dos materiais.
Essas informações foram repassadas pelos próprios municípios aos governos do Estado para debater o problema em parceria com o Ministério Público, como mostra reportagem da FOLHA nesta quinta-feira (10).
Há divergência entre poder público e entidades que representam as empresas fabricantes e importadoras de lâmpadas sobre a responsabilidade da logística reversa. Ao jornal, a Associação Brasileira para Gestão da Política Reversa de Produtos de Iluminação informou que o setor é obrigado a fazer a destinação correta das lâmpadas descartadas exclusivamente por consumidores domésticos.
Enquanto esse impasse não se resolve, esses itens altamente poluentes estão armazenados de forma precária. O governo do Estado calcula que 80 mil estejam em escolas.
É preciso encontrar uma solução urgente e promover a implantação de um processo permanente de recolhimento para evitar o acúmulo. A logística reversa é de responsabilidade do poder público e da indústria para com a sociedade, pois implica em minimizar os efeitos da produção de resíduos no meio ambiente.
Obrigado por assinar a Folha de Londrina. (FONTE). Editorial o jornal FOLHA DE LONDRINA, publicado hoje quinta-feira 10 de outubro d 2019).
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