Durante muitos anos, a palavra povo esteve nas mãos de seus seqüestradores. Até bem pouco tempo atrás, só podia usá-la
quem era companheiro da esquerda. Mas os escândalos do governo acabaram por
destruir esse cativeiro semântico. Hoje as pessoas são livres para dizer:
- Nós somos o povo. Não precisamos mostrar a carteirinha do partido nem a estrelinha no peito.
O povo somos nós. Somos nós que trabalhamos, que estudamos, que criamos filhos, que amamos nossas famílias, que pagamos impostos, que fazemos compras no supermercado, que abominamos o roubo, o crime e a chantagem. Somos nós que não temos privilégios, que nunca tivemos milhões ao nosso dispor, que não ajudamos as pessoas só para conquistar os seus votos e as suas consciências. Fazemos o bem sem esperar nada em troca. Somos nós, o povo. O povo é o comerciante que fechou as portas. É o trabalhador que perdeu o emprego. É o eleitor da Dilma que se sentiu enganado. É o eleitor do Aécio que se sentiu ofendido. É o eleitor da Marina que se sentiu violentado. O povo é o aluno que ficou sem aula, é o funcionário público que trabalha com afinco, é o padre que tenta levar as almas para o Céu. O povo é o advogado que defende a lei, o jornalista que diz a verdade, o engenheiro que constrói casas, o médico que salva vidas, a enfermeira que cuida dos doentes. O operário que opera. O camponês que semeia. A mãe que ama.
Rita é o povo. Altas horas da noite, ela ligou para a nossa casa pensando que era p CVV. Chorou, chorou, chorou. Disse que estava sozinha no mundo, que havia perdido seus pais. E a Rosângela a ouviu com atenção. Depois ficou pensando nela. Rita e Rosângela são o povo. Elas não estão sozinhas.
O povo não pertence a movimentos sociais, não está filiado a partidos, não acredita em promessas de campanha. É formado por aqueles que sofrem o poder, não os que o exercem. Quando penso em povo, penso no meu bisavô Costa, abandonado criança no Brasil, depois maquinista de trem. Penso no meu avô Briguet, juiz de futebol e pintor de carros. Penso em meu pai bancário e minha mãe professora. Todos já se foram. Penso em quanto eles lutaram e sofreram para que eu estivesse aqui, escrevendo estas palavras e dizendo - Eu também sou povo. ( Texto extraído do espaço Dia de Crônica PAULO BRIGUET, página 5, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 16 de março de 2015).
- Nós somos o povo. Não precisamos mostrar a carteirinha do partido nem a estrelinha no peito.
O povo somos nós. Somos nós que trabalhamos, que estudamos, que criamos filhos, que amamos nossas famílias, que pagamos impostos, que fazemos compras no supermercado, que abominamos o roubo, o crime e a chantagem. Somos nós que não temos privilégios, que nunca tivemos milhões ao nosso dispor, que não ajudamos as pessoas só para conquistar os seus votos e as suas consciências. Fazemos o bem sem esperar nada em troca. Somos nós, o povo. O povo é o comerciante que fechou as portas. É o trabalhador que perdeu o emprego. É o eleitor da Dilma que se sentiu enganado. É o eleitor do Aécio que se sentiu ofendido. É o eleitor da Marina que se sentiu violentado. O povo é o aluno que ficou sem aula, é o funcionário público que trabalha com afinco, é o padre que tenta levar as almas para o Céu. O povo é o advogado que defende a lei, o jornalista que diz a verdade, o engenheiro que constrói casas, o médico que salva vidas, a enfermeira que cuida dos doentes. O operário que opera. O camponês que semeia. A mãe que ama.
Rita é o povo. Altas horas da noite, ela ligou para a nossa casa pensando que era p CVV. Chorou, chorou, chorou. Disse que estava sozinha no mundo, que havia perdido seus pais. E a Rosângela a ouviu com atenção. Depois ficou pensando nela. Rita e Rosângela são o povo. Elas não estão sozinhas.
O povo não pertence a movimentos sociais, não está filiado a partidos, não acredita em promessas de campanha. É formado por aqueles que sofrem o poder, não os que o exercem. Quando penso em povo, penso no meu bisavô Costa, abandonado criança no Brasil, depois maquinista de trem. Penso no meu avô Briguet, juiz de futebol e pintor de carros. Penso em meu pai bancário e minha mãe professora. Todos já se foram. Penso em quanto eles lutaram e sofreram para que eu estivesse aqui, escrevendo estas palavras e dizendo - Eu também sou povo. ( Texto extraído do espaço Dia de Crônica PAULO BRIGUET, página 5, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 16 de março de 2015).
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