Criado solto o franguinho se desenvolvia sem pressa, sem hormônios nem rações. Cisca e bicava pelo terreiro andando atrás de bichinhos e verdurinhas. Crescendo sempre, magrinho e feliz.
Pela manhã o chamado “pipipipipipipi” juntava as aves ao redor da casa para complementar sua alimentação diária com alguns grãos de milho e restos de verduras. Uma verdadeira festa de penas multicoloridas: carijós, rajados, os mais variados tons de marrom e preto fazendo alvoroço nas manhãs da roça.
Desta maneira eles amansavam e já se podia observar quem estava ficando no jeito, ou melhor, com o peito mais cheio e as pernas grossas. Ali eram separados os mais encorpados que estavam começando a desenvolver esporas e belas cristas.
Num minuto um grito estridente e logo a água fervente. Depenado e limpo tudo se aproveita.
Do sangue o molho pardo.
Das vísceras uma bela farofa.
Dos pés, cabeça, asa e pescoço um caldo para fortalecer os convalescentes.
Os demais cortes deste animal maravilhoso de carne mais escura e muito saborosa vão para a panela.
Refogados lentamente com ervas e temperos vai formando um caldo acastanhado de bouquet intenso e muito sabor.
Aí só comer lambendo os dedos.
RECEITA
Ingredientes
1 frango caipira cortado nas juntas
20 sementes de urucum
1 cebola picada
2 colheres de sopa de banha de porco
Suco de 1 limão
2 dentes de alho picados
Pimenta dedo de moça picada
Alecrim, manjericão, salsinha e cebolinha picados
Sal e limão
Modo de preparo
Esfregue o limão por todo o frango. Em uma panela derreta a banha de porco e a gordura retirada do frango em fogo baixo. Adicione o alecrim e em seguida doure os pedaços de frango, se necessário faça isso em duas vezes. Retire o frango e reserve. Adicione as sementes de urucum e refogue até a gordura adquirir uma coloração laranja intensa. Retire as sementes, refogue o alho, a cebola e a pimenta. Tempere o frango com sal e retorne à panela. Adicione água até cobrir e cozinhe lentamente, se necessário adicione mais água até que o frango esteja macio. Salpique com cheiros verdes e sirva em seguida. (Página 3, coluna
sexta-feira, 21 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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