Os muitos matizes da música raiz, na voz de Pena Branca e Xavantinho, expressam experiências que os autores traduzem numa descrição poética da Natureza e do homem em interação com aquilo que eu, e muitas pessoas, consideramos música caipira brasileira em forma de poética.
Os poetas, compositores, músicos e irmãos José Ramiro Sobrinho (Pena Branca) e Ranulfo Ramiro da Silva (Xavantinho), humildes, cantaram em polcas e toadas as mais lindas músicas sertanejas com estilo genuíno, pureza d’alma, bom gosto e ênfase, os mais simples e cotidianos acontecimentos rurais. Suas letras, não apenas louvam a singeleza e a dura lida na roça mas, também, nos apresentam espetáculos maravilhosos do que ocorre na natureza, além de interpretarem e exaltarem o trabalho humano que nesse espaço é desenvolvido pelos protagonistas rurais.
E deste modo, cantando a melancolia da vida rural, valorizam a natureza e a brasilidade deste nosso imenso País, conseguindo, inclusive, chamarem atenção de cantores e amigos importantes como: Almir Sater, Renato Teixeira, Rolando Boldrin, Milton Nascimento, Chico Buarque e outros de mesma categoria, inclusive, até de alguns cantores internacionais.
Amo ouvir sus vozes maravilhosas que eram, e são, o produto de uma união perfeita de afinação, timbre e harmonia. Foi com esse grande talento que conseguiram unir a música sertaneja à moderna. Reavivando nossa imaginação para os fatos que acontecem no campo, ao descreverem em formas de poemas as maravilhas de fatos da natureza e a rotina da vida rural.
Muito me emociono ao ouvir músicas interpretadas por suas vozes que me lembram querubins. E, ainda hoje, quando ouço a melodia de suas vozes em dueto, acompanhadas pelos ritmos sonoros tirados de sua viola e violão, fico a lamentar que esse artistas não possam mais continuam nos brindando com suas vozes ao vivo posto que já empreenderam viagem para o andar de cima.
Exatamente por esse triste fato é que quem tem algumas de suas obras cuida delas com carinho e esmero para que possa desfrutar de momentos musicais de especial bom gosto produzido por essa dupla que tantos prêmios conquistou na sua caminhada profissional cantando, escrevendo e interpretando a boa música brasileira.
Algumas dentre as muitas e consagradas canções deles são: “Chuá-Chuá, “Cuitelinho”, “Vaca Estrela e Boi Fubá”, “Calix Bento”, Gente que em Lisboa”, Aventure-se e conheça! (MARINA I . B. POLÔNIO, leitora da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, caderno FOLHA RURAL, sábado, 8 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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