Crônica escrita pelo jornalista WALMOR MACARINI, coluna ESPAÇO ABERTO, publicação em data de hoje, pagina 2, jornal FOLHA DE LONDRINA.
Cada qual que dê o nome que quiser à intervenção militar de março de 64. A imprensa com matizes esquerdizantes dos dias atuais e os desinformados dizem que foi golpe. Definimos um golpe: se um assaltante investe em sua direção, você lhe desfere um golpe e o põe fora de ação. Este o aspecto virtuoso do golpe, Foi o que aconteceu naquele ano.
Mas, ao referir-se ao episódio, a versão dos que não viveram aqueles dias dá ao termo aquele tom pejorativo. Eu vivi os anos anteriores, os momentos cruciais da intervenção e os quase vinte anos que se seguiram, e testemunho que o povo esteve sempre ao lado dos militares.
Os contrários eram os integrantes da legião dos esquerdistas, a estudantada capitaneada pela UNE e nós jornalistas. Eu incluído entre os subversivos de então, mas logo depois me recuperei, quando percebi que a intervenção do povo e dos militares foi necessária e providencial.
A maioria dos jovens e dos quarentões de hoje fala desse acontecimento histórico por ler as narrativas distorcidas que os intelectuais de viés esquerdistas escreveram, e não a verdade inteira.
E por que tudo isto aconteceu? Porque o comunismo soviético rondava a vizinhança e havia o temor de que estendesse seus tentáculos até a América Latina, eis que os russos já haviam chegado a Cuba, com seus navios de guerra, e instalado ali seus misseis nucleares. E derramavam dinheiro no reduto de Fidel Castro.
O propósito era o domínio da região sul-continental. (O mesmo que Lula quis fazer com o apoio de Hugo Chaves e depois Maduro, da Venezuela; com Raul Castro e seu preposto presidente, de Cuba; com Morales da Bolívia, e outros mais).
Os ideais comunistas, embalados então pela URSS, se espalhavam pelo mundo, eram tempos da Guerra Fria e uma iminente guerra mundial. O povo brasileiro e os militares sabiam disto, e com o incentivo dos Estados Unidos e de John Kennedy – que deixara a IV Frota Naval de prontidão – a vigilância instalou-se. Então, não foi golpe, mas contra-golpe, uma ação de defesa. É para essas missões constitucionais que as Forças Armadas existem.
Aqui no Brasil, que tinha na época 80 milhões de habitantes, os parafusos da República estavam frouxos. Com a renúncia de Jânio, seu vice João Goulart, petebista (tal qual o PT de hoje), era marcadamente esquerdista e fora à China ouvir Mao.
No Nordeste brasileiro pontificavam as Ligas Camponesas do comunista declarado Francisco Julião, tipo MST. Havia um clima de agitação e um propósito visível das esquerdas de desestabilizar a ordem social – o mesmo que fazem hoje os inconformados com o fim do lulopetismo e com a ascensão da direita de Jair Bolsonaro e seus 57,7 milhões de brasileiros que o elegeram.
O estopim de 1964 foi o célebre comício de 13 de março, na Avenida Presidente Vargas, no Rio, quando em ameaçador discurso durante 200 mil pessoas João Goulart, o Jango, conclamou à invasão de terras produtivas (as terras boas, ele ressaltou), à Legalidade do Partido Comunista, a encampação pelo Governo das refinarias particulares de petróleo, enfim uma ditadura de estado, de linha comunista.
Foi então que o povo - repito, o povo – seis dias depois marchou pelas ruas das grandes cidades – sob o lema da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. As Forças Armadas, salvaguardas constitucionais das instituições, marcharam junto, destituíram Jango, sem dar um tiro sequer. Não foi um ato de tomada do poder por uma ambição política, mas de defesa da ordem e da segurança nacional.
O povo – que na Marcha de São Paulo havia reunido 500 mil – aplaudiu. Não há um único registro de que os cidadãos – a não ser os mais atrás citados – tenham alguma vez se insurgido contra essa intervenção militar. Sim, depois que as guerrilhas se instalaram, houve prisões e torturas – e as torturam foram um mal, que nunca poderia ter acontecido.
Por outro lado, houve desenvolvimento, destacadamente a gigante hidrelétrica de Itaipu, as usinas nucleares, a Embrapa (que introduziu a tecnologia no campo), o avanço das telecomunicações e outros tantos benefícios de que até hoje os brasileiros desfrutam. (FONTE: Crônica escrita por WALMOR MACARINI, jornalista, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, sexta-feira. 29 de março de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).* Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opiniao@folhadelondrina.com.br
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