Há cerca de trinta anos, meu amigo estava passando por sérias dificuldades na vida pessoal, mergulhado em profunda depressão. Certo dia ele caminhava tristemente pela Rua Goiás, quando viu o Santuário da Mãe Rainha. Alguma coisa lhe disse para entrar e rezar, e foi o que ele fez. Ajoelhou-se diante do altar e disse:
- Mãe, peça ao Seu Filho que tenha piedade de mim!
Naquele tempo, a maior preocupação de meu amigo era salvar a própria família. Pouco tempo atrás, eu usava um broche da Mãe Rainha na lapela, quando ele me confidenciou:
- A Mãe é forte. Ela salvou minha vida.
No dia de amanhã, meu amigo estará enfrentando aquele que parece ser o maior desafio de sua vida até o presente momento. Mas apenas parece: na verdade, o seu momento mais importante foi aquele em que decidiu entrar no Santuário, que muitos chamam de capelinha, para rezar à Nossa Senhora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, que muitos chamam simplesmente de Mãezinha.
O estado de sofrimento define uma das regras gerais da existência humana sobre a Terra. Viver é doer. Mas também existe, entre uma dor e outra, um sentimento que, C. S. Lewis denominava de Alegria (assim mesmo, em letra maiúscula, como se fosse uma pessoa) e eu prefiro chamar de consolação. Hoje eu tive um desses raros momentos ao observar o sono de meu filho nas primeiras horas do dia.
Família é aquele patrimônio maior do que todas as riquezas do mundo, pelo qual você entregaria a própria vida sem vacilar. Quem não está disposto a morrer por quem ama não é digno do amor, nem da morte. Na semana passada, uma famosa intelectual esquerdista qualificou como “bestas” as pessoas que saem em público para defender a instituição familiar. Para ela e tantos outros militantes travestidos de professores, pai e mãe representam a opressão e o atraso.
No livro “Sussurros” , o historiador Orlando Figes faz um abissal mergulho na vida privada durante o regime soviético e cita o comentário de um teórico da educação comunista em 1918 (um ano após o golpe liderado por Lênin): “ Precisamos transformar os jovens em uma geração de comunistas. Crianças, como cera macia, são muito maleáveis e devem ser moldadas como bons comunistas... Precisamos resgatar as crianças da influência prejudicial da família... Precisamos nacionalizá-las. Desde os primeiros dias de suas pequenas vidas, elas precisam sob a influência benéfica das escolas comunistas”.
Até hoje, quase cem anos depois, a família continua sendo o principal alvo das políticas educacionais da esquerda. Não foi por acaso ou capricho que a celebridade petista disse aquelas palavras a estudantes de 13 a 16 anos. Ela sabia muito bem que a família é o principal inimigo dos engenheiros sociais em todos os tempos. Eles não hesitarão em usar os nossos filhos como inocentes úteis para seus projetos de poder. Aliás, é o que já estão fazendo no tal “Fora Temer”.
Mas a Mãe não vai permitir que eles realizem seus planos. Ela nos ajudará, assim como ajudou tanta gente ao longo destes dois milênios. (Crônica do jornalista e escritor PAULO BRIGUET, coluna PAULO BRIGUET. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, página 10, FOLHA ESPECIAL , 1 e 2 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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