Programa da embaixada norte-americana é destinado a estudantes de escolas públicas; inscrições estão abertas até agosto
Estão abertas até 9 de agosto as inscrições para o programa Jovens Embaixadores. A iniciativa oferece a alunos da rede pública de ensino a oportunidade de intercâmbio nos Estados Unidos. O projeto é desenvolvido no Brasil há 14 anos. São três semanas em território americano, sempre durante as férias de janeiro, e todos os custos são bancados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e pela Embaixada do país.
Para participar, é necessário ter entre 15 e 18 anos, ser um exemplo na comunidade onde vive por meio de liderança e voluntariado e ter nacionalidade brasileira. É necessário possuir excelência acadêmica, conhecimento da língua inglesa e pertencer a camada socioeconômica menos favorecida. Ser comunicativo também conta. “O jovem precisa comprovar já ter realizado ao menos 12 meses, contínuos ou não, de voluntariado”, ressalta Meriane Telma, do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, de Londrina, que auxilia o programa na região.
Vinte e seis estudantes do Paraná já participam do Jovens Embaixadores desde 2013. Em 2017, Gabriel Vinícius Vieira, 17, foi o representante de Londrina na iniciativa. Ele ficou sabendo através da direção do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, onde cursava o ensino médio, na época. Ajudando os colegas da escola com monitorias, ele viu que seu perfil se encaixava no que era solicitado e resolveu inscrever-se.
Segundo ele, conhecer outra cultura e pessoas o fez trazer para casa uma bagagem muito maior do que levou. “Essa experiência me ensinou muito sobre liderança, a importância de conhecer o que é diferente da nossa realidade e a sempre estar disposto ao próximo”, destaca o jovem. “Aprendi a importância de ter uma opinião sobre as questões do mundo e do que fazemos e a ser engajado dentro da comunidade”, completa.
Foram cinco meses entre o registro no site do projeto e ser confirmado como vencedor. “Foi um tempo em que fiquei bem ansioso. Era um sonho viajar para os Estados Unidos”, conta. Neste período, o jovem passou por diversos testes e entrevistas. “Fiz prova escrita e oral para contar sobre minha história e também vieram na minha casa para conversar com a minha família e comigo”, relembra. Desde 2013, cinco londrinenses foram contemplados pelo projeto.
Após ser escolhido, Vieira teve uma semana de preparação em Brasília, quando recebeu aulas sobre a cultura americana e o programa. A viagem para os Estados Unidos aconteceu no início de janeiro. Na primeira semana, ele e os outros 50 estudantes de todo o Brasil, conheceram a capital americana, Washington, além de participar de reuniões com o setor público e privado. Ainda foram realizadas visitas a escolas e projetos sociais.
Na semana seguinte, eles foram divididos em grupo e viajaram para diferentes estados. “Conheci o estado de Oklahoma, fui a vários memoriais, como o de Martim Luther King e de Abraham Lincoln. Também passei peo museu de história afro e no departamento de estado, onde conhecemos vários embaixadores”, relata Vieira.
NOVA FAMÍLIA
A oportunidade de ficar três semanas nos Estados Unidos também fez com que o estudante formasse uma nova família. Dentro do programa, os jovens embaixadores são hospedados por famílias anfitriãs. Eles frequentam escolas locais para interagir com estudantes da mesma idade, participam de ações de responsabilidade social e fazem apresentações sobre o Brasil.
No caso do londrinense, ele se tornou “filho” de um médico e de um terapeuta de Oklahoma. “Foi muito legal e pude passar cinco dias com eles. Quando voltei para o Brasil, continuei mantendo contato com os meus pais e minha irmã americana. Hoje é um pouco menos pois eles possuem uma vida bem compromissada, mas sei que tenho uma família lá.”
AUTODIDATA
Sempre estudando em escola pública, Vieira aprendeu a ler e a escrever inglês sozinho, com a ajuda de vídeos na internet, livros e filmes. O interesse pela língua estrangeira começou quando tinha 13 anos e isso o ajudou quando foi para os Estados Unidos. Atualmente, ele faz um curso de inglês, graças a uma bolsa de estudos. “Agora quero aprender a falar francês,. Assim como no inglês, vou fazer tudo de forma autodidata”, planeja.
Recém-ingressado no curso de Física da UEL (Universidade Estadual de Londrina), o estudante é a alegria dos pais. “As notas dele semre foram boas. Quando ele viajou ficamos tranquilos porque ele sabia o inglês e era o sonho dele. Ficamos felizes e orgulhosos porque vimos que se dedicou para isso”, orgulham-se os pais, Roberto e Marilza de Souza
SERVIÇO
As inscrições para o Programa Jovens Embaixadores 2018 podem ser feitas no site www.jovensembaixadores.org/2018. (FONTE: PEDRO MARCONI – Reportagem Local, caderno FOLHA CIDADES, terça-feira, 25 de julho de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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