Celina Turchi, que também entrou na lista da revista 'Nature' de cientistas mais influentes |
Celina Turchi foi reconhecida pela associação entre o vírus da zika e o surto de microcefalia
A epidemiologista brasileira Celina Turchi está entre as cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista “Time”. Na lista, só há dois brasileiros: Turchi e Neymar, jogador do Barcelona e da seleção brasileira. A escolha se deve ao trabalho da cientista na associação entre microcefalia e o vírus da zika.
Em dezembro de 2016, pelo mesmo motivo, Turchi entrou na lista, produzia pela revista científica “Nature”, dos dez cientistas mais influentes do mundo. Ela era a única brasileira naquela seleção.
Segundo a revista “Time”, após a epidemiologista percebeu que algo estava errado com seus pequenos pacientes com microcefalia e, “contra o relógio e perdendo refeições e noites de sono”, buscou entender o que estava acontecendo.
“Ela entendeu que se tratava de uma crise global que exigiria também uma colaboração global. Por isso, ela buscou contato com especialistas ao redor do mundo, facilitou o trabalho deles e a colaboração com o Brasil. Além disso, compartilhou abertamente o que ela e seus colegas estavam descobrindo, assim o mundo todo poderia aprender sobre essa ameaça sem precedentes”, diz a revista.
“Turchi é apaixonada, determinada e é modelo do tipo de liderança global e colaboração necessários para proteção da saúde humana”, afirma a revista.
O perfil de Turchi para a “Time” foi escrito por Thomas Frieden, ex-diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA), que deixou o cargo em janeiro deste ano.
HISTÓRICO
Médica pela Universidade Federal de Goiás, mestre em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropcial Medicine e doutora pela departamento de medicina preventiva da Universidade de São Paulo, a brasileira Celina Turchi já desenvolveu pesquisas em diversas instituições nacionais e internacionais.
Com experiência na área de epidemiologia de doenças infecciosas, atualmente Turchi atua como pesquisadora no Contre de Pesquisa Aggeu Magalhães – Fiocruz no Estado de Pernambuco.
À época em que entrou no ranking da revista científica inglesa “Nature”, Turchi falou sobre a velocidade com que se deu a associação entre o vírus da zika e o surto da microcefalia.
“É um novo capítulo da Medicina quando pensamos que em menos de um ano levantamos a hipótese e conseguimos estabelecer o vínculo de associação entre infecção congênita e a doença”, disse Turchi à agência de notícias Lusa.
Ela se lamentava, contudo, pelo atraso ao atendimento na saúde pública. “Do ponto de vista das ações e aporte de recursos, ainda não temos a preparação suficiente para respostas imediatas” disse a cientista. (DE SÃO PAULO, página B7, SAÚDE + CIÊNCIA, sexta-feira, 17 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).
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