Transcrição Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 09 de outubro de 2019.
Beber e dirigir. Duas ações que todo mundo sabe que não combinam, mas que ainda são frequentes no Brasil. Por mais que País tenha melhorado seus índices de violência no trânsito 11 anos após a promulgação da Lei Seca, ainda há um longo caminho para mudar os índices e isso passa por uma reeducação ao volante e também fora dele. Beber e dirigir ainda não é visto como algo perigoso para muitos motoristas.
Segundo projeção do GPES (Grupo de Pesquisa e Economia do Seguro) feita no ano passado, a Lei Seca evitou 40.700 mortes e a invalidez por acidentes de 234 mil pessoas. Um número relativamente baixo.
Mesmo com as alterações na Lei, que a deixaram mais severa, ainda há quem a desafie. A última mudança foi publicada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) no final de 2018 e estabelece que o homicídio sob efeito de álcool ao volante significa que o infrator assumiu o risco de matar, passando a ser considerado como dolo eventual e não culposo (sem a intenção de matar). A Lei Seca foi alterada em abril deste ano, ficando mais rigorosa e tornando o crime de homicídio no trânsito inafiançável.
Em matéria na edição desta quarta-feira (9), na FOLHA, um especialista de segurança viária ouvido aponta que a falta de um código processual para os crimes de trânsito dificulta a punição de infratores da Lei Seca. Por outro lado, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) vê que a mudança no comportamento do motorista é gradual, mas está em andamento.
O que vemos constantemente é a mobilização e indignação apenas quando tragédias são registradas, mas achamos comum quando algum amigo ou familiar se levanta da mesa após ingerir um copo que seja de cerveja, pega as chaves do carro e sai ao volante. Mesmo que essa pessoa esteja levando os próprios filhos no veículo, representando perigo para a vida dessas crianças. Como afirma à reportagem Fernando Oliveira, policial rodoviário federal e chefe do Núcleo de Comunicação da PRF no Paraná, isso acontece porque em diversos círculos sociais beber e dirigir “ainda é uma prática aceitável”.
É comum somar à bebida outras infrações de trânsito que colocam em risco a vida das pessoas como a falta do cinto de segurança, mesmo no banco traseiro. No fim de semana, um motorista que teria bebido capotou o carro diversas vezes na PR-445 entre o Distrito da Warta (zona norte) e Bela Vista do Paraíso. Dois filhos dele, de 5 e 7 anos foram ejetados do veículo. Por sorte, ninguém morreu.
Deixar a lei com menos brechas e interpretações seria uma forma de punir mais mais rapidamente este tipo de gente, que faz roleta russa no trânsito, colocando a própria vida e a de terceiro em perigo em nome da dificultado em aceitar e cumprir algo que é determinado em prol dobem da sociedade.
Não importa se é um copo de cerveja, uma taça de vinho ou uma garrafa inteira de uísque. Em todos os casos, assumir o volante após a ingestão é crime e já passou da hora de todo mundo aceitar isso e cumprir a lei.
Obrigado por ser nosso leitor. (FONTE). Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA com publição em data de hoje, 09 de outubro de 2019, quarta-feira).
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