No caminho de Curitiba para Londrina há um
trecho em que você vê muito aquelas casas de sapé ou de madeira na beira da
estrada onde se vende tudo quanto é
enfeite rústico e, que se couber no carro, se acaba comprando.
O que mais chama a atenção são as gamelas de madeira. Aquelas enormes peças de um entalhe que deve ter demorado para fazer e que ficam encostadas nas grandes paredes do comércio tomando sol e chuva até que alguém se encante com tamanho capricho. E os carros param. As mulheres descem e namoram aqueles enfeites e demoram, pensam onde ficará melhor na casa, na chácara ou perto da churrasqueira, enfim, levam e tem que caber no carro. Vi também, da última vez, umas panelonas de metal batido. Brilhavam como se fosse prata polida. Perto havia uns espelhos enormes, artesanatos e frutas.
Depois, alguns quilômetros de poucas cidades e muito campo, onde as rádios já não pegam mais. Se você quiser ouvir alguma coisa pode por um pen drive ou um CD, mas o som do vento batendo no para-brisa e o barulho suave do motor convidam a apreciar a paisagem bucólica, cheia de montanhas, plantações e áreas verdes mas, claro, sem perder a atenção na estrada.
Algumas florestas para reflorestamento, com aquelas árvores altas e retas, todas muito juntas e simétricas. Lisas, até fazer uma pequena copa lá em cima. A estrada quente e o calor aliados ao intenso brilho do sol sobre a paisagem fornecem um dia cheio de alegria –quando chove ou tem neblina a história é outra, o cuidado deve ser redobrado.
Nessa hora, as conversas no automóvel já não são tantas, a menos que as crianças vejam algo inusitado como um animal selvagem atravessando a pista ou um rebanho de ovelhas pastando ou, claro, cavalos. Toda criança gosta de cavalos e principalmente os pequenos, pois parecem que podem sempre montá-los.
Depois a gente vem chegando perto de Ortigueira. O clima mais ameno. Paramos num restaurante que tem por ali. Coisas artesanais e outras que se parecem com elas. Tudo muito agradável e logo mais um outro contorno para vir para Londrina.
Fim de férias, e volta à rotina mas, é claro, ainda faltam alguns bons quilômetros e atenção triplicada na via, porque ali é muito perigoso.
Interessante que dali em diante você não tem nenhuma opção de lazer ou descanso ou turismo. Carecemos de uma cultura de maior integração entre o comércio e a agricultura. Um comércio bem montado numa rodovia deve ser bem pensado e é uma necessidade. Gera recursos para o comerciante e receita de impostos para o município. Mas não se deve montar qualquer coisa. Deve-se ter uma estrutura básica para o turista sentir-se bem, para poder usufruir do local e gastar o seu dinheiro satisfazendo suas necessidades de bem-estar. E, depois, sair dali com boas recordações.
Tem lugares que você vai em beira de estrada que têm belas construções (dá até para tirar fotos), boa comida e atendimento a contento. Acho importante o comércio na beira da estrada. Viajar não é só ir e voltar, mas também o caminho. ( Texto escrito por DAILTON MARTINS, leitor da FOLHA,, pág 2, espaço Dedo de prosa, Folha Rural, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 14 de fevereiro de 2015).
O que mais chama a atenção são as gamelas de madeira. Aquelas enormes peças de um entalhe que deve ter demorado para fazer e que ficam encostadas nas grandes paredes do comércio tomando sol e chuva até que alguém se encante com tamanho capricho. E os carros param. As mulheres descem e namoram aqueles enfeites e demoram, pensam onde ficará melhor na casa, na chácara ou perto da churrasqueira, enfim, levam e tem que caber no carro. Vi também, da última vez, umas panelonas de metal batido. Brilhavam como se fosse prata polida. Perto havia uns espelhos enormes, artesanatos e frutas.
Depois, alguns quilômetros de poucas cidades e muito campo, onde as rádios já não pegam mais. Se você quiser ouvir alguma coisa pode por um pen drive ou um CD, mas o som do vento batendo no para-brisa e o barulho suave do motor convidam a apreciar a paisagem bucólica, cheia de montanhas, plantações e áreas verdes mas, claro, sem perder a atenção na estrada.
Algumas florestas para reflorestamento, com aquelas árvores altas e retas, todas muito juntas e simétricas. Lisas, até fazer uma pequena copa lá em cima. A estrada quente e o calor aliados ao intenso brilho do sol sobre a paisagem fornecem um dia cheio de alegria –quando chove ou tem neblina a história é outra, o cuidado deve ser redobrado.
Nessa hora, as conversas no automóvel já não são tantas, a menos que as crianças vejam algo inusitado como um animal selvagem atravessando a pista ou um rebanho de ovelhas pastando ou, claro, cavalos. Toda criança gosta de cavalos e principalmente os pequenos, pois parecem que podem sempre montá-los.
Depois a gente vem chegando perto de Ortigueira. O clima mais ameno. Paramos num restaurante que tem por ali. Coisas artesanais e outras que se parecem com elas. Tudo muito agradável e logo mais um outro contorno para vir para Londrina.
Fim de férias, e volta à rotina mas, é claro, ainda faltam alguns bons quilômetros e atenção triplicada na via, porque ali é muito perigoso.
Interessante que dali em diante você não tem nenhuma opção de lazer ou descanso ou turismo. Carecemos de uma cultura de maior integração entre o comércio e a agricultura. Um comércio bem montado numa rodovia deve ser bem pensado e é uma necessidade. Gera recursos para o comerciante e receita de impostos para o município. Mas não se deve montar qualquer coisa. Deve-se ter uma estrutura básica para o turista sentir-se bem, para poder usufruir do local e gastar o seu dinheiro satisfazendo suas necessidades de bem-estar. E, depois, sair dali com boas recordações.
Tem lugares que você vai em beira de estrada que têm belas construções (dá até para tirar fotos), boa comida e atendimento a contento. Acho importante o comércio na beira da estrada. Viajar não é só ir e voltar, mas também o caminho. ( Texto escrito por DAILTON MARTINS, leitor da FOLHA,, pág 2, espaço Dedo de prosa, Folha Rural, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 14 de fevereiro de 2015).
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