Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, 19 E 20 DE OUTUBRO DE 2019
Está muito enganado quem pensa que a crise que coloca em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu próprio partido, o PSL, não afeta o cidadão. A consequência da guerra entre os caciques de um dos maiores partidos do País devem fragilizar a base de apoio e também a articulação do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. Preocupa a tramitação das pautas de governo na Câmara e no Senado - Leia-se reformas estruturais.
O que muitos temiam acabou acontecendo. A briga interna extrapolou as barreiras do PSL, apesar dos apelos de nome fortes do governo para que as desavenças fossem colocadas de lado. Foi o caso do ministro da Casa Civl , Onyx Lorenzoni. no último dia 12, que defendeu a unidade da direita para superar as divergências.
O apelo foi durante a CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), em São Paulo. Durante o discurso, Lorenzoni chegou a chorar duas vezes ao ressaltar que a direita tinha uma oportunidade histórica de mudar o País.
Cinco dias depois, na quinta feira (17), o campo conservador assistiu a um racha entre deputados aliados a Bolsonaro e parlamentares aliados ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. No centro da briga, o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir, levou a melhor, impondo uma derrota ao grupo ligado ao presidente da República.
Sobrou para a deputada Joice Hasselmann, que perdeu a liderança do governo no Congresso e ganhou o desafeto da família Bolsonaro. E também a crise atingiu o campo conservador paranaense, com consequências para Felipe Barros e Felipe Francischini.
Lembrando que está em jogo o fundo partidário do PSL, com a previsão de que o partido receba R$ 110 milhões de recursos públicos em 2019, a maior fatia entre todas as legendas.
É uma guerra declarada, com vazamento de áudio, palavras de baixo calão, ameaças e retaliações. Não é possível ainda dimensionar a gravidade do impacto da crise interna do PSL, na articulação política entre o governo e o Congresso. Mas a percepção é de que o diálogo entre os dois poderes terá que ser reconstruído. Voltamos, então, à estagnação. Justamente em um momento em que o País precisa acelerar para sair do marasmo econômico.
Obrigado por acompanhar a FOLHA. (FONTE); Editorial do jornal Folha de Londrina, página 2, Opinião, opiniao@folhadelondrina.com.br 19 e 20 de outubro de 2019, publicado pelo referido jornal.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário