Quem acha que marchas e passeatas não adiantam nada, pode lembrar que a Revolução Francesa começou com uma marcha
para a tomada da Bastilha, presídio onde havia oito presos mas era símbolo da
monarquia - e foi o começo de muitos
levantes que mudariam não só a França mas também o mundo.
O golpe militar de 1964, implantando uma ditadura militar para impedir uma ditadura comunista, foi antes avalisado popularmente pelas Marchas com Deus, Pela Família e Liberdade, dando a moral que os militares precisavam para tomar o poder com uma aura de legitimidade.
Dez anos depois, a ditadura começava a cair com o povo elegendo 17 senadores do MDB contra apenas cinco do partido do governo. Mas a ditadura só acabaria mesmo quando o povo saiu às ruas nas campanhas da Anistia e das Diretas Já.
A segregação racial nos Estados Unidos só acabou depois que uma pacata professora, Rosa Parks , ousou dizer não à submissão, recusando-se a sentar nos bancos para os negros no fundo dos ônibus, e um pastor, Martin Luther King, para apoiar seu gesto, convocou as marchas com que o povo norte-americano transformou aquele “não” num imenso NÃO.
Os Estados Unidos perderam 55 mil homens na Guerra do Vietnã, enquanto vietnamitas perderam mais de milhão e 500 mil, ou seja, 30 vietnamitas mortos para cada americano. Mas, militarmente, a guerra era um impasse. O general Giap, comandante dos vietnamitas, sabia entretanto que a guerra seria decidida nos Estados Unidos, onde o corpo de cada soldado chegava com o impacto de uma bomba na opinião pública. E, quando o povo foi para as ruas em marcha pedindo o fim da guerra, ela acabou, deixando seus exemplos de fracasso imperialista e autonomia nacional.
Ghandi liderou a luta pela independência da Índia, contra o poderoso império inglês, sem levantar uma arma ou dizer uma palavra dura, apenas promovendo marchas. Numa visita a Londres, mais de décadas antes da independência, hospedou-se longe do local das reuniões com o governo britânico, para onde ia a pé, transformando cada caminhada numa marcha caudal de repórteres e fotógrafos a transmitir para o mundo a força de sua fé. Esperemos que esses exemplos iluminem as marchas de hoje.
Esperemos também que a PM saiba cumprir seu papel constitucional, que é manter a ordem pública, isolando e detendo rapidamente os desordeiros e vândalos. Para isso, claro, terá de sair detrás dos escudos, deixando de lançar bombas de gás e disparar tiros de borracha, que só servem para assustar e dispersar os cidadãos, e que é exatamente o que pretendem os desordeiros e vândalos.
Esperemos também que os políticos percebam que já passou o momento histórico de promoverem reformas capazes de tirar a nação do pântano de corrupção e privilégios, burocracia e super-tributação, colocando os governos a serviço dos que trabalham e produzem os impostos que pagam os poderes e serviços públicos, inclusive a `PM
E que não sejam apenas marchas contra males e malfeitores, mas principalmente a favor – da República. ( Texto escrito por DOMINGOS PELLEGRINI, extraído da página 21. Espaço DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br , publicação do JORNAL DE LONDERINA, domingo, 15 de março de 2015).
O golpe militar de 1964, implantando uma ditadura militar para impedir uma ditadura comunista, foi antes avalisado popularmente pelas Marchas com Deus, Pela Família e Liberdade, dando a moral que os militares precisavam para tomar o poder com uma aura de legitimidade.
Dez anos depois, a ditadura começava a cair com o povo elegendo 17 senadores do MDB contra apenas cinco do partido do governo. Mas a ditadura só acabaria mesmo quando o povo saiu às ruas nas campanhas da Anistia e das Diretas Já.
A segregação racial nos Estados Unidos só acabou depois que uma pacata professora, Rosa Parks , ousou dizer não à submissão, recusando-se a sentar nos bancos para os negros no fundo dos ônibus, e um pastor, Martin Luther King, para apoiar seu gesto, convocou as marchas com que o povo norte-americano transformou aquele “não” num imenso NÃO.
Os Estados Unidos perderam 55 mil homens na Guerra do Vietnã, enquanto vietnamitas perderam mais de milhão e 500 mil, ou seja, 30 vietnamitas mortos para cada americano. Mas, militarmente, a guerra era um impasse. O general Giap, comandante dos vietnamitas, sabia entretanto que a guerra seria decidida nos Estados Unidos, onde o corpo de cada soldado chegava com o impacto de uma bomba na opinião pública. E, quando o povo foi para as ruas em marcha pedindo o fim da guerra, ela acabou, deixando seus exemplos de fracasso imperialista e autonomia nacional.
Ghandi liderou a luta pela independência da Índia, contra o poderoso império inglês, sem levantar uma arma ou dizer uma palavra dura, apenas promovendo marchas. Numa visita a Londres, mais de décadas antes da independência, hospedou-se longe do local das reuniões com o governo britânico, para onde ia a pé, transformando cada caminhada numa marcha caudal de repórteres e fotógrafos a transmitir para o mundo a força de sua fé. Esperemos que esses exemplos iluminem as marchas de hoje.
Esperemos também que a PM saiba cumprir seu papel constitucional, que é manter a ordem pública, isolando e detendo rapidamente os desordeiros e vândalos. Para isso, claro, terá de sair detrás dos escudos, deixando de lançar bombas de gás e disparar tiros de borracha, que só servem para assustar e dispersar os cidadãos, e que é exatamente o que pretendem os desordeiros e vândalos.
Esperemos também que os políticos percebam que já passou o momento histórico de promoverem reformas capazes de tirar a nação do pântano de corrupção e privilégios, burocracia e super-tributação, colocando os governos a serviço dos que trabalham e produzem os impostos que pagam os poderes e serviços públicos, inclusive a `PM
E que não sejam apenas marchas contra males e malfeitores, mas principalmente a favor – da República. ( Texto escrito por DOMINGOS PELLEGRINI, extraído da página 21. Espaço DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br , publicação do JORNAL DE LONDERINA, domingo, 15 de março de 2015).
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