Há algum tempo estamos vivendo uma cultura
sexualizada ao extremo. Na literatura,
no cinema, na televisão e principalmente na internet. O conteúdo sexual está
cada vez mais explícito. A popularização do acesso à internet possibilitou um
salto espantoso para as comunicações e, infelizmente, trouxe consigo a
proliferação também espantosa da pornografia.
Vemos em grande parte da mídia a exploração dos corpos de forma intensa, seja nos programas de televisão ou ações de marketing de forma velada ou escancarada. Mulheres seminuas, e mesmo nuas, desfilam pelas telas sem nenhum pudor. A superexposição dos corpos provoca a desvalorização deles próprios, que passam a ser padronizados. A angústia por não possuir corpos “padrão” levam mulheres e homens a engordar a indústria da beleza. Cosméticos, plásticas e regimes na busca do sucesso na vida pela beleza, assim como preconiza o marketing.
A sociedade tem criado uma legião de descontentes com seus corpos, em especial entre as adolescentes. Números de cirurgias plásticas tem aumentado entre homens e mulheres de todas as idades e os motivos, geralmente, são estéticos.
O sexo, ou o desejo pelo sexo, tem sido a tônica das relações sociais. Agradar o paladar sexual é a missão, e, nesse sentido os jovens têm sido o alvo mais fácil. A pornografia avança em todas as direções pela internet. Em diversos aparelhos, imagens e vídeos se propagam em velocidade alucinante. Fotos e vídeos de namorados em poses sensuais e eróticas são trocadas entre jovens e quase jovens. Traumas adolescentes vão surgindo com essa exposição internet adentro e famílias, envergonhadas, tendo que mudar de cidade. Futuros comprometidos.
Silenciosamente, a pornografia vai minando o caráter da sociedade. Tornam-se comuns as relações apenas sexuais e os casos de viciados em pornografia crescem vertiginosamente. Relações estáveis e sólidas têm sido destruídas e carreiras bem sucedidas maculadas pela pornografia e o anseio sexual.
Trata-se aqui não de simples moralismo. Casos de abusos sexuais em ambientes públicos, cada vez mais recorrentes, como ônibus, metrô, aeroportos e parques, demonstram o que esse cenário pode suscitar. Difícil medir o quanto a pornografia influenciam os abusadores, mas é certo que potencializa os instintos.
As relações sociais, em seus diversos campos, têm muito a perder quando a satisfação dos desejos íntimos a qualquer custo é buscada. Educadores, religiosos e pais, principalmente, mas também todos nós devemos atentar ao avanço da pornografia. O respeito ao outro enquanto sujeito de individualidade, antes de qualquer coisa, precisa ser ensinado e compartilhado.
As relações precisam ser muito mais que pelas satisfações de desejos íntimos. Não é m oralismo barato buscar uma sociedade saudável e de respeito entre as pessoas. ( Texto escrito por WILSON FRANCISCO MOREIRA, professor de Sociologia em Londrina. Extraído do espaço ponto de vista, pág.2, publicação do JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015).
Vemos em grande parte da mídia a exploração dos corpos de forma intensa, seja nos programas de televisão ou ações de marketing de forma velada ou escancarada. Mulheres seminuas, e mesmo nuas, desfilam pelas telas sem nenhum pudor. A superexposição dos corpos provoca a desvalorização deles próprios, que passam a ser padronizados. A angústia por não possuir corpos “padrão” levam mulheres e homens a engordar a indústria da beleza. Cosméticos, plásticas e regimes na busca do sucesso na vida pela beleza, assim como preconiza o marketing.
A sociedade tem criado uma legião de descontentes com seus corpos, em especial entre as adolescentes. Números de cirurgias plásticas tem aumentado entre homens e mulheres de todas as idades e os motivos, geralmente, são estéticos.
O sexo, ou o desejo pelo sexo, tem sido a tônica das relações sociais. Agradar o paladar sexual é a missão, e, nesse sentido os jovens têm sido o alvo mais fácil. A pornografia avança em todas as direções pela internet. Em diversos aparelhos, imagens e vídeos se propagam em velocidade alucinante. Fotos e vídeos de namorados em poses sensuais e eróticas são trocadas entre jovens e quase jovens. Traumas adolescentes vão surgindo com essa exposição internet adentro e famílias, envergonhadas, tendo que mudar de cidade. Futuros comprometidos.
Silenciosamente, a pornografia vai minando o caráter da sociedade. Tornam-se comuns as relações apenas sexuais e os casos de viciados em pornografia crescem vertiginosamente. Relações estáveis e sólidas têm sido destruídas e carreiras bem sucedidas maculadas pela pornografia e o anseio sexual.
Trata-se aqui não de simples moralismo. Casos de abusos sexuais em ambientes públicos, cada vez mais recorrentes, como ônibus, metrô, aeroportos e parques, demonstram o que esse cenário pode suscitar. Difícil medir o quanto a pornografia influenciam os abusadores, mas é certo que potencializa os instintos.
As relações sociais, em seus diversos campos, têm muito a perder quando a satisfação dos desejos íntimos a qualquer custo é buscada. Educadores, religiosos e pais, principalmente, mas também todos nós devemos atentar ao avanço da pornografia. O respeito ao outro enquanto sujeito de individualidade, antes de qualquer coisa, precisa ser ensinado e compartilhado.
As relações precisam ser muito mais que pelas satisfações de desejos íntimos. Não é m oralismo barato buscar uma sociedade saudável e de respeito entre as pessoas. ( Texto escrito por WILSON FRANCISCO MOREIRA, professor de Sociologia em Londrina. Extraído do espaço ponto de vista, pág.2, publicação do JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015).
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