UM PROCESSO inflamatório poderia desencadear o mecanismo que provoca a depressão, segundo estudos desenvolvidos nos últimos anos.
A depressão é uma doença relacionada a uma alteração emocional caracterizada por tristeza, baixa autoestima e desinteresse por atividades.
Na revista “Molecular Psychiatry” deste mês, N. Kapelmann e colaboradores da Universidade de Cambridge , Londres, apresentam uma análise sobre testes clínicos que abordam a atividade antidepressiva de drogas anti-inflamatórias.
Por um processo inflamatório, o sistema imunológico lança no sangue proteínas chamadas citocinas. Testes com moduladores das citocinas já estabeleceram a terapêutica para condições inflamatórias crônicas, como a artrite reumatoide e psoríase.
Estudos com 5.063 pessoas mostram que se tratar com anti-inflamatórios melhora sintomas depressivos, indicação que citocinas podem ter relação com a depressão.
Por isso, moduladores de citocina parecem ter potencial emprego para tratar a depressão, dizem os autores.
Na dificuldade de cura da depressão com os tradicionais antidepressivos, algumas drogas anti-inflamatórias poderiam eventualmente substituí-las. Poderia também ser uma esperança para os difíceis casos de depressão intratável, felizmente raros.
O risco em relação aos anti-inflamatórios são as doenças cardiovasculares, o que torna problemático o seu uso como rotina. (PLANTÃO MÉDICO, julio@uol.com.br caderno CIÊNCIA+ SAÚDE, sábado, 29 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S. PAULO).
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